terça-feira, novembro 11, 2014

Ensinar criacionismo não, direitos gays, sim

Doutrinamento evolucionista na escola
[Meus comentários seguem entre colchetes e na nota abaixo. – MB] Escolas inglesas não poderão mais ensinar sobre o criacionismo e terão que promover desde as primeiras séries “o respeito pelos direitos dos homossexuais”. Caso contrário, poderão ter que fechar suas portas. O movimento liderado pela secretária de Educação Nicky Morgan fez uma “inspeção” em dezenas de escolas confessionais (cristãs, judias e muçulmanas) e anunciou que se trata de um plano para diminuir o radicalismo religioso na Inglaterra. A justificativa é que essas escolas não preparam seus alunos “para a vida na Grã-Bretanha moderna” [uma sociedade que se rendeu ao darwinismo e ao ateísmo?]. As instituições que não se adequarem estão sujeitas a multas e a terem suas licenças de funcionamento revogadas. A chamada “Lei de Igualdade” foi instituída neste ano no Reino Unido, exigindo uma maior aceitação de homossexuais e transgêneros, bem como pessoas de outras religiões e raças [igualdade para todos, menos para os criacionistas?]. Morgan afirmou à imprensa ser “fundamental” que as escolas “promovam ativamente” em seu currículo os valores britânicos, incluindo o respeito mútuo e a tolerância com pessoas de diferentes crenças [menos com as crenças criacionistas? Que tipo de respeito e de tolerância é esse?].

O debate vai mais longe quando se leva em conta que no mês passado a secretária de Educação entregou uma declaração ao Parlamento Britânico na qual condena a propagação de pontos de vista religiosos dentro das escolas. Ela mencionou um relatório que indicaria como é “radical” o ensino do criacionismo e comparou-o com o extremismo religioso islâmico. Sendo assim, existe uma pressão para que não se mencione nenhuma outra possibilidade além da teoria da evolução nos livros escolares [e o design inteligente, que não é criacionismo nem religião? Também não pode?]. A partir deste ano a maioria terá um módulo sobre Evolucionismo no nível primário (5-6 anos). [Isso, sim, é que é doutrinação!]

O anúncio do governo de que as escolas que “promoverem pontos de vista extremistas” não mais receberão incentivos financeiros gera uma situação bastante delicada. Historicamente, a maioria das escolas da Inglaterra foi fundada pelas igrejas, que mantém graus diferentes de influência até hoje. [Na verdade, a maioria das grandes universidades teve um berço religioso, mas agora querem cuspir nesse prato...]

Pela atual legislação inglesa, isso decretaria o fim de muitas das escolas confessionais cristãs, já que a maioria das igrejas do país não teria condições de sustentá-las. As escolas muçulmanas são bem mais recentes e não dependem do governo, por isso teriam mais independência em seus currículos. [O que vai acontecer, então? Escolas como as adventistas serão proibidas de ensinar seu ponto de vista sobre as origens e seus valores éticos que tão bem as distinguem e que estão fundamentados nas Escrituras e em sua visão de mundo criacionista. Enquanto isso, as escolas muçulmanas continuarão de portas abertas. E a islamização da Europa continuará de vento em popa.]

Não está claro que as histórias bíblicas como um todo estão proibidas, mas a situação está causando muito debate na sociedade inglesa. Entre as novas diretrizes, há orientações para que “em nome da igualdade” os professores “desafiem” as crenças religiosas dos alunos, além da proibição da comemoração na escola de festas religiosas como Natal e Páscoa. [É justo um professor adulto desafiar a crença de crianças? Isso é igualdade?]

Embora muitos celebrem as medidas como um avanço, a maioria ainda se mostra contrária a que o governo interfira na maneira como as escolas religiosas ensinem seus alunos. Em 2012, uma pesquisa realizada com profissionais do ensino fundamental e médio do país mostrou que cerca de 30% dos professores de ciências da Grã-Bretanha acreditava que o criacionismo deveria ser ensinado juntamente com a Teoria da Evolução. [Mas quem vai se importar com um terço dos professores?]


Nota: É um precedente um tanto preocupante para escolas que se “atrevem” a ensinar seus alunos a fazer comparações e a não idolatrar a teoria da evolução como “verdade científica” inquestionável. Imagine se essa moda pega entre os esquerdistas de outros países, que adoram defender os direitos dos homossexuais e combater a visão “ultrapassada” dos cristãos... Mais um detalhe: releia os trechos que grifei acima e perceba como cada vez mais o criacionismo é visto como “radicalismo religioso” e fundamentalismo. [MB]