quarta-feira, novembro 27, 2013

Cristãos estão sendo crucificados na Síria

Cristãos sírios
Amir, 55 anos, é um comerciante que vive na Síria. “A vida aqui é muitas vezes bem difícil”, lamenta. Durante uma entrevista ao Washington Post, ele contou como morteiros atingiram repetidamente o bairro al-Qassaa, na capital Damasco. A grande maioria de seus moradores é cristã. Pelo menos 32 pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas somente nas últimas duas semanas. A situação de Amir, e de milhares de cristãos como ele, tem se tornado cada vez mais perigosa. Enquanto a guerra civil continua arrasando o país, multiplicam-se os relatos de ataques de muçulmanos jihadistas a cidades predominantemente cristãs. O país está vendo a tentativa de extermínio do cristianismo ser o alvo principal dos guerrilheiros rebeldes.

Youssef Naame e sua esposa Norma, um casal cristão de Maaloula, contaram como tiveram que fugir de sua cidade após a chegada de extremistas islâmicos no início do mês passado. “Os jihadistas gritavam: convertam-se ao Islã ou vocês serão crucificados como Jesus.” O casal se escondeu, junto com outros cristãos, em uma pequena casa ao lado da igreja da cidade. Ficaram três dias sem comida nem eletricidade.

Agora, Youssef está refugiado no apartamento de sua filha, em al-Qassaa, mas teme que em breve precisará fugir de novo. Os cristãos são minoria, menos de 10% dos 23 milhões de habitantes da Síria.
  
O missionário Tom Doyle faz um apelo: “Nós ouvimos de líderes da região que os jihadistas estavam crucificando os cristãos no norte da Síria. Sabemos que as pessoas têm fotos disso. Os pastores estão clamando por ajuda, frustrados por que nada disso é divulgado pela mídia ocidental.”

As áreas cristãs passaram a ser recentemente o maior foco da luta armada. Há uma semana, os rebeldes do grupo Jabhat al-Nusra atacaram a cidade cristã de Sadad, ao norte de Damasco. Após violentos combates, foram expulsos dias depois por forças do governo. De maneira similar, milhares de pessoas fugiram da antiga cidade de Maaloula, também de maioria cristã. Ali, um número grande de não muçulmanos foram decapitados e tiveram suas casas e igrejas incendiadas ou destruídas.

Os cristãos de Damasco estão convencidos de que os extremistas estão deliberadamente alvejando seus bairros para enfraquecer os aliados do presidente sem atingir outros muçulmanos. Como é comum em vários países do Oriente Médio, muçulmanos e cristãos vivem em áreas diferentes, por isso para os rebeldes é fácil identificar os alvos preferencias.

“Todos os domingos, eles lançam mais de 15 morteiros ao longo do dia”, disse Amir. “Eles estão bombardeando as áreas especificamente cristãs.” Os líderes da Igreja da Síria temem que a queda de Assad transforme o país em um Estado islâmico, o que significaria o fim da existência milenar de cristãos em solo sírio.

Quase todos os 50 mil cristãos da cidade de Homs tiveram que fugir. Outros 200 mil foram expulsos da cidade de Aleppo. Em todas as cidades que invadem, os rebeldes exigem que os cristãos se convertam, caso contrário, morrerão.  Mais de um terço dos cristãos da Síria estão refugiados ou mortos. [Com informações de Washington Post e MN Online.]


Nota: Por que esse silêncio da mídia ocidental? Por que, quando um homossexual, por exemplo, é morto em algum lugar, a imprensa faz um grande barulho (e deve fazer mesmo), mas quando centenas de cristãos são massacrados por islâmicos não se vê a mesma reação? Por que os islâmicos na síria não toleram os cristãos e querem convertê-los à força, enquanto muçulmanos na Europa e nos países ocidentais reivindicam direitos de liberdade de culto? [MB]