quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Cientistas revelam segredos de “cobras voadoras”

Forma alterada melhora aerodinâmica
Cientistas solucionaram o mistério de como as cobras “voadoras” conseguem permanecer no ar. Esses répteis raros, encontrados em florestas do sudeste da Ásia, conseguem se arremessar de árvores e planar, de forma elegante, pelo ar. Segundo os cientistas, as serpentes mudam radicalmente o formato do seu corpo para gerar a força aerodinâmica necessária para a proeza. As descobertas foram divulgadas na publicação científica Experimental Biology. Jake Socha, professor da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, que liderou o estudo, disse: “A cobra definitivamente não é um planador intuitivo. Quando você olha, você diz: ‘Esse animal não deveria conseguir planar.’ E em sua forma normal, isso provavelmente é verdade. Mas, quando ela entra no ar, quando ela decola, pula, e salta de um galho, ela transforma completamente o corpo.”

Existem cinco espécies de cobras voadoras, e todas fazem parte do gênero Chrysopelea. Pesquisadores hoje acreditam entender como essa cobra pode planar pela selva ao invés de rastejar pelo chão. Socha disse: “Quando pula, ela retrai o corpo a partir da parte de trás da cabeça até a ponta da cauda. O que ela faz é girar suas costelas para frente em direção à cabeça e para cima em direção à coluna.” Os cientistas então analisaram as forças aerodinâmicas que essa forma alterada gera no ar. Eles criaram uma cópia de plástico da cobra em seu formato ondulado e colocaram-na em um tanque de água corrente. “A água fluiu sobre ela e medimos as forças do modelo, visualizando também o movimento do fluxo na água, usando lasers e câmeras de alta velocidade”, explicou o Socha.

Ele disse que a cobra produziu uma força aerodinâmica comparável, em escala reduzida, à criada por uma asa de avião. A equipe acredita que a cobra combina essa transformação física com uma “dança flutuante” para voar através da copa das árvores.

“Ela está movendo sua cabeça de um lado para o outro, fazendo ondas em direção à parte inferior de seu corpo, e parece que ela está nadando no ar”, disse Socha.

Os cientistas dizem que a cobra poderia ajudar a inspirar o desenvolvimento robótico, e criar máquinas que podem potencialmente rastejar, escalar e planar.


Nota: Seriam os resquícios de um comportamento que, segundo creem os criacionistas bíblicos, era comum nas serpentes, antes do pecado? [MB]