segunda-feira, setembro 29, 2014

Testemunhas do vácuo

Nada a declarar
[Interessante este artigo de um sociólogo ateu de Portugal:] De vez em quando, regressa a ofensiva. Agora foi o físico britânico Stephen Hawking a proclamar, com vasta repercussão, que Deus não existe. Mesmo para um ateu como eu, ou sobretudo para um ateu, estas batalhas de certo ateísmo para aborrecer os crentes são um nadinha tontas. Pelos vistos, há por aí imensa gente a quem não basta não acreditar numa entidade divina: dá-se a uma trabalheira para converter os outros à sua falta de fé. Um ateu a sério não perde um minuto a pensar na existência ou na inexistência de Deus. Aparentemente, os ateus militantes perdem boa parte da vida a pensar nisso. O fervor deles é religioso.

Deixando a discussão teológica a cargo de especialistas de ambos os lados da trincheira, o facto é que a formulação do senhor Hawking tende para o pueril. De que maneira é que o homem chegou à conclusão acima? Há um teorema demonstrativo, passe a redundância? Viu a Luz? Ou apenas se levantou de manhã (sem brincadeiras com a doença do senhor) e decidiu assim? E depois temos a arrogância implícita da coisa: o senhor Hawking leva-se em tão alta conta a ponto de supor que a sua afirmação influenciaria um único devoto que fosse?

Qualquer dia, no frenesim de espalhar a palavra contra o Senhor, os evangélicos da descrença batem-me à porta de casa. E eu não abro.

(Alberto Gonçalves, DN Opinião)

Cinco argumentos contra o ateísmo

1. A cosmologia moderna indica que o Universo físico teve um ponto inicial de existência. Se o Universo teve um ponto inicial de existência, então ele tem que ter uma Causa não física que exista fora do tempo e do espaço. Logo, é pelo menos plausível que o nosso Universo tenha sido feito do nada pelo Criador.

2. Começando nas estruturas em larga escala no Universo até ao mundo microscópio das partículas subatômicas, a ciência revelou uma ordem espantosa no nosso Universo. O nosso Universo não precisava ser assim: existe muito mais probabilidades de um universo ser caótico do que ser ordenado. Se Deus não existe, seria muito pouco provável que o nosso Universo fosse ordenado. No entanto, a partir das nossas observações e das nossas experiências diretas, sabemos que mentes criam sistemas ordenados, e desde logo, parece muito mais provável que um Agente Racional tenha ordenado o nosso Universo.

3. Evidências recolhidas no limiar da física moderna revelam que se qualquer uma das características do Universo tivesse sido ligeiramente diferente, a vida tal como nós a conhecemos seria impossível. Várias constantes físicas têm o valor certo até a um nível de precisão espantoso. Por exemplo, as forças gravitacionais e as forças eletromagnéticas têm que estar muito bem calibradas até uma parte em 10 elevado a 40, ou 1 em 10000000000000000000000000000000000000000 (1 seguido de 40 zeros). A vida é requintadamente bonita, e como tal, é o tipo de bem complexo que um Agente Racional valorizaria. A vida tem um valor imenso (será preciso fazer um desenho aos humanistas?), e como tal, faz mais sentido que o nosso Universo tenha sido obra de um Agente Poderoso e Racional.

4. A matemática funciona! Ela desempenha um papel fundamental na física e possibilitou inúmeras previsões acertadas que foram confirmadas por observações. Por que as leis da física podem ser escritas na linguagem da matemática? Mais uma vez, não dá para evitar a conclusão de que uma Mente (Mente com a qual os humanos partilham algumas características comuns, embora numa escala infinitamente menor) seja responsável pela composição deste nosso Universo.

5. É espantoso que o Universo seja ordenado, mas é ainda mais espantoso que nós sejamos capazes de o entender. Pode não ser surpreendente para um ateu que nós sejamos suficientemente racionais para sobreviver no nosso meio ambiente mais imediato, no entanto, é muito surpreendente que nós sejamos capazes de descobrir coisas sobre o mundo quântico. O sucesso da ciência depende da correspondência entre nossa mente e a estrutura profunda do nosso mundo. O teísmo cristão consegue explicar essa correspondência, mas o ateísmo apenas assume que o ser humano “teve sorte” e que essa correspondência não tenha qualquer significado. Para o cristão, o Universo pode ser compreendido porque a Mente que fez o Universo conferiu ao ser humano algumas das Suas capacidades (isto é, fomos feitos à Sua imagem). É por isso que o Criador com frequência ordena ao ser humano estudar e analisar a natureza porque, ao fazê-lo com o espírito aberto às evidências, o ser humano facilmente se apercebe de que essa natureza nunca poderia ser obra do acaso, mas sim efeito de um processo criativo intencional.

“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso: olha para os seus caminhos, e sê sábio” (Provérbios 6:6). “Olha para a altura das estrelas; quão elevadas estão!” (Jó 22:12). “Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas?” (Jó 39:1). “Tudo o que o Senhor quis, Ele o fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos” (Salmo 135:6).