segunda-feira, dezembro 02, 2013

Exoplaneta de lava derrete teorias astronômicas

Planeta misterioso
Nada como uma boa observação para ajudar a melhorar as teorias. O exoplaneta Kepler-78b é um planeta que, pelas teorias atuais, não deveria existir. Esse escaldante mundo de lava orbita sua estrela a cada oito horas e meia, a uma distância de menos de um 1,6 milhão de quilômetros – uma das órbitas mais apertadas que se conhece. De acordo com as teorias atuais de formação dos planetas, ele não poderia ter-se formado tão perto da sua estrela, nem poderia ter-se formado mais longe e mudado para lá porque simplesmente teria se chocado com a estrela. Mas o Kepler-78b é interessante não apenas por desafiar as teorias, mas também por ser o primeiro exoplaneta descoberto que tem o tamanho da Terra e uma densidade semelhante à da Terra. O exoplaneta é cerca de 20% maior do que a Terra, com um diâmetro de 14.800 quilômetros, e pesa quase o dobro do nosso planeta. Fazendo os cálculos, ele tem uma densidade semelhante à da Terra, o que sugere uma composição também semelhante, rica em ferro.

“Esse planeta é um completo mistério”, desabafou o astrônomo David Latham, do Centro Harvard-Smithsoniano de Astrofísica. “Nós não sabemos como ele se formou ou como chegou onde está hoje. O que sabemos é que ele não vai durar para sempre.”

Pelos cálculos dos astrônomos - se essa parte da teoria estiver correta - o planeta deverá ser engolido pela estrela em um tempo relativamente curto, astronomicamente falando.

O principal problema para os teóricos é a órbita apertada do Kepler-78b. Quando esse sistema planetário estava se formando, a jovem estrela era maior do que é agora. Isso implica que a órbita do Kepler-78b estaria dentro da estrela.

“Ele não poderia ter-se formado nesse local porque você não pode formar um planeta dentro de uma estrela. Ele não poderia ter-se formado mais longe e migrado para uma órbita mais interior porque teria ido direto para a estrela. Esse planeta é um enigma”, concorda Dimitar Sasselov, outro membro da equipe.


Nota: Essa descoberta é mais uma que mostra o quão pouco sabemos sobre o Universo e suas leis. Quanto menos sobre sua origem. [MB]