quinta-feira, novembro 13, 2014

Fundador da igreja mórmon teve cerca de 40 esposas

Usou a religião para manter um harém
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias admitiu que seu fundador, Joseph Smith, casou-se com cerca de 40 mulheres, incluindo uma de 14 anos e outras que já eram esposas de seus seguidores, depois de insistir durante 200 anos que ele era monógamo. A igreja mórmon tem tentado esclarecer certos aspectos de sua história, incluindo a poligamia praticada por Smith e Brigham Young, que ajudou a fundar a cidade de Salt Lake City, no Estado norte-americano de Utah, a sede da igreja mórmon. “Joseph teve várias esposas adicionais e autorizou outros santos dos últimos dias a praticar o casamento plural”, afirmou um documento da igreja intitulado “Casamento Plural em Kirtland e Nauvoo”, enfatizando que “estimativas cuidadosas colocam o número entre 30 e 40”.

A igreja foi amplamente criticada pela maneira como tratava mulheres, negros “que não podiam ocupar altos cargos em sua hierarquia até 1978” e gays, banidos de seus templos se fossem sexualmente ativos.

As esposas de Smith eram, sobretudo, mulheres entre os 20 e os 40 anos, mas Helen Mar Kimball, filha de amigos próximos, foi separada para ele meses antes de completar 15 anos. “O casamento plural era difícil para todos os envolvidos. Para Emma, esposa de Joseph Smith, era uma provação abominável”, afirma o texto, parte de uma coleção publicada ao longo do ano passado.

A igreja, fundada em 1830, proibiu a poligamia em 1890, quando o governo dos Estados Unidos ameaçou destituir Utah da condição de Estado. [Bringham Young foi o primeiro governador do Estado do Utah.]


Nota: Em viagem recente aos EUA, tive a oportunidade de conhecer o Centro de Visitação da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em Palmyra, no estado de Nova York. Segundo os mórmons, foi ali que Joseph Smith teria recebido do “anjo” Moroni as placas de ouro que teriam originado o Livro de Mórmon (placas que depois foram convenientemente levadas de volta pelo anjo). Aproveitei a oportunidade para confirmar algumas suspeitas. Perguntei ao guia (um senhor na casa dos 60 anos, de terno e gravata e falante do inglês e do alemão) se Moroni havia sido um anjo ou um ser humano. Ele me disse que Moroni foi um ser humano que, depois de morto, apareceu a Smith como espírito. Confirmação número 1: os mórmons são espíritas. Depois perguntei que livro é mais importante para eles, a Bíblia ou o Livro de Mórmon. Ele me disse que a Bíblia contém “contradições” e que o Livro de Mórmon veio para explicar e esclarecer esses “problemas”. Confirmação número 2: os mórmons colocam seu livro acima das Escrituras Sagradas. E ainda o chamam de “Um Outro Testemunho de Jesus Cristo”, sendo que em Gálatas 1:8 Paulo adverte: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.



Quanto à poligamia dos primeiros líderes da denominação, o site oficial deles traz a seguinte explicação: “Em certas épocas e para Seus propósitos específicos, Deus, por meio de Seus profetas, ordenou a prática do casamento plural (às vezes chamado de poligamia), que significa um homem ter mais de uma esposa viva ao mesmo tempo. Obedecendo a um mandamento de Deus, os santos dos últimos dias seguiram essa prática por cerca de 50 anos, no século XIX.”

Isso é o que dá seguir um livro ou (1) inventado por alguém ou (2) dado por um “espírito”. A Bíblia é muito clara em informar que Deus criou o casamento monogâmico heterossexual (Adão e Eva), e que o primeiro polígamo da história foi Lameque, um dos filhos do ímpio Caim. Deus até tolerou a poligamia de alguns patriarcas e reis, mas nunca a aprovou nem ordenou que fosse praticada. Aliás, os que a praticaram, imitando as nações pagãs, sempre colheram sofrimentos.

Estátua do "anjo" Moroni, folheada a ouro
No livro mórmon Doutrina e Convênios (132), há esta declaração absurda: “62-63: E se dez virgens lhe forem dadas [a Joseph Smith] por essa lei, ele não estará cometendo adultério, porque elas lhe pertencem e lhe foram dadas; portanto ele está justificado. Mas se uma ou qualquer das dez virgens, depois de desposada, estiver com outro homem, terá cometido adultério e será destruída; porque elas lhe são dadas para multiplicar e encher a Terra, de acordo com meu mandamento, e para cumprir a promessa feita por meu Pai antes da fundação do mundo e para sua exaltação nos mundos eternos, a fim de gerar as almas dos homens; pois nisso se perpetua a obra de meu Pai, para que ele seja glorificado.”

Colocam Deus e Jesus na história para justificar uma atitude injustificável!

E o governador Young disse também: “Esta é a razão por que a doutrina da pluralidade de esposas foi revelada: para que os nobres espíritos que estão esperando por tabernáculos possam nascer” (Discursos de Brigham Young, p. 197). O que confirma a visão espírita da igreja.

Esses casamentos múltiplos eram chamados de “selamento” ou “casamento eterno”, com a desculpa de que quem se casasse assim estaria selado para a eternidade e manteria esse relacionamento para sempre. Com isso, Smith convenceu cerca de 40 mulheres de que elas fariam parte de seu harém celestial. No mínimo, conseguiu manter o harém por aqui mesmo, antes de ser morto por linchamento em 1844, aos 39 anos, numa cadeia em Cartago, Illinois.

Quanto ao Livro de Mórmon, qualquer dia desses posto aqui algumas de suas muitas contradições. [MB]