sexta-feira, março 27, 2015

Fóssil inédito é encontrado na Bacia do Araripe, no Ceará

Igual a sua versão moderna
Um achado fóssil inédito de 120 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista] [foi] anunciado por pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca), no Geopark Araripe, em Crato. Trata-se de uma planta do período Cretáceo inferior que ainda possui representantes atuais na encosta da Chapada do Araripe, conhecida popularmente como Japecanga, da família da Smilacaceae. Um artigo sobre a descrição do fóssil foi publicado recentemente nos anais da Academia Brasileira de Ciências para anunciar a descoberta do achado, cujo nome Cratosmilax jacksoni é uma homenagem ao professor Jackson Antero (in memoriam). O docente foi um dos grandes nomes que se ergueu no Cariri na luta incansável pela preservação da Chapara do Araripe, e chegou a ser o chefe da Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe (APA – Araripe).

A Smilacaceae é uma família de plantas monocotiledôneas basais que ocorrem em basicamente todos os continentes e está relacionada com a origem de plantas com flores. Fósseis dessa família são conhecidos desde o Cretáceo Superior. No artigo é apresentado o novo gênero e espécie (Cratosmilax jacksoni) da família do Cretáceo Inferior (Aptiano-Albiano), encontrado em lâminas de calcário da Formação Crato, na Bacia do Araripe.

Ainda conforme os pesquisadores é o mais antigo registro de Smilacaceae. O fóssil descrito é baseado em uma folha com características semelhantes às do gênero Smilax, frequente nas Américas, Europa e sudeste asiático.

Segundo o orientador da pesquisa, professor Álamo Feitosa, o fóssil em perfeito estado foi resgatado nas minas de calcário laminado, em Nova Olinda. O achado ocorreu em 2012. O trabalho de descrição foi realizado por uma equipe de pesquisadores da Urca, e tem como autora a professora Flaviana Jorge de Lima. Ela destaca que essa é a primeira pesquisa a ser descrita com localidade estratigráfica, possibilitando estudos detalhados das camadas das rochas.


Nota: É interessante notar como fósseis tidos como tão antigos frequentemente são muito parecidos com seus correspondentes vivos. O mais comum é que sejam geralmente maiores, mas com a mesma configuração e complexidade de seus descendentes. [MB]