quinta-feira, outubro 23, 2014

Nos passos dos pioneiros: Guilherme Miller

Pioneiro do movimento adventista
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem uma história riquíssima e seus pioneiros deixaram um tremendo legado de fé às gerações subsequentes. Ler de quando em quando sobre isso é importante, pois nos reconecta às nossas raízes proféticas, reafirma em nós o senso de missão e nos faz encarar o futuro com os olhos da esperança – a mesma visão pela qual viveram e morreram aqueles que se deixaram gastar por amor aos perdidos e para levar a mensagem de salvação a tantos quantos pudessem alcançar. Por isso Paulo escreveu: “Lembrem-se dos seus primeiros líderes espirituais, que anunciaram a mensagem de Deus a vocês. Pensem como eles viveram e morreram e imitem a fé que eles tinham” (Hb 13:7). Um desses líderes que marcaram profundamente a história do movimento adventista foi Guilherme Miller (1782-1849).

Conforme informações do site do Centro de Pesquisas Ellen G. White, Guilherme Miller teve uma forte formação religiosa, mas associou-se a companhias “erradas”. Seus amigos deixaram a Bíblia de lado e tinham vagas ideias a respeito de Deus e Sua personalidade. Aos 34 anos de idade, Miller ficou insatisfeito com suas ideias. O Espírito Santo impressionou seu coração e ele se dedicou ao estudo da Palavra de Deus. Em Cristo, Miller encontrou a resposta para todas as suas necessidades. Seu estudo o conduziu às grandes profecias que apontavam para o primeiro e o segundo advento de Jesus. As profecias com relação a tempo o interessavam, especialmente as profecias de Daniel e Apocalipse.

No ano de 1818, como resultado de seu estudo das profecias de Daniel 8 e 9, Miller chegou à conclusão de que Cristo voltaria em algum momento durante os anos de 1843 e 1844. Ele hesitou até 1831, antes que começasse a anunciar suas descobertas. O início do movimento adventista na América do Norte pode ser marcado a partir da primeira pregação pública de Miller. Nos meses e anos que se seguiram, cerca de cem mil pessoas passaram a crer na iminência da segunda vinda de Cristo, e por volta de um milhão tiveram contato com essa mensagem. Para ter uma ideia do alcance desse reavivamento religioso, basta ter em mente que a população norte-americana na época era de 17 milhões de habitantes.

Miller viveu por vários anos após o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844 (leia mais sobre isso aqui). Dormiu em Cristo em 1849. Uma pequena capela se encontra próxima a sua residência, em Low Hampton, Nova York, construída por Miller antes de ele morrer. Apesar dos equívocos a respeito do evento que estava para acontecer em 1844, Deus o usou para despertar o mundo para a proximidade do fim e preparar os pecadores para o tempo do juízo.

No dia 22 de outubro de 2014, exatos 170 anos depois do grande desapontamento, um grupo de cinco editores da Casa Publicadora Brasileira, um da Casa Editora Sudamericana (na Argentina) e o diretor associado do White Estate, Dr. Alberto Timm, visitaram o lugar em que um grupo de adventistas aguardou ansiosamente o encontro com Jesus em 1844. Esse dia especial para os viajantes do século 21 marcou o início de uma excursão inspiradora cujo objetivo é seguir os passos dos pioneiros.

Foi realmente inspirador orar sobre aquela rocha em que os mileritas aguardaram a vinda de seu Senhor. Foi marcante entrar na casa de Miller, ver sua mesa de estudos e, depois, visitar o cemitério no qual esse grande pregador está sepultado ao lado da esposa Lucy. Ellen White diz que um anjo guarda o túmulo de Miller. E o local é solene.

Deixamos a fazenda em Whitehall, Nova York, e rumamos para Washington, New Hampshire, a 149 km dali, a fim de conhecer a primeira igreja de adventistas guardadores do sábado. Ao lado do pequeno de templo de madeira está a sepultura de Rachel Oaks, a mulher que convenceu o pastor daquela comunidade de que o sábado é o verdadeiro dia do Senhor.

De Washington, fomos para New Bedford, Massachusetts (mais 251 km), onde planejamos visitar lugares relacionados ao pioneiro José Bates. Aguarde o relato, pois, a partir de agora, você acompanha diariamente os passos dos pioneiros, aqui no blog. Até amanhã.

Michelson Borges


Casa de Guilherme Miller, em Whitehall

Residência mantida pela IASD nos EUA

Mesa de estudos de Miller

Grupo de editores na Rocha da Ascensão: 170 anos depois