sexta-feira, setembro 26, 2014

Evangelismo a 50 graus abaixo de zero

Missionário na Mongólia
Elbert Kuhn nasceu em Taquara, RS, no dia 19 de julho de 1969. Cursou o ensino fundamental no Colégio Adventista Pr. Ivo Souza, em Rolante, e o ensino médio no Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS), em Taquara. Começou a faculdade de Teologia em 1988. Trabalhou em Bento Goncalves, por dois anos, depois Sarandi, em Porto Alegre, por três anos, e em Camaquã, também em Porto Alegre, por quase três anos. Foi pastor na Igreja Central de Curitiba, PR, e concluiu o mestrado em Teologia em 2004. Ainda pretende cursar o doutorado na Andrews University. Gosta muito de passar tempo com a família, os irmãos e os cunhados. Também gosta de viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas. É casado há 20 anos com Cleidi Kuhn, formada em Pedagogia com pós-graduação em Terapia Familiar. Nesta entrevista concedida ao jornalista Michelson Borges, o pastor Kuhn fala de seu trabalho na Mongólia e dos desafios de evangelizar aquele país.

Fale um pouco sobre a Mongólia: cultura, povo, hábitos curiosos, clima, etc.

A Mongólia e um país situado no norte Asiático, que faz divisa com duas grandes potências mundiais – ao sul, com a China, e ao Norte, com a Rússia, particularmente a Sibéria. É o país do grande conquistador Gengis Khan, que por volta do século 12 quase conquistou toda a Europa e a Ásia. É um país de clima extremamente difícil, onde as temperaturas giram entre menos 20 e menos 55 ºC durante os sete meses de inverno. Tem a capital mais fria do mundo, Ulan Bator. A Mongólia ainda e conhecida como um país de nômades, “a country with no fences”. Um país sem cercas, como eles gostam de dizer. Ainda hoje a atividade primária é o cuidado dos rebanhos de ovelhas, cabritos e cavalos. Eles vivem em tendas chamadas “Gers”, fáceis de montar e desmontar, para que eles possam mudar de região, de acordo com a necessidade dos animais.

A alimentação é precária para a maioria das pessoas. O solo é árido e tudo aquilo que requer mais de três meses para crescer não se produz na Mongólia, em função do frio. A base da alimentação é a carne, com ênfase na gordura. O consumo de álcool e tabaco é muito alto, por isso a saúde do povo em geral é comprometida. Uma curiosidade com relação a isso foi um dia em que a Cleidi viu um bebê de poucos meses com um pedaço de gordura pura de carneiro, do tamanho de uma mão, na boca, como se fosse uma chupeta. São as tradições passadas de geração a geração.

Os mongóis em geral são amigos e hospitaleiros. Sempre dispostos a ajudar quando preciso.

Quais são as condições de trabalho nesse país? Como vivem os irmãos e os pastores?

As condições de trabalho são muito desafiadoras, devido ao clima, às distâncias e à precariedade do transporte. Em toda a Mongólia apenas um aeroporto, o da capital, tem asfalto. Todos os demais aeroportos são de estrada de chão batido, e os aviões, extremamente velhos. Muitas vezes, enviamos nossos jovens líderes para regiões remotas, alguns lugares a mais de dois mil quilômetros de distância, a fim de fundar igrejas. Lá eles chegam com uma mala de roupa e alguns materiais. Assim foi iniciada a maioria das igrejas na Mongólia.

A vida de muitos de nossos pastores não é nada fácil, com recursos limitados que muitas vezes não são suficientes para a comida diária. Deus tem aberto portas e hoje a vida deles tem melhorado. [Clique aqui e continue lendo.]