quinta-feira, março 19, 2015

Evento ateu em universidade pública pode?

Quando palestras ou eventos promovidos por acadêmicos, muitas vezes qualificados pesquisadores de renome nacional e/ou internacional, docentes de universidades públicas, são promovidos em universidades públicas para discutir o Design Inteligente, uma teoria científica, ou o criacionismo científico, que busca na racionalidade da ciência razões para a sua fé, toda uma galera se levanta, majoritariamente de ateus e agnósticos, e faz uma forte campanha inquisitiva com ameaças e denúncias de uso de dinheiro público e de universidades laicas para a propagação de supostas “crenças religiosas”. Sites e blogs notoriamente ateus divulgam opiniões de ateus que não raramente difamam os participantes acusando-os de “sem qualificação para falar de ciência”, ou de desonestos e outros adjetivos pejorativos, e de não terem convidado o outro lado para o contraponto. E não se fartam até que o evento seja cancelado. Você certamente conhece alguns desses casos. [Isso aconteceu na Unicamp, lembra?]

Emblemático, portanto, o evento anunciado no cartaz acima: um encontro de ateus (e agnósticos ateus) realizado em uma universidade pública e com o apoio/patrocínio de uma universidade pública, e com alguns palestrantes de reputação acadêmica difícil de averiguar, mas certamente não superior à de muitos dos palestrantes de eventos censurados, e tendo como tema evolução x criacionismo. Ou seja, não queremos aqui promover nenhum tipo de censura, pois a TDI BRASIL defende o livre debate acadêmico de ideias e teorias, mas fica a pergunta: Poderia então uma universidade laica e pública apoiar/patrocinar e ceder seu auditório para a realização de um encontro de ateus que tem como parte de seu tema o criacionismo, enquanto esses mesmos ateus são vigorosamente contra eventos semelhantes, quando promovidos por acadêmicos em universidades públicas sobre o mesma tema? Ateu criticar pode, cientista teísta ou defensor da TDI apoiar não pode não? Seriam nossas universidade públicas verdadeiramente laicas ou seriam elas, na realidade, ateias, e apoiariam – com recursos públicos recolhidos dos impostos de todos nós – só uma parte da sociedade restrita por uma posição filosófica e (a)teológica? Você responde.

(Design Inteligente, via Facebook)