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Votação surpreendente nos EUA |
Numa decisão histórica,
a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou nesta sexta-feira (26) o casamento
entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Os 13 estados que ainda proibiam
não podem mais barrar os casamentos entre homossexuais, que passam a ser
legalizados em todos os 50 estados americanos. A decisão veio por cinco votos
contra quatro. O casamento tem sido uma instituição central na sociedade desde
os tempos antigos, afirmou o tribunal, “mas ele não está isolado das evoluções
no direito e na sociedade”. Ao excluir casais do mesmo sexo do casamento,
explicou, nega-se a eles “a constelação de benefícios que os estados
relacionaram ao casamento”. O tribunal acrescentou: “O casamento encarna um
amor que pode perdurar até mesmo após a morte. Estaria equivocado dizer que
estes homens e mulheres desrespeitam a ideia de casamento... Eles pedem
direitos iguais aos olhos da lei. A Constituição lhes concede esse direito”,
ressaltou, segundo a agência AFP. [...]
O caso analisado pela
decisão desta sexta se referia aos estados de Kentucky, Michigan, Ohio e
Tennessee, onde o casamento é definido como a união entre um homem e uma
mulher. Esses estados não permitiram que os casais do mesmo sexo se casassem em
seu território e também se negaram a reconhecer os casamentos válidos em outros
estados do país. [...]
Como informa a agência
EFE, o governo do presidente Barack Obama já tinha manifestado abertamente sua
postura a favor do casamento homossexual depois que, pela primeira vez, o
próprio líder declarou apoio à causa em 2012. Obama disse no Twitter que a
aprovação é um grande passo para a igualdade de direitos. “Casais de gays e
lésbicas têm agora o direito de se casar, como todas as outras pessoas.
#Oamorvence”, disse o presidente. [...]
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Casa Branca colorida |
Nota: Levando em conta a notícia acima, que teve ampla
repercussão em todo o mundo e grande apoio nas redes sociais, com pessoas e
instituições (a Casa Branca mudou a imagem do seu perfil no Facebook) adotando
as cores do arco-íris em apoio à causa gay, quero tratar aqui de, pelo menos, três
pontos:
1. Já disse várias vezes aqui que não posso ser contra a
união estável entre pessoas do mesmo sexo, pois cada um faz o que bem entende
da sua vida e o Estado tem o dever de garantir certos direitos aos cidadãos,
sejam eles quem forem, tenham a orientação sexual que tiverem. O que não posso
aceitar é a redefinição da palavra “casamento”, e que isso venha de uma nação
fundada sobre bases bíblicas, por protestantes vindos da Europa com o objetivo
inicial de ser fiéis à Palavra de Deus. Embora Obama tenha cantado o
tradicional hino evangélico “Amazing Grace” no funeral de uma senadora (confira), a verdade é que, com sua atitude em relação ao “casamento” gay, ele deixa
claro que sua religião é nominal, não se importando com o que diz a Bíblia –
exatamente como a maioria dos cristãos hoje em dia. Alguém poderia dizer: “Mas
ele cantou sobre a graça de Deus, que é inclusiva e perdoadora.” Sim, é. Mas,
como diz Judas 4, não é correto valer-se da graça de Deus para acobertar o
pecado. A graça nos livra do pecado, nos dá poder para vencê-lo, não passa a
mão na cabeça do pecador. E aqui é preciso deixar claro, também, outro detalhe
nessa discussão: ter tendências homossexuais não é pecado, praticar relações
homossexuais, sim. Todo ser humano tem seus pontos fracos e suas lutas contra
tentações específicas. O que não podemos é nos render a essas tentações como se
pecar fosse algo inevitável ou até desejável.
2. Essa aceitação da união entre pessoas do mesmo sexo como
se fosse casamento igual ao dos heterossexuais é outra evidência de que a
crença criacionista foi pro ralo nos Estados Unidos e em quase todo o mundo. A
Bíblia apresenta o primeiro casamento tendo sido celebrado por Deus, envolvendo
um homem (Adão) e uma mulher (Eva). E Jesus Cristo reforçou isso em Marcos
10:6-8: “Mas no princípio da
criação Deus ‘os fez homem e mulher’. ‘Por esta razão, o homem deixará pai e
mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’. Assim, eles
já não são dois, mas sim uma só carne.” Uma só carne (casamento) = homem +
mulher. A descrença na literalidade dos primeiros capítulos de Gênesis levou
não apenas à dissolução da crença no casamento monogâmico heterossexual, mas
também à descrença no sábado bíblico, abrindo caminho para a aceitação do falso
dia de guarda, o domingo. Está tudo no mesmo “balaio”: o falso casamento e o
falso dia de guarda. Quando se abandonam as verdades sustentadas pela visão
criacionista bíblica, escancara-se a porta para uma série de absurdos
religiosos e comportamentais. Assim, as duas instituições edênicas – o
casamento e o sábado – foram substituídas por contrafações.
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Onda gay nas redes sociais |
3. Com a doutrinação adequada, leis antes
tidas como absurdas acabam sendo aceitas naturalmente. Anos de glamourização
dos relacionamentos homossexuais em filmes, seriados e novelas acabaram
“fazendo a cabeça” do povo. Isso também aconteceu no Brasil, com as novelas
exibindo beijos gays em horário nobre, de forma
que, com o tempo, praticamente todo mundo passou a ver isso como algo aceitável
e até admirável. Você duvida que, com a insistência do Vaticano/papa na defesa do domingo como dia da família e da natureza, será bem fácil promulgar uma lei
que o torne obrigatório? O Parlamento Europeu já concorda com isso. Outros
países também. Assim como outros países já permitiam o “casamento” gay. Mas,
quando os EUA tornam isso obrigatório, essas leis têm mais força e muitos
outros lhe seguem o exemplo. Muitas pessoas adotaram as cores do arco-íris em
seus perfis nas redes sociais simplesmente para embarcar na “onda”. Quantas
outras ondas e leis virão por aí? [MB]
Assista também a este vídeo (aqui, em inglês) pata entender as possíveis consequências para as igrejas dessa decisão da Suprema Corte norte-americana.
Detalhe curioso sobre a bandeira gay: enquanto o arco-íris tem sete cores (número bíblico da perfeição), a bandeira gay tem seis.