quinta-feira, agosto 06, 2015

E-mails que nos alegram (59)

Conheci Gabrielle em Campo Grande
A ex-ateia que encontrou sentido na vida ao se permitir conhecer Deus

“Olá, Michelson. Foi uma oportunidade incrível te conhecer pessoalmente ao visitar minha cidade, Campo Grande, MS. Até mesmo porque, mesmo sem saber, você teve grande influência nos percalços deste meu último ano, o qual mudou toda a minha visão de mundo e vida. Tudo começou quando eu era bem nova, lá pelos meus 11 anos de idade. Não tive influência familiar para a escolha de uma religião, por isso até então nunca havia pisado numa igreja e só ouvia falar sobre. Como muito curiosa e cética desde sempre, aceitei o primeiro convite de conhecer a igreja que há perto da minha casa. E foi aí que começou a minha andança pelas religiões, cultos, grupos e células: passei pela católica, espírita, batista, budista, umbandista, evangélica e, finalmente, cheguei à igreja adventista. Poderia muito bem estender minha andança e me infiltrar talvez entre os judeus e testemunhas de Jeová. Talvez conhecer os hindus e islâmicos... Mas é aqui que você entra, Michelson.

“Primeiramente, aos meus 16 anos, já me declarava ateia, mas não apenas declarava como atuava como uma verdadeira ateia chata. Eu realmente queria entender por que os cristãos acreditam nesse livro chamado Bíblia Sagrada e não em qualquer outro livro de ficção. Como amante de biologia e ciências, comecei meus estudos por conta própria sobre a evolução e a teoria do Big Bang – era meu assunto preferido e adorava discutir sobre isso.

“Aos meus 18 anos, fui além, entrei para a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no curso de Ciências Biológicas, e meu maior interesse era conhecer as origens: de onde viemos e para onde vamos. Na universidade, travei uma verdadeira batalha contra o tempo e entrei em todas as disciplinas e estágios que me levavam para mais perto das respostas que acalmariam minha curiosidade. Descobri a Paleontologia e decidi que seguiria o caminho dos dinossauros, para entender melhor a vida em nosso planeta.

“Para você ter uma ideia, eu fazia estágio de botânica, outro de zoologia, me infiltrava nas aulas de química e geologia dos cursos de engenharia (já que essas disciplinas, no meu curso, não davam a base necessária para passar no mestrado de Paleontologia) e buscava cursos em outros Estados, sobre arqueologia e a própria Paleontologia. Isso tudo além das aulas em tempo integral do meu curso, aula de inglês e os exercícios físicos que não podem sair do meu cronograma diário.

“Segui nessa batalha por alguns semestres, mas, infelizmente, eu estava no lugar errado e na hora errada. A UFMS é referência nacional em botânica, em virtude dos biomas riquíssimos que possuímos em nosso Estado. No entanto, a área de zoologia e a de geologia são muito precárias. Minha única alternativa era sair do Estado e terminar minha graduação em outra universidade que possuísse esses respaldos. Sem a possibilidade financeira, emocional e psicológica de me mudar de Estado, resolvi mudar meu caminho. Precisava chegar às respostas e deveria ter outro meio. Acontece que ele estava na frente do meu nariz o tempo todo.

“Desde meu ensino médio, conquistei um amigo para a vida toda. O Marlon é adventista e foi o único cristão com quem consegui conversar sobre religião e evolução, sem tornar tudo pessoal. Ele tinha conhecimento e respostas para as minhas perguntas, coisa que em nenhuma outra igreja havia encontrado. Pelo contrário, quando questionava muito, me deparava com a hostilidade e o afastamento.

“Foi quando iniciamos um estudo bíblico. Pegávamos a Bíblia e livros de história. Fomos atrás de sites e blogs que mostravam as evidências e não só testemunhos bonitos e inflados. Precisava sentir que esse livro não foi um elo perdido no tempo, de um mundo paralelo, de um mundo de imaginação dos tais profetas. Eu precisava entender como um livro escrito por várias pessoas, há tanto tempo, correndo o risco de manipulação e perda de informações importantes nas traduções, ainda mantinha o carisma e a confiança de tanta gente. Eu precisava entender por que as pessoas não aceitavam a teoria do Big Bang; por que não conseguiam perceber que é muito mais possível a evolução de milhões de anos chegando a toda esta perfeição. Afinal, só alcançamos a perfeição depois de muito treino.

“Pois foi quando o Marlon me deu a última ‘carta’: disse que eu não conheceria a verdade apenas lendo o livro; eu precisava me permitir sentir. Eu precisava ajoelhar e pedir que Deus me desse a luz, o conhecimento e a sabedoria. Isso era ultrajante para mim, percebe? Uma ateia se ajoelhando e pedindo, dando permissão a um Ser que ela acreditava ser completamente impossível! Não. Continuei meus estudos, devorei seu blog com os olhos, e a cada notícia lida ou profecia estudada, algo mudava dentro de mim. Talvez eu estivesse começando a entender...

“Ao longo do tempo, larguei de ser chata e minha conversa com os cristãos passou de violenta para muito amigável. Eu estava automaticamente entrando numa sociedade – e me inteirando dela – antes inacessível. Já não me entendia com os próprios ateus e achava um absurdo o que eles declaravam.

“Foram meses de estudo e eu já estava me sentindo em casa na igreja adventista. A forma como todos me recepcionaram e respeitaram minhas ideias me confortava de tal forma que me sentia conquistada. Me sentia querida. Foi quando dei a grande chance: entrei para o coral da igreja. Senti por meses aquela emoção de adorar a Deus e levar esse sentimento para outras pessoas durante uma apresentação. Talvez eu seja molenga que nem manteiga, mas eu me senti realmente comovida com tudo isso. Foi como um véu caindo. Ajoelhei e pedi a Deus que me revelasse, que me guiasse e orientasse para o caminho da luz. Eu cedi tanto que abandonei o termo ‘ateia’. Talvez nem agnóstica eu fosse mais...

“Cheguei a um cenário nunca antes imaginado: o estudo da Bíblia, aliado às evidências (na maioria das vezes trazidas pelo seu blog) e à oportunidade de conhecer esse sentimento de adorar a Deus mudaram em mim algo bem profundo. Senti-me satisfeita; sentia-me como se, finalmente, tivesse achado o caminho que procurava. 

“A partir daí não só minha vida mudou completamente, como a dos meus familiares. Tragédias aconteceram. Tragédias que nunca alguém pensaria que pudessem acontecer aconteceram. Aconteceram pequenos detalhes que acabariam com seu dia. Toda e qualquer ‘coincidência’ aconteceu. Coisas um tanto inexplicáveis e muito duvidosas aconteceram. Não que elas não acontecessem antes, mas não nesse volume e tão descaradamente. Uma grande batalha entre o bem e o mal culminou em minha família. E a única coisa que me mantinha firme era a esperança de que Deus ouvia minhas preces.

“Hoje eu afirmo que tudo está diferente. E bem diferente! O resultado da grande tragédia é o que está unindo a minha família e toda a harmonia em casa mudou. Os ensinamentos de Deus me mudaram totalmente e hoje eu vejo meus familiares de outra forma. Os dez mandamentos, que antes eu via como bobagem, mudaram completamente a minha forma de ver e sentir o mundo. E eu finalmente encontrei meu caminho. Larguei o curso de Ciências Biológicas e comecei Administração. Conheci o marketing e hoje sou especialista em Marketing Digital e empresária na minha agência. Pessoas excepcionais entraram na minha vida e, ao lado de Deus, estou conquistando todos os meus sonhos.

“Como lembrança dos caminhos por onde passei, trago no braço direito a tatuagem de um dinossauro. Quando fiquei sabendo da sua visita à minha cidade, não pude deixar de cumprimentá-lo e fazer com que soubesse que o seu trabalho foi um grande fator para a mudança de vidas. Que a busca pela Palavra e por Deus mudou a minha vida e a de meus familiares. Hoje eu estou tão feliz como nunca! É isso aí! Sou uma ex-ateia, graças a Deus.

Gabrielle de Castro, Campo Grande, MS

Nota: Creio que teremos muitos presentes na eternidade, mas alguns Deus já nos permite desembrulhar aqui mesmo. A Ele toda a honra e toda a glória! [MB]