quinta-feira, setembro 12, 2013

Paradoxo: cristãos que não seguem a Bíblia

A Sociedade Bíblica Americana e o Instituto de Pesquisas Barna divulgaram no início deste mês como a maioria das pessoas vê a Bíblia. Embora os dados sejam referentes somente aos americanos, o estudo serve como um alerta global para as nações de maioria cristã. Entre os entrevistados, 66% concordaram que “a Bíblia ensina tudo o que uma pessoa precisa saber para viver uma vida significativa”, mesmo assim, 57% dizem que a leem menos de cinco vezes por ano. E o mais revelador: 58% dos cristãos dizem que não querem seguir todos os “conselhos” da Bíblia. “Há uma diferença entre acreditar em algo que é benéfico e abrir seu coração, mente e vida para deixar que isso entre”, explica Geof Morin, diretor de comunicação da Sociedade Bíblica Americana. Ele acredita que algumas pessoas “veem a Bíblia como um medicamento”, ou seja, apelam para ela somente quando estão com problemas. Contudo, Morin ressalta que existem motivos para comemorar. Sessenta e um por cento dos adultos gostaria de ler mais a Bíblia. Sua organização está tentando descobrir como facilitar isso.

A Sociedade Bíblica Americana explica que seu maior objetivo é “levar a Palavra de Deus para onde a Bíblia mais carece ser conhecida”, por isso imprime e distribui exemplares em diversas línguas e manda para outros países. Ao mesmo tempo, pretende “convidar milhões de pessoas que estão dentro das igrejas a renovar seu compromisso com a Palavra de Deus”. Junto com o envio de Bíblias no exterior e usando as escrituras para trazer alívio, este objetivo de transformar a cultura constitui declaração da missão da organização.

Ele explica ainda que a grande aposta é como facilitar o acesso digital às Escrituras, seja na tela do computador, do smartphone ou do tablet. Outro levantamento recente mostra que 40% dos americanos leem mais as versões digitais da Bíblia que as impressas. Por isso, a Sociedade Bíblica está se dedicando a criar aplicativos e usar as redes sociais como uma forma de manter o texto sagrado relevante para a nova geração.

Embora 88% dos lares possuam mais de um exemplar da Bíblia, em apenas 13% ela é lida diariamente. Somente 43% das pessoas dizem que ler a Bíblia as faz sentir “mais perto de Deus”; 34% dizem que isso as faz “sentir em paz”. O livro de Salmos (16%) é apontado como a leitura predileta.

Mesmo assim, uma comparação com levantamentos similares feitos nos dois últimos anos, mostra que existem motivos para preocupação. Um quinto (21%) da população acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus e a leem pelo menos quatro vezes por semana. Um número crescente (10% em 2011, 17% este ano) acredita que a Bíblia é “apenas mais um livro de ensinamentos escritos por homens”. Por outro lado, há aqueles que dizem que a Bíblia tem alguma verdade, mas raramente a leem (26% em 2012, 23% este ano).

Sessenta por cento dos entrevistados dizem estar familiarizados com os relatos bíblicos, enquanto 6% dizem não saber “quase nada” sobre seus ensinamentos. Entre os evangélicos, 12% dizem sentir-se “confusos” quando a leem, enquanto 23% dos católicos dizem não entender o que leem.

Em uma época em que o casamento homossexual e o aborto tornaram-se questões amplamente identificadas com a política, apenas 17% dos cristãos adultos dizem “estar interessados nos ensinamentos da Bíblia sobre esses assuntos”. Apenas 31% dizem que isso influencia suas escolhas na hora de votar.

Curiosamente, 77% das pessoas dizem que a moralidade no país está decaindo. Trinta por cento dos entrevistados dizem que a mídia (TVs, jornais, filmes, livros) é a maior responsável por isso. Mais da metade (56%) acreditam que a Bíblia tem pouca influência na sociedade atual, e apenas 13% acreditam que essa influência é “demasiada”. O porta-voz da Sociedade Bíblica afirma: “O que talvez muitas pessoas deixam de reconhecer é que a maneira mais fácil de a Bíblia influenciar a sociedade é primeiramente deixar que suas palavras influenciem nossas próprias decisões.”

“Se mais pessoas lerem a Bíblia de forma consistente e usá-la como um roteiro para suas vidas, acho que o mundo seria um pouco mais brilhante”, disse o porta-voz.


Evangélica que posou nua
Nota: É justamente esse desconhecimento da Palavra de Deus que tem possibilitado a existência de situações no mínimo contraditórias, como a recente notícia de que uma evangélica (a primeira) participou de uma seção de fotos nua e estampou a capa de uma famosa revista masculina (confira). Ou mesmo a defesa do “casamento” gay e do uso do rock, samba e pagode no louvor. Para muitas pessoas, não importam mais a vontade de Deus nem as orientações reveladas em Sua Palavra. Importam, sim, a vontade, as preferências, os gostos, as emoções. Pura pós-modernidade cristã que dilui o cristianismo e rouba-lhe o poder transformador. O sal perde o sabor e a religião vira modismo. Não serve para mais nada, talvez apenas para entreter e tentar aplacar a consciência cada vez mais secularizada. [MB]