Projeção: dez mil casos por semana |
Até
o fim desta semana, o planeta atingirá a marca de 9 mil casos de ebola e
4.500 mortes. A informação foi revelada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
em uma reunião que aconteceu nesta manhã. A batalha do mundo contra a pior epidemia já registrada
desta doença ganhou novos contornos nesta semana, depois que a Organização
das Nações Unidas (ONU) emitiu alertas preocupantes sobre a seriedade
da situação e disse que os esforços atuais da comunidade internacional “não são
suficientes”. “Ou paramos o ebola agora ou enfrentaremos uma situação sem
precedentes e para a qual não temos um plano”, alertou Anthony Banbury, chefe
da missão da ONU que se dedica ao combate da doença. Ainda segundo ele,
considerando o início de outubro, o mundo tem 60 dias para colocar 70% das
pessoas infectadas em tratamento e 70% dos mortos enterrados de forma adequada.
Caso contrário, a quantidade de novos casos aumentará e sobrecarregará a
capacidade de resposta que é possível promover hoje.
No
início da semana, a OMS revisou as estimativas futuras sobre a
epidemia e prevê que, até o fim do ano, podem ser registrados entre 5 mil e 10
mil novos casos por semana. O aumento é significante, especialmente
considerando que atualmente a incidência está na casa de mil.
“Levará
meses antes que seja possível frear esta epidemia. Enquanto isso, temos que
garantir que a doença não se espalhe para outros países”, declarou uma
porta-voz da OMS na reunião desta quinta-feira. Portanto, a entidade decidiu
endurecer os esforços para conter os avanços do ebola em 15 países considerados
prioritários: Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Senegal, República do Benim,
Burkina Faso, Camarões, República da África Central, República Democrática do
Congo, Gâmbia, Gana, Mauritânia, Nigéria, Sudão do Sul e Togo.
A
segunda quinzena de outubro começou com o surgimento de novos casos de ebola em
diferentes partes do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma segunda enfermeira
teve o diagnóstico confirmado da doença. Amber Vison trabalhou com Nina Phan, a
primeira contaminada, no caso de Thomas Duncan, o liberiano que faleceu em
decorrência do ebola no Texas há alguns dias.
Já
na Espanha, uma enfermeira está isolada para tratamento e 15
pessoas que tiveram contato direto com ela encontram-se internadas. Há ainda 68
pessoas em vigilância.
(Exame)