terça-feira, janeiro 21, 2014

Os verdadeiros “culpados” pelo aquecimento global?

Culpa humana?
Um novo estudo sobre o aquecimento global promete acender as controvérsias sobre o tema, não tanto pelos resultados que apresenta, mas pela forma como os resultados estão sendo apresentados. Trata-se de um caso muito ilustrativo de como um “estudo científico” pode chegar a conclusões ou interpretações que pouco têm de científicas. Damon Matthews e seus colegas da Universidade de Concordia, no Canadá, queriam saber quais países contribuem mais para o aquecimento global “como uma forma de alocar responsabilidades históricas pelas mudanças climáticas observadas”, segundo eles. Sua conclusão principal foi apresentada em seu estudo e em um comunicado à imprensa feito pela universidade, intitulado “Maiores criminosos do aquecimento global”. A revista britânica New Scientist alterou um pouco a manchete e publicou uma reportagem com o título “Os sete ‘pecadores mortais’ do aquecimento global”. Os culpados, em ordem de culpa, crime ou pecaminosidade são: Estados Unidos, China, Rússia, Brasil, Índia, Alemanha e Reino Unido. Segundo os pesquisadores, esses países foram responsáveis por mais de 60% do aquecimento global entre 1906 e 2005.

Ocorre que a corrente principal da ciência defende que o aquecimento global é de origem antropogênica, ou seja, é causado pelo homem. Assim, para descobrir quais países mais contribuíram para o aquecimento global é necessário dividir os efeitos do aquecimento pela população de cada país. Quando isso é feito, o Canadá, país onde foi feito o estudo e que não aparece na anunciada lista de “criminosos”, salta diretamente para o terceiro lugar do pódio - na verdade o Canadá é o 10º colocado na lista original, o que talvez explique um anúncio de cabalísticos “sete culpados”.

Quando a população é levada em conta, todas as primeiras sete posições - número de culpados escolhido pelos próprios pesquisadores - passam a ser ocupadas por países desenvolvidos. Os autores do estudo não concordam muito com isso: “Está claro que a população sozinha não determina a contribuição climática de um país”, dizem eles, sem apresentar argumentos para essa alegada clareza, a menos que se considere a área de cada país - um elemento natural - como um fator essencial, o que tiraria peso do argumento de um aquecimento global antropogênico.

Assim, a conclusão do estudo, e o que foi liberado para a imprensa com grande alarde, foi uma lista de supostos “criminosos” indiciados sem base científica, uma vez que se trata de um cálculo de responsabilidade pelo aquecimento global causado por humanos que não leva em conta os humanos. [E, claro, essa pesquisa não tem relevância para os aquecimentistas que querem a todo custo culpar unicamente o ser humano pelo aquecimento global e suas tragédias consequentes; se a culpa é humana, os humanos precisarão aceitar os esforços humanos de uma “elite iluminada” no sentido de salvar a Terra da destruição. Com a devida alimentação do medo e orquestração das notícias e pesquisas – engenharia social –, várias medidas, mesmo as impopulares, acabarão por ser aceitas. – MB]