Calamidade assustadora |
O
ebola poderia matar um milhão de pessoas até o fim de janeiro, advertem
planejadores de desastre do governo norte-americano. Especialistas também
disseram que a doença pode se tornar endêmica e algumas clínicas começaram a recusar
vítimas, de acordo com a revista Forbes.
Os EUA estão enviando 400 mil kits de
cuidados domésticos com batas protetoras, máscaras, luvas, cloro e medicamentos
para a Libéria, país no centro do pior surto da doença, informou o jornal
britânico The Times. A proposta de
assistência domiciliar é baseada em um modelo usado pela última vez para
erradicar a varíola na África, na década de 1960. No entanto, a população da
região é três vezes maior do que era então e é agora muito mais concentrada em
favelas urbanas densas.
Alguns especialistas temem que o surto, que já dura seis meses, possa não ser mantido sob controle em um futuro próximo, e, ao invés disso, a doença se torne endêmica. “A atual perspectiva epidemiológica é sombria”, disseram os autores de um estudo publicado na New England Journal of Medicine. “Para o médio prazo, pelo menos, devemos encarar a possibilidade de que [o ebola] se torne endêmico entre a população humana da África Ocidental, uma perspectiva que nunca tinha sido contemplada.”
O
Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CCPD) dos Estados Unidos afirma
que poderia haver 1,4 milhão de infecções na Libéria e na Serra Leoa até o fim
de janeiro. E a Organização Mundial de Saúde, que estima que o número de casos
nos próximos quatro meses chegaria a “centenas de milhares”, informou também
que a taxa de mortalidade da infecção, que causa febre hemorrágica, é superior
a 70%, acima dos 50% calculados anteriormente.
O
pior quadro possível ainda considera a possibilidade de o vírus sofrer uma
mutação e, assim, modificar sua forma de contágio. De acordo com o diretor de
Estratégia da OMS, Christopher Dye, coautor do estudo que sustenta que a doença
poderia se tornar endêmica em países africanos, se, como tantos outros, o vírus
fosse transmitido pelo ar, ao invés do contato direto com fluídos corporais, as
consequências seriam muito sérias.
Por outro lado, se as intervenções para a contenção do ebola atingissem o êxito total, o vírus desapareceria nos humanos em questão de meses e retornaria a seus portadores originais: os morcegos.
As
estimativas alarmantes vêm em meio à crescente onda de violência contra os
profissionais de saúde. Sete estrangeiros foram mortos na remota aldeia de
Womey, na Guiné, no início de setembro, depois de a equipe de médicos e
jornalistas ter ido ao local para aumentar a conscientização sobre a doença.
Seus corpos mutilados foram encontrados em uma latrina, informou o The Guardian. Em 24 de setembro, a
polícia prendeu 27 pessoas com ligações com o assassinato.
Em
outro lugar na Guiné houve motins, pois as pessoas temiam que o desinfetante
que estava sendo pulverizado em um mercado poderia ter espalhado a doença.
Serra
Leoa ordenou que todos os seus seis milhões de habitantes ficassem em casa por
três dias na semana passada, em uma tentativa desesperada de controlar o surto.
Os profissionais de saúde foram de porta em porta, encontrando 130 vítimas que
foram então isoladas. O governo alegou que 85% da população agora acredita que
o ebola é real.
Porém, em Monróvia, capital da Libéria, a instituição Médicos Sem Fronteiras informou que estava recusando tantos pacientes quanto os que estavam sendo admitidos na clínica de 160 camas. Uma das três existentes em Monróvia, a clínica contabilizou 350 mortes no mês passado. Algumas noites, até cinco pessoas morrem no local.
Tom
Frieden, diretor do CCPD, declarou, no último dia 21 de agosto, em uma coletiva
de imprensa, que, ao contrário de alguns rumores, os casos não estão diminuindo.
Pelo contrário: “Eu gostaria de não ter que dizer isso, mas [a situação] vai
piorar antes de melhorar.”
O
surto é o pior desde que o vírus foi identificado em 1976, no Zaire (atual
República Democrática do Congo).
Nota: Infelizmente,
esse tipo de calamidade foi previsto e deve aumentar: “E haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares” (Mt 24:7). O único alento que encontramos em tudo isso é que as epidemias prenunciam a solução definitiva de todos os
problemas deste planeta: a volta de Jesus. [MB]