quinta-feira, fevereiro 27, 2014

A classificação indicativa em filmes é confiável?

Cristãos têm critérios mais elevados
Em março, a atenção do mundo inteiro se voltará para Hollywood. Trata-se da entrega do Oscar, a maior premiação do cinema mundial. Entre os filmes que poderão receber a estatueta de ouro, destacam-se “O Lobo de Wall Street”, que conta a história de um ex-corretor da bolsa de Nova York, e “Capitão Philips”. O primeiro apresenta cenas de nudez enquanto o segundo se baseia na história de um capitão que foi sequestrado por piratas somalis. Estes, assim como os outros filmes indicados ao prêmio, são produções de tirar o fôlego, que prendem a atenção do telespectador do começo ao fim do filme. Mas não foram pensados para todos os públicos aos quais se destinam. Nos Estados Unidos, a classificação indicativa de filmes e seriados de TV é feita por meio de siglas, e não números, como acontece no Brasil. Dos filmes indicados ao Oscar, boa parte apresenta a sigla R, cujo conteúdo é restrito a determinados públicos ou NC-17, para maiores de 17 anos. “Trapaça”, por um exemplo, um dos favoritos ao título de melhor filme, contém linguagem persuasiva, conteúdo sexual e pouca violência. Nas telinhas americanas, as siglas podem variar entre G, para todos os públicos, PG, PG-13, R e NC-17. Quando o filme vier classificado como PG, parte da produção pode conter material não apropriado para crianças. PG-13 e NC-17 indicam que o filme não é adequado para crianças e adolescentes com menos de 13 e 17 anos, respectivamente.

No Brasil, a classificação indicativa é feita através de números, que indicam a idade recomendada a cada público. Apesar da iniciativa do Ministério da Justiça, pais discutem e analisam a eficácia desse tipo de verificação. “Meus filhos só assistem a filmes infantis. Não os deixamos assistir a filmes adultos ou coisas que não sejam para o público infantil”, explica o publicitário Rômulo Correa, que é pai de três meninos. [...]

Na opinião do motion designer, Levi Yoshio, o problema maior é em relação ao conteúdo transmitido na TV aberta. “Creio que a classificação indicativa para filmes é um pouco mais criteriosa. Contudo, na TV aberta, vemos uma série de conteúdos que não são apropriados a determinados públicos, e eles são veiculados em horários nobres, que costumam reunir toda a família”, alerta.

Yoshio, que já editou filmes e comerciais cristãos em uma produtora evangélica, alerta que é função dos pais controlar o que os filhos assistem. “Acho que os pais não deveriam deixar os filhos assistir a algo que não esteja de acordo com a idade deles, por mais que, na maioria das vezes, a classificação indicada nem sempre seja a mais correta”, complementa Correa.

Rosangela Santos, que frequenta a Igreja Batista, busca saber o que o filho, já adulto, assiste. “Meu filho tem 19 anos e eu acho importante saber o que ele está assistindo, não apenas em relação a coisas que possam conter sexo, mas também a produções que falem sobre violência, traições, dentre outros temas que não edificam a vida pessoal”, diz.

Saiba mais:
Sites como o Christian Cinema (www.christiancinema.com), em inglês, e Criacionismo (www.bonsfilmes.criacionismo.com.br) oferecem boas dicas de filmes ao público cristão. Há ainda produtoras como 4U Filmes e Belluna que se dedicam a produzir conteúdo evangélico e de boa qualidade.

(Leonardo Siqueira, jornal Nosso Tempo)

Nota: A verdade é que a classificação indicativa dos filmes, assim como a crítica em meios de comunicação seculares não são critério absoluto e definitivo para um cristão. Podem ser um primeiro “filtro”, afinal, se a crítica secular não vê valor na produção e a classificação indica a inadequação para certa idade, por que vou gastar meu tempo conferindo ou submeter meus filhos àquilo? Creio que os poucos filmes que “prestam” por aí deveriam ser alvo de consideração e análise como as que fazemos quando vamos comprar um livro, por exemplo. Geralmente nos informamos bem, coletamos opiniões, pesquisamos antes de comprar um livro. Façamos o mesmo antes de assistir a um filme. [MB]