quarta-feira, agosto 19, 2015

Como a fé pode ajudar o meio ambiente?

Interesse comum unindo todos
Três líderes religiosos [debateram] a participação das religiões e o papel da fé na preservação do meio ambiente. O encontro [foi realizado ontem], 19 de agosto, e [teve] transmissão online. No dia 18 de junho, o Vaticano divulgou um documento histórico. Foi a primeira vez que um papa dedicou a íntegra de uma encíclica para falar sobre o meio ambiente. Nela, Francisco traçou uma conexão entre as mudanças climáticas e a crise ambiental vivida atualmente, e afirmou que o homem é responsável pelo aquecimento global. “Se a tendência atual continuar, este século poderá testemunhar mudanças climáticas inéditas e uma destruição sem precedentes dos ecossistemas, com graves consequências para todos nós”, diz um trecho do documento. Na já chamada “encíclica verde”, o papa, apelou para a responsabilidade de todos na proteção do planeta, “que está sendo destruído”: “A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de realizar mudanças de estilo de vida, de produção e consumo, para combater o aquecimento global ou, pelo menos, as causas humanas que o provocam e o agravam.”

O WWF-Brasil atendeu ao apelo papal e convocou três líderes religiosos para debater formas de ajudar o meio ambiente. No preparatório para a 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em dezembro em Paris, e cujo resultado influenciará o destino de quase 200 países, é primordial discutir o problema das mudanças climáticas no âmbito da relação harmoniosa entre o homem, a sociedade e a natureza, explorando a questão de uma forma mais ampla, ecumênica e democrática.


Nota: O leitor Anderson Moura, de Guarulhos, SP, participou do evento e me enviou o relato a seguir: “Estive num evento hoje da WWF-Brasil, a trabalho, que tinha seguinte tema ‘Fe e mudanças climáticas’. Nesse evento, tinha um cientista, um bispo católico, um sheik muçulmano e um rabino, além de um professor. Três pontos interessantes que observei e vão ao encontro das profecias e do que você tem falado no blog: (1) usar a força das religiões para catequizar as pessoas a respeito da questão ambiental (fala de todos interlocutores); (2) trabalhar de maneira concreta a proposta da última encíclica papal (fala do bispo); (3) a humanidade não irá avançar se os seres humanos não trabalharem de maneira conjunta como tem sido nas últimas décadas (fala de um cientista). Tudo se encaminhando para aquilo que sabemos: todos hoje estão mudando seu modo de pensar e, acima de tudo, tudo está convergindo para que o papa seja a liderança que os unirá. A partir daí, ele terá autonomia e poder para definir normas que sabemos quais serão, pois as pessoas estarão catequizadas pelos seus líderes a obedece-lhe em prol do bem maior, ou seja, a saúde do nosso planeta.”