terça-feira, março 25, 2014

Píton tem “GPS” que permite que sempre volte para casa

GPS: evidência de design inteligente
A píton birmanesa possui um senso inato de orientação que lhe permite voltar para casa sem dificuldade, mesmo tendo se deslocado por dezenas de quilômetros, afirmam pesquisadores em um estudo divulgado [há alguns dias]. Entre as maiores serpentes do mundo, as pítons birmanesas (Python bivittatus) são originárias da Ásia, mas escolheram como lar os pântanos de Everglades, o célebre parque nacional da Flórida, nos Estados Unidos. No topo da cadeia alimentar, esses predadores proliferaram na Flórida a ponto de ameaçar, hoje, a biodiversidade local. Os pesquisadores capturaram e transportaram seis desses répteis, soltando-os a distâncias entre 21 km e 36 km. Graças a transmissores de rádio, eles conseguiram acompanhar os deslocamentos das pítons e medir sua trajetória e velocidade. Uma vez livres, as cobras tomaram imediatamente a direção de seu local de captura. Cinco delas conseguiram chegar a seu destino com uma margem de erro de cinco quilômetros. Por uma razão desconhecida, a sexta píton mudou de direção pouco antes de atingir o local esperado.

As cobras viajaram entre 94 e 296 dias, mostrando uma “clara determinação de voltar para casa”, constatou o estudo publicado no periódico Biology Letters da Academia de Ciências britânica.

“Esse estudo mostra que as pítons birmanesas têm uma bússola interna e uma carta de navegação”, acrescentam os autores. Trata-se da primeira vez que tamanho senso de orientação, de origem ainda misteriosa, é identificado em ofídios.

Esse talento particular das pítons sugere que elas também são dotadas de um senso crítico de seu território, o que pode ajudar a lutar contra essa espécie invasiva, antecipando as áreas onde ela corre o risco de se estabelecer.

As pítons birmanesas, que podem passar de cinco metros de comprimento, caçam qualquer animal, do pássaro ao jacaré.