terça-feira, junho 30, 2015

Programa Origens: complexidade irredutível

Papa recebe tchecos e recorda Huss, que a igreja matou

Huss morreu como mártir
No final da manhã [de] segunda-feira (15/6), o papa Francisco recebeu em audiência uma delegação da República Tcheca por ocasião dos 600 anos da morte de Jan Hus [John Huss]. Hus foi um teólogo e reformador religioso da Boêmia, além de Reitor da Universidade Carolina de Praga. No seu discurso aos ilustres representantes da Igreja tcheco-eslovaca hussita e da Igreja evangélica dos Irmãos tchecos, Francisco afirmou que o encontro oferecia a oportunidade para renovar e aprofundar as relações entre as comunidades. Muitas disputas do passado – continuou o Santo Padre – pedem para serem revistas à luz do novo contexto no qual vivemos; acordos e convergências serão alcançados se afrontarmos as tradicionais questões que provocam conflitos com um olhar novo, acrescentou o papa. Sobretudo, não podemos esquecer que a compartilhada profissão de fé em Deus Pai, no Filho e no Espírito Santo, na qual fomos batizados, já nos une em vínculos de autêntica fraternidade.

O Santo Padre recordou em seguida que já em 1999, São João Paulo II, falando durante um Simpósio internacional dedicado a este nobre personagem, expressou a sua “tristeza pela cruel morte a ele infligida e o inseriu entre os reformadores da Igreja”. À luz de tal abordagem, exortou o papa, é necessário continuar o estudo sobre a pessoa e a atividade de Jan Hus, que por muito tempo foi objeto de conflito entre cristãos, enquanto hoje se tornou motivo de diálogo. Essa pesquisa, conduzida sem condicionamentos de tipo ideológico, será um importante serviço à verdade histórica, a todos os cristãos e a toda a sociedade, também para além das fronteiras da nação.

O papa, depois de citar o Concílio Vaticano II, que afirmou que a “renovação da Igreja” é sem dúvida a razão do movimento em direção da unidade, fez votos de que “respondendo ao chamado de Cristo a uma contínua conversão, da qual tanto necessitamos, possamos progredir juntos no caminho da reconciliação e da paz. Ao longo desta estrada aprendemos, por graça de Deus, a nos reconhecermos uns aos outros como amigos e a considerar as motivações dos outros na melhor luz possível.


Nota: Ironicamente, John Huss foi queimado vivo há 600 anos pelo poder perseguidor de Roma papal. É como se tem dito entre muitos cristãos: o protesto terminou, o que abre ainda mais o caminho para a prevista união das igrejas. Ocorre que continuam aí as falsas doutrinas às quais se opuseram John Huss e tantos outros reformadores. A Igreja de Roma não mudou nesse aspecto, apenas adotou uma face conciliadora. Se estivessem vivos, homens como Huss certamente ficariam de queixo no chão com o desprezo dos crentes pelas verdades bíblicas em nome da união ecumênica (como já fizeram os valdenses). [MB]

“Sendo de novo exortado [pelos bispos] a retratar-se, replicou [Huss], voltando-se para o povo: ‘Com que cara, pois, contemplaria eu os Céus? Como olharia para as multidões de homens a quem preguei o evangelho puro? Não! aprecio sua salvação mais do que este pobre corpo, ora destinado à morte.’ [...] Quando estava atado ao poste, e tudo pronto para acender-se o fogo, o mártir uma vez mais foi exortado a salvar-se renunciando aos seus erros. ‘A que erros’, disse Huss, ‘renunciarei eu? Não me julgo culpado de nenhum. Invoco a Deus para testemunhar que tudo que escrevi e preguei assim foi feito com o fim de livrar almas do pecado e perdição; e, portanto, muito alegremente confirmarei com meu sangue a verdade que escrevi e preguei.’ Quando as chamas começaram a envolvê-lo, pôs-se a cantar: ‘Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim’, e assim continuou até que sua voz silenciou para sempre” (Ellen G. White, O Grande Conflito, capítulo 6).

Calça apertada pode colocá-la no hospital

Saúde x vaidade
As famosas calças jeans skinny parecem inofensivas, mas não são. Pelo menos em um caso, elas já mandaram uma mulher para o hospital. A paciente, de 35 anos, passou dias em um leito hospitalar após perder a sensibilidade nas pernas. Seu caso virou um estudo publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry. A mulher havia passado o dia ajudando um parente a fazer uma mudança, ficando horas de cócoras enquanto esvaziava armários. Quando estava caminhando para casa naquela noite, seus pés ficaram dormentes, e ela caiu. Imobilizada, passou horas no chão antes de ser encontrada e levada para o hospital. “Nós culpamos o que aconteceu a uma combinação de cócoras prolongada por horas e os jeans apertados que ela estava usando”, disse o Dr. Thomas Kimber, professor do Royal Hospital Adelaide, na Austrália, que tratou a paciente. Segundo os profissionais que cuidaram da mulher, agachar em jeans skinny pode danificar nervos e músculos. Os médicos foram forçados a cortar a calça das pernas da paciente, porque elas haviam ficado muito inchadas.

“Normalmente, os músculos podem expandir para compensar o inchaço, mas houve um efeito de torniquete criado pela calça, de modo que os músculos tiveram de expandir para dentro e compactaram vasos sanguíneos e nervos”, explica Kimber. Como resultado, a paciente perdeu a circulação em suas pernas e não pode mover seus tornozelos ou pés corretamente.

Caso você não tenha entendido totalmente a gravidade do problema, os médicos afirmam que se a mulher não tivesse sido capaz de chegar ao hospital quando chegou, a compressão poderia ter sido prolongada e causado danos residuais nos nervos. A paciente só foi liberada após ficar quatro dias sob terapia intravenosa, até ser capaz de andar novamente.

Portanto, se você não quiser ser mais uma vítima da moda, pense duas vezes antes de adquirir um par de jeans skinny muito apertado. 


Nota: Não é à toa que há mais de cem anos Ellen White já recomendava que, por motivos de saúde e, obviamente, de decência, não se usassem roupas apertadas. Ela dizia exatamente o que poderia acontecer como no caso acima: roupas apertadas prejudicam a circulação. Mas as calças apertadas podem trazer problemas também de ordem íntima (confira). [MB]

“Parte alguma do corpo deve jamais ficar mal acomodada por meio de roupas que comprimam qualquer órgão, ou restrinjam sua liberdade de movimento. As roupas de toda criança devem ser bastante folgadas a fim de permitir a mais livre e ampla respiração, e arranjadas de maneira que os ombros lhes suportem o peso” (A Ciência do Bom Viver, p. 382).

“A cada pulsação do coração, o sangue deve fazer, rápida e facilmente, seu caminho a todas as partes do corpo. Sua circulação não deve ser estorvada por vestuários ou cintas apertadas, nem por deficiente agasalho dos membros. Seja o que for que prejudique a circulação, força o sangue a voltar aos órgãos vitais, congestionando-os. Dor de cabeça, tosse, palpitação, ou indigestão, eis muitas vezes os resultados” (ibidem, p. 271).

“O corpo feminino não deve no mínimo ser comprimido... O vestuário deve ser perfeitamente cômodo, para que os pulmões e o coração tenham ação sadia” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 478).

Casamento e sábado: instituições sob ataque (vídeo)

segunda-feira, junho 29, 2015

Casamento e sábado: instituições sob ataque

Criados por Deus
Em Gênesis 1:27 e 28, lemos: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.” E em Gênesis 2:23 e 24 está escrito: “E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa [mulher], porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” Jesus reafirmou essa verdade ao dizer que “no princípio da criação Deus ‘os fez homem e mulher’. ‘Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’. Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne” (Marcos 10:6-8). A concepção bíblica/criacionista de casamento permaneceu relativamente segura através dos séculos, com uma ou outra tentativa de fazer uma releitura dessa instituição. Mas isso mudou radicalmente no dia 26 de junho de 2015, quando a Suprema Corte dos Estados Unidos aprovou o “casamento” de pessoas do mesmo sexo. A ironia está no fato de que uma nação fundada sobre princípios cristãos aprova uma lei que vai contra esses mesmos princípios.

É claro que a doutrinação favorável ao “casamento” gay vem sendo feita há muitos anos por meio de filmes, seriados, músicas, enfim, da mídia de modo quase geral. No Brasil não é diferente: em maio de 2011, uma novela exibiu o primeiro beijo gay na TV em nosso país. Foi um alarde. Discussão pra todo lado. Polêmicas. Ataques e defesas. Etc. Pouco tempo depois, a maior emissora do país levou ao ar uma novela em que os personagens principais eram homossexuais. No último capítulo, os dois protagonizaram também uma cena de beijo. A polêmica foi menor e até senhoras donas de casa (que certamente antes se escandalizariam com a cena) passaram a defender o romance dos dois rapazes. Finalmente, numa novela intitulada Babilônia, o beijo gay, desta vez envolvendo duas idosas lésbicas, foi exibido logo no primeiro episódio. E recebeu muitos elogios.

Zuckerberg apoiou a causa
Depois da aprovação do “casamento” gay pela Suprema Corte norte-americana, foi desencadeada uma onda de apoio aos homossexuais. Mark Zuckerberg, criador e dono do Facebook, alterou a foto de seu perfil na rede, aplicando nela as cores do arco-íris gay (que tem seis cores, em lugar do verdadeiro arco-íris, que tem sete). Foi uma febre instantânea. Pessoas e empresas, no Twitter, no Face e em outras redes sociais, passaram a exibir suas fotos e seus logos com as cores do movimento LGBT.

Levam a coisa na brincadeira e parecem ignorar as consequências de tudo isso. Dawn Stefanowic, filha de um “casal” homossexual e autora do livro Out From Under, escreveu num artigo publicado na internet: “A liberdade para pensar livremente a respeito do casamento entre homem e mulher, família e sexualidade é hoje restrita [no Canadá]. A grande maioria das comunidades de fé se tornaram ‘politicamente corretas’ a fim de evitar multas e cassações de seu status caritativo. A mídia canadense está restrita pela Comissão Canadense de Rádio, Televisão e Telecomunicações. Se a mídia publica qualquer coisa considerada discriminatória, suas licenças de transmissão podem ser revogadas, bem como serem multadas e sofrerem restrições de novas publicações no futuro.”

Em um artigo publicado no site da revista Time, Rod Dreher analisa riscos semelhantes aos quais os Estados Unidos podem estar colocando os cristãos ditos “ortodoxos”, ou seja, aqueles que querem continuar fieis à Palavra de Deus. O título do artigo de Dreher é “Cristãos ortodoxos devem aprender a viver como exilados em seu próprio país”.

Em seu livro O Maior Discurso de Cristo (p. 63, 64), Ellen White escreveu: “Então tiveram origem o casamento e o sábado, instituições gêmeas para a glória de Deus no benefício da humanidade. Então, ao unir o Criador as mãos do santo par em matrimônio, dizendo: Um homem ‘deixará... o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne’ (Gn 2:24), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão, até ao fim do tempo. Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom, era a lei da mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem.”

E no livro Educação (p. 250) ela afirma que “o sábado e a família foram, semelhantemente, instituídos no Éden, e no propósito de Deus acham-se indissoluvelmente ligados um ao outro”.

Note que ela relaciona intimamente as duas instituições e chega a considerar o casamento heterossexual monogâmico uma lei divina, assim como o sábado do quarto mandamento também o é (Êxodo 20:8-11) (assista a este vídeo). E ambas as instituições vêm sendo atacadas ao mesmo tempo. Além disso, é bom notar como, da noite para o dia, os Estados Unidos aprovaram uma lei que contraria a lei de Deus. Desta vez foi a lei do casamento. Mas o que virá a seguir?

É só lembrar da defesa que o papa Francisco faz do domingo como o novo shabbat, como se o sábado pudesse ser substituído por outro dia, assim como o casamento vem sendo substituído por outro tipo de união. Na encíclica Laudato Si, Francisco apresenta o primeiro dia da semana como uma possível solução para o aquecimento global. E esse esforço do papa em favor do meio ambiente foi saudado e elogiado por Barack Obama, que espera discutir mais a fundo o assunto com o líder católico e convidou os líderes mundiais a igualmente apoiá-lo (assista a este vídeo).

Você tem alguma dúvida de que estamos vivendo tempos solenes, de decisões rápidas e cumprimento profético? Eu não.

“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17).

Michelson Borges

Vaticano assina primeiro acordo histórico com a Palestina

E cresce o poder de influência
A Santa Sé e o “Estado da Palestina” assinaram [na] sexta-feira (26) no Vaticano um histórico acordo sobre os direitos da Igreja Católica nos territórios palestinos, anunciou o Vaticano em um comunicado. A preparação desse texto por uma comissão bilateral levou 15 anos. Embora o Vaticano se refira ao “Estado da Palestina” desde o início de 2013, os palestinos consideram que a assinatura do acordo equivale a um reconhecimento de fato de seu Estado, o que irrita Israel. Israel lamentou o acordo e advertiu que isso pode ser nocivo para os esforços para a paz na região. O ministério israelense das Relações Exteriores “lamentou a decisão do Vaticano de reconhecer oficialmente a Autoridade palestina como um Estado no acordo assinado hoje”, afirmou o porta-voz da chancelaria, Emmanuel Nahshon, citado em um comunicado.

O acordo foi assinado no Palácio pontifício pelo secretário para as relações com os Estados (ministro das Relações Exteriores), pelo prelado britânico Paul Richard Gallagher e pelo ministro palestino de Relações Exteriores, Riyad al-Maliki.

O acordo expressa o apoio do Vaticano a uma solução “do conflito entre israelenses e palestinos no âmbito da fórmula de dois Estados”, havia explicado em maio o monsenhor Antoine Camilleri, chefe da delegação da Santa Sé.

Para a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), esse acordo converte o Vaticano no 136º país a reconhecer o Estado da Palestina. Para Israel, por sua vez, “uma decisão como essa não faz o processo de paz avançar e afasta a direção palestina das negociações bilaterais”.

A Santa Sé tem relações com Israel desde 1993. Negocia desde 1999 um acordo sobre os direitos jurídicos e patrimoniais das congregações católicas no Estado hebreu, mas cada reunião semestral termina com um fracasso.


Nota: Agora imagine se Francisco consegue negociar a paz e interferir positivamente nas relação entre Israel e a OLP, como fez com Cuba e EUA... Sua influência global cresceria estratosfericamente, e todo mundo sairia anunciando “paz, paz” (1Ts 5:3). [MB]

Leia também: Holy See, Palestine Sign Treaty Protecting Religious Liberty

domingo, junho 28, 2015

A linha de montagem de fabricação do espermatozoide

Linhas de produção surgem do nada?
Os testículos humanos são verdadeiros mestres da produção em massa, cuspindo espermatozoides a uma taxa de 200 milhões por dia. Esse número fica mais impressionante quando se aprende que o processo não é nada rápido – leva 64 dias para fazer um espermatozoide. O órgão mantém a contagem alta com uma linha de montagem muito eficaz, que dimensiona o desenvolvimento de esperma. Cerca de 300 “pacotes” de túbulos seminíferos se escondem debaixo da parede fibrosa de um testículo. Cada pacote contém 1 a 3 túbulos. Os túbulos são ocos, e a maior parte do desenvolvimento do espermatozoide acontece nas suas paredes. A parede do túbulo é constituída por dois tipos de células: as células de Sertoli e as espermatogônias. Espermatogônias são células germinativas: as células-mãe que dão origem a todos os espermatozoides. Elas se amontoam na borda exterior da parede, rodeadas pelas células de Sertoli.

Quando uma espermatogônia começa a se tornar espermatozoide, se divide e divide seus pares de cromossomos, tornando-se primeiro dois espermatócitos e então quatro espermátides. Conforme faz isso, células de Sertoli adjacentes cercam cada conjunto de células filhas movendo-as, como uma correia transportadora biológica, em direção ao centro do túbulo. Durante todo esse tempo, as células de Sertoli secretam proteínas para nutrir o espermatozoide em desenvolvimento e empurrá-lo para a maturação.

À medida que as espermátides amadurecem, condensam seus cromossomos e crescem as caudas que usarão para nadar, também abandonam a maior parte de seu citoplasma e outras organelas celulares a fim de ficarem menores e mais velozes. Por conta disso, as células de Sertoli também atuam como “governantas”, absorvendo toda a gosma que as espermátides jogam fora.

Quando você olha atentamente para o interior de um túbulo seminífero, é possível ver a linha de montagem de espermatozoide em ação. Entre cada par de células de Sertoli, ao longo de cada túbulo, espermatócitos em desenvolvimento são empilhados no início da cavidade, e milhões de espermátides se preparam para se mover por conta própria no final da linha.


Nota: Se eu lhe dissesse que surgiu por acaso – por meio de mutações aleatórias selecionadas naturalmente – uma linha de montagem automatizada capaz de produzir 200 milhões de nanomáquinas por dia, com um grau de precisão impressionante, você acreditaria nisso? E mais: se eu lhe dissesse ainda que toda essa maquinaria evoluiu de modo independente em um tipo de organismo, e que outra maquinaria igualmente impressionante, mas totalmente distinta, evoluiu em outro tipo de organismo, e que ambas as maquinarias evoluídas de modo distinto são perfeitamente compatíveis, capazes de gerar outro ser com suas próprias maquinarias... Você acreditaria? Mas sabia que tem gente que acredita? E eu que sou crente... [MB]

sexta-feira, junho 26, 2015

Professor da UFRGS chama criacionismo de 'crença infantil'

Educador por excelência

Um exemplo de vida
Orlando Ritter dedicou mais de 60 anos ao ensino e ao criacionismo, duas de suas paixões
No modesto apartamento em que vive com a esposa Edda, em Campo Grande (MS), Orlando Rubem Ritter ainda guarda algumas orquídeas de sua coleção que chegou a cerca de 600 exemplares, quando morava no campus paulistano do Unasp, na casa nº 7, que ocupou por 56 anos, enquanto lecionou e exerceu cargos administrativos naquela instituição. Além das orquídeas, Orlando guarda também a preciosa coleção de selos que exibe com orgulho, descrevendo em detalhes a história de cada um. Embora o peso dos 91 anos completados neste mês esteja visível no corpo, a mente do professor Ritter (ou “Ritão”, como muitos de seus alunos o conheciam) continua viva, clara e prodigiosa.

Filho do pastor e administrador Germano Ritter, Orlando nasceu em Porto Alegre (RS), no ano de 1924. O pai valorizava muito a educação adventista e ajudou a fundar colégios como o IAP, no Paraná, e o Iasp, em Hortolândia (SP). Por conta de sua função na organização adventista, Germano viajava muito de trem, tendo levado o filho em algumas dessas viagens. Não foi por acaso que Orlando se apaixonou pelas duas coisas: educação e trens.

Em 1930, com apenas seis anos, Orlando visitou pela primeira vez o Colégio Adventista de São Paulo, na região praticamente deserta do Capão Redondo (hoje uma “loucura” de prédios, casas, comércio e trânsito intenso). Na época, o “nosso Colégio” (como era mais conhecido) tinha apenas 15 anos de existência, e o pequeno Ritter não poderia ter imaginado que viveria 67 anos naquela “ilha” de saber e de tranquilidade – a colina de onde saíram centenas de pastores e profissionais para servir à obra adventista no Brasil e fora dele.

Em 1932, enquanto o mundo enfrentava a crise decorrente da quebra da bolsa de valores de Nova York, Orlando (já alfabetizado graças à leitura de livros e revistas da Casa Publicadora Brasileira) começou seus estudos formais no Colégio Adventista. Em certo culto jovem (na época chamados de reunião dos Missionários Voluntários), Orlando teve a oportunidade de ver a apresentação de um menino que lhe chamou a atenção: Siegfried Schwantes, que anos depois seria seu professor.

Com 13 anos de idade, em março de 1938, Orlando tomou uma decisão importante: abriu mão de férias prolongadas no Rio Grande do Sul para voltar a São Paulo e se matricular no primeiro ano ginasial. Embarcou num trem em Cachoeira do Sul, fez conexão em Santa Maria e chegou a São Paulo. Foi sua primeira grande viagem sozinho. Em sua autobiografia O Professor, ele recorda: “Jamais me esquecerei das paisagens sulistas, bem como da decisão de ter preferido a educação adventista a um bom período de férias em minha terra natal.”

O DESAFIO DA USP

Aluno dedicado, Orlando prosseguiu brilhantemente na vida escolar. Seu objetivo era concluir os estudos pré-universitários para, então, ingressar no curso de Teologia e se tornar pastor. Mas Deus tinha outros planos para ele. Em 1943, o diretor de Educação da União Sul-­Brasileira, professor Renato Oberg, desafiou alguns alunos de bom aproveitamento a ingressar na Universidade de São Paulo (USP), a fim de se prepararem para ser professores no Colégio Adventista. Nevil Gorski e Orlando aceitaram o desafio e se tornaram os primeiros professores adventistas no Brasil com formação em universidade pública. Ambos cursaram Matemática.

A partir de 1944, Orlando teve que conciliar seus estudos universitários com o magistério de matemática e física no Colégio Adventista. De um ano para o outro, Ritter passou de aluno a professor e não mais parou de lecionar até sua aposentadoria, no fim de 2003.

Em 1949, Orlando se casou com Edda Martinelli Balzi. A lua de mel foi no Rio de Janeiro. E eles foram de trem a bordo do Cruzeiro do Sul, num camarote especial reservado para viajantes ilustres. Um presente de amigos.

Na parede do orquidário da casa nº 7 podia ser lido: “Neste lugar Deus também é adorado / Em meio aos resplendores da natureza / Por haver ele estas joias assim criado / Com tanto amor, com tanta beleza!” Nessa casa, Orlando e Edda criaram seus quatro filhos.

Em 1950, Orlando começou a lecionar Astronomia e Geologia Criacionista para o curso de Teologia. Mais tarde, essas disciplinas foram agrupadas numa só, conhecida como Ciência e Religião. Orlando elaborou um material didático pioneiro: as apostilas “Estudos em Ciência e Religião”. E lecionou essa matéria por 42 anos.

Quando subia ao púlpito, esse homem quieto e circunspecto se tornava um gigante da oratória. Quem teve o privilégio de assistir a pelo menos uma de suas palestras deve se recordar dos argumentos claros, da lógica impecável, do português irretocável e da autoridade impressa em cada palavra.

PIONEIRISMO CRIACIONISTA

A ideia de se organizar uma entidade criacionista, no fim de 1971, está diretamente ligada à pessoa de Orlando Ritter e à realização de uma semana cultural organizada no ano anterior, em São Carlos, pelo pastor Leondenis Vendramin, então distrital na cidade. Nesse evento, vários palestrantes, na maioria professores do Colégio Adventista (então rebatizado como Instituto Adventista de Ensino), foram convidados a expor assuntos de interesse cultural e científico. O professor Ritter apresentou uma palestra sobre datação com carbono radioativo. No fim de sua fala, ele indicou bibliografia crítica sobre o assunto, fazendo menção à Creation Research Society, entidade criacionista norte-americana, fundada havia cerca de dez anos e que vinha publicando sua revista trimestral com artigos muito bem fundamentados.

O impacto desse contato do professor Ritter com os futuros fundadores da Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) os inspirou a publicar, inicialmente, traduções em português dos artigos daquele periódico dos Estados Unidos. “Dessa forma, com o influxo inicial proporcionado pelo professor Ritter, e com o subsequente apoio da Creation Research Society, que autorizou a tradução dos artigos, foi possível estabelecer informalmente a Sociedade Criacionista Brasileira”, conta o Dr. Ruy Carlos de Camargo Vieira, presidente-fundador da SCB.

No mês de março, por ocasião de uma celebração alusiva aos cem anos do Unasp, Orlando Ritter foi homenageado com outras figuras importantes do criacionismo no Brasil. No fim da tarde do sábado, dia 7, com o Salão de Atos lotado, Ritter pegou o microfone e falou brevemente sobre a regularidade e a predizibilidade das séries de eclipses do Sol e da Lua, por meio dos quais é possível confirmar as datas dos reinos de Israel, Judá, Assíria e Babilônia e a própria interpretação profética. Agradeceu a homenagem e adicionou mais uma pequena aula às suas mais de 40 mil aulas ministradas durante sua carreira.

E uma vez mais o “Ritão” se mostrou como o gigante que é.

(Michelson Borges, Revista Adventista)

Adquira o livro O Professor e conheça em detalhes a história desse grande educador (clique aqui).

Robô Curiosity encontra “pirâmide” em Marte

Quem fez?
Uma nova imagem divulgada pela Nasa enviada pelo Robô Curiosity, que está em Marte desde 2012, inspirou teorias da conspiração, por mostrar uma pedra com a forma perfeita de uma pirâmide. Segundo alguns acreditam, a descoberta é prova da existência de vida no planeta vermelho. A pirâmide tem o tamanho aproximado de um carro. Nas discussões da internet e sites de ufologia, a maioria das pessoas acredita que existe uma “coincidência” no formato. Entretanto, o canal no Youtube “ParanormalCrucible” afirma que o formato e design são perfeitos e que “é o resultado de vida inteligente e de um projeto e certamente não um truque de luz e sombra”. Alguns espectadores também apontaram a possibilidade de a misteriosa pirâmide ter sido formada pelo vento.


Nota: Por que toda essa discussão? Se átomos, moléculas, proteínas, DNA, vida, órgãos, sistemas, máquinas moleculares, etc. podem surgir do nada, por que não uma reles pirâmide na superfície de um planeta deserto? [MB]

quinta-feira, junho 25, 2015

Tribunais dos EUA viram cortes internacionais

Estendendo as garras
Ao mesmo tempo em que o papa Francisco apresenta uma face bondosa e estende o abraço ao mundo, inclusive procurando curar feridas históricas, como a infligida contra os valdenses (confira), os Estados Unidos, que serão o grande apoiador do Vaticano em suas pretensões (leia o livro O Grande Conflito para entender o que estou dizendo aqui), estendem o poder de seus tribunais, tornando-os cortes internacionais (confira aqui). Isso ficou muito claro no mês passado, com o indiciamento por promotores do Brooklin de dirigentes da Fifa de outros países, acusados de corrupção. Conforme destaca a matéria da Folha de S. Paulo, os EUA vêm convertendo seus tribunais federais em “arenas de aplicação internacional das leis”. Em processos por terrorismo, a ampliação de uma lei de 2004 permitiu ao país levar estrangeiros para seu solo e julgá-los lá.

Os EUA se tornaram “carcereiro, frente militar e agora promotor” que indicia acusados de crimes globais, disse Karen Greenberg, diretora do Centro Sobre Segurança Nacional da Escola de Direito da Universidade Fordham, em Nova York. 

De acordo com Apocalipse 13, os Estados Unidos estão, aos poucos, mostrando as garras do dragão em que estão se convertendo. Num comentário a uma postagem minha replicada no Facebook, um leitor escreveu: “Levando em consideração o fato de os Estados Unidos apoiarem a encíclica papal de proteção ao planeta e essa própria encíclica defender diretamente o domingo como dia de descanso, como um meio de combater as mudanças climáticas, quanto tempo levará para que aqueles que não aderirem a essa encíclica – quando ela virar uma lei americana e mundial, por a considerarem contrária à Palavra de Deus, que ordena a guarda do sábado bíblico e não do domingo católico – sejam criminalizados por essa decisão? Quanto tempo levará para que estes, que serão considerados fundamentalistas por acreditar no Gênesis bíblico e na iminente volta de Jesus, sejam arrastados para esses tribunais, julgados e encarcerados? Só o tempo dirá... Despertemos e estejamos preparados, pois o momento é solene.”

Realmente, precisamos estar atentos aos eventos que estão ocorrendo bem diante de nossos olhos e atentos, principalmente, à nossa condição diante de Deus. [MB]

Um cantor, um carro e um final infeliz

Injustiça divina?
Na última quarta-feira, dia 24 de junho, o Brasil amanheceu com a notícia de que um jovem artista, Cristiano Araújo, e sua namorada, Allana Moraes, haviam morrido durante a madrugada em um grave acidente automobilístico. O veículo, ocupado pelo casal e por um dos empresários do cantor, era conduzido por um segurança do grupo, que retornava de um show realizado na cidade de Itumbiara, localizada há cerca de 200 km de Goiânia, e, por causas ainda não esclarecidas, saiu da pista e capotou no canteiro da rodovia, ficando completamente destruído. Após a divulgação da tragédia, as redes sociais foram inundadas com manifestações de solidariedade às famílias das vítimas e pela comoção dos fãs que, naquele dia, haviam perdido seu “ídolo”. Uma entrevista, porém, chamou minha atenção. Horas depois da confirmação das mortes, o pai do cantor falou com a imprensa e, bastante abalado com o ocorrido, declarou que sentia uma tristeza muito grande. Disse que, todos os dias, fazia uma oração, pedindo a Deus que acompanhasse o filho nas viagens: “Entro no carro ou no avião e faço uma oração. Eu não estava com ele ontem? Será que Deus existe?”

Você talvez não concorde comigo, mas compreendo a dúvida desse pai. Ele acreditava em Deus. Confiava a vida e a segurança do filho a Deus. Pedia a proteção de Deus. No entanto, nada disso parecia fazer sentido naquele momento, quando o corpo do filho amado se encontrava inerte na maca de um necrotério.

Ao longo da vida, fomos ensinados que morrer jovem é sinônimo de injustiça de Deus, como se tivéssemos um “direito adquirido” a oitenta, noventa ou, para os mais “sortudos”, cem anos de existência. Aprendemos ainda a aceitar a morte na velhice, embora isso não a torne, de nenhum modo, menos dolorosa ou estranha ao nosso desejo pela eternidade (Eclesiastes 3:11).

Não fomos feitos para morrer. Nem aos 29, nem aos 99. E ponto. O Criador não incluiu, em Seu plano original, um final para o nosso começo. Fomos feitos à semelhança dEle, com potencial para viver para sempre. A morte foi sugestão do inimigo de Deus, acatada pela humanidade rebelde, que acreditou que o conhecimento do mal compensava o risco.

Cristiano Araújo estava no auge de sua carreira, era um dos cantores mais populares do Brasil e realizava, em média, vinte shows por mês. Vivia a concretização de um sonho perseguido desde a infância, de se tornar famoso e de alcançar reconhecimento por seu talento musical. Tinha dinheiro, amigos e fama – tudo interrompido por um inesperado desvio no trajeto da estrada que o levava de volta para casa.

Alguns dirão: “Mas o que importa é que ele viveu intensamente.” Será? Será que vinte e nove anos, dos quais apenas os últimos quatro ou cinco foram de “sucesso”, são tudo? Será que nos diminuímos a tal ponto de achar que poucos anos “bem vividos” valem mais do que a possibilidade de ser eternos? Não estou falando aqui da trasladação ao paraíso dos desenhos animados, em que nos tornamos seres alados, ocupados com harpas o dia todo. Não acredito nesse conto nada atraente. Refiro-me ao Céu prometido em Apocalipse 21, no qual todas as coisas conhecidas deste mundo serão refeitas, e reunidas as pessoas que amamos. Acredito na promessa de que o próprio Deus Se aproximará de cada ser humano, lhe enxugará dos olhos toda lágrima, e terá a chance de explicar o porquê de cada uma delas. Naquele instante, Ele, que tem tolerado pacientemente nossas acusações injustas e nossas dúvidas a respeito de Seu caráter, abrirá as cortinas dos bastidores do grande conflito e revelará o verdadeiro culpado do tormento e da dor que, nestes dias maus, parecem intermináveis.

Cristiano Araújo e sua namorada estavam em um dos carros considerados mais seguros do mundo. A polícia afirma, porém, que eles não usavam o cinto de segurança no momento do acidente, o que poderia, em hipótese, ter salvado a vida deles. E você? Está seguro em seus planos? Tem um emprego estável, uma família equilibrada e a saúde em dia? Vive o auge da vida ideal? Só não pode negar a existência de desvios na estrada e a possibilidade de que, de um minuto para o outro, tudo vire de cabeça para baixo e você se veja sem chão. Onde está a sua segurança? Nos airbags? Nos freios? No cinto? Ou na mentira continuamente repetida aos nossos ouvidos: “Você não morrerá nunca” (Gênesis 3:4)?

Cristiano e Allana, agora, dormem, aguardando o veredito do julgamento encerrado para eles na madrugada do dia 24 de junho de 2015. Pode ser que, para o leitor deste texto (ou para sua autora), a sentença esteja pronta, aguardando apenas a assinatura do Juiz. Qual terá sido a sua escolha? Viver a ilusão da felicidade dos seus cem anos – se chegar até lá – ou optar pela esperança de que estamos apenas no prólogo da história?

Bruna Mateus Rabelo dos Reis, 29 anos, goiana

Programa Origens: Camuflagem e mimetismo

quarta-feira, junho 24, 2015

Para professor da UFRGS, criacionismo é crença infantil

Lugar comum e muito preconceito
Em entrevista concedida à RBS TV, o professor de pós-graduação Fernando Becker, da UFRGS, comentou a proposta da deputada Liziane Bayer de que se ensine criacionismo em escolas públicas (confira). Várias vezes deixei claro aqui que muitos criacionistas, incluindo os associados da Sociedade Criacionista Brasileira, entre os quais me incluo, discordam de propostas dessa natureza (confira). Mas a argumentação de Becker é por demais rasa e até injusta. Melhor seria terem convidado um criacionista esclarecido para explicar por que o criacionismo não deve ser ensinado em escolas públicas, e não apenas um professor cujas opiniões revelam desconhecimento das discussões sobre o tema. Mais um exemplo de mau jornalismo... Assista aqui e aqui aos vídeos. A seguir, quero pontuar algumas frases do professor.

Becker começa com o lugar comum de que criacionismo é religião e deve ser relegado ao seu “gueto”, digo, à igreja. Ainda que seja um fenômeno cultural, para Becker ele não deve sequer ser ensinado nas escolas. Ele diz que a “função da escola é trazer o conhecimento científico para a população”. Ok, mas instantes depois defende o ensino de uma teoria segundo a qual a vida teria surgido da não vida, há bilhões de anos, e se tornado mais e mais complexa ao longo do tempo. Becker omite o fato de que essa ideia pertence ao campo da filosofia (naturalismo filosófico), e não à ciência propriamente dita. O macroevolucionismo naturalista não pode ser submetido à investigação científica e, portanto, seguindo o argumento do professor, também não deveria ser ensinado em aulas de ciências.

Becker diz que falta tempo para ensinar tantos conteúdos e que, portanto, não haveria espaço para o criacionismo. Essa é boa! Becker é educador e deveria saber que a melhor forma de se aprender a pensar (e não apenas memorizar conteúdos) é analisando o contraditório. Em lugar de empurrar a teoria da evolução – com todas as suas insuficiências epistêmicas – goela abaixo dos alunos, por que não promover um ensino crítico da evolução? Aliás, por que não promover o ensino crítico da própria ciência, como estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em lugar de endeusá-la?

Apoiando o argumento de Becker, a entrevistadora diz que a ciência trabalha com evidências e o criacionismo, com fé. E reforça o lugar comum de que o assunto se trata da polarização entre ciência e religião. Isso é falso! Teoria da evolução não é sinônimo de ciência, tanto quanto criacionismo não é sinônimo de religião. A teoria da evolução conta com evidências científicas (pelo menos no que se refere à chamada “microevolução”), mas mistura um bocado de filosofia naturalista em seu modelo. O criacionismo tem também sua base teológico/filosófica, mas afirmar que o modelo não conta com evidências é desprezar as descobertas da biologia molecular e da bioquímica (que apontam para um design inteligente e para a complexidade irredutível) e da geologia catastrofista (que mostra evidências de um dilúvio e de uma coluna geológica não necessariamente tão antiga), por exemplo. Há muitos cientistas sérios discutindo essas evidências. Por que certos setores da mídia e certos professores insistem em ignorar isso? Deixando de lado o componente filosófico dos dois modelos (criacionista e evolucionista), é perfeitamente possível discutir/analisar as evidências apresentadas por ambos os lados. Dizer que a questão se resume a ciência versus religião é evitar o debate e blindar o evolucionismo.

O pior mesmo é Becker dizer que “a religião trabalha com o emocional e com a crença, a ciência trabalha com a razão e a evidência”. Que absurdo! Primeiro, porque cientistas não são máquinas. Eles possuem pressupostos, preconceitos, subjetividades, opiniões, cosmovisões, e isso tudo certamente interfere na forma como veem as coisas. Seria bom Becker estudar um pouco Thomas Kuhn. Segundo, porque teólogos estudam, sim, evidências e usam e muito a razão e ferramentas científicas. Dediquei cinco anos a um mestrado em que estudei hermenêutica, ciência e religião, sociologia, arqueologia bíblica, antropologia e outras disciplinas. Mestrado em quê? Teologia. Becker deve estar pensando em certas religiões emocionalistas que não dão valor ao estudo acadêmico, e mais uma vez cai no lugar comum.

O professor cita o encantamento de Einstein com o fato de o Universo ser inteligível e, sem querer, dá um tiro no pé, colocando em cheque sua defesa do naturalismo. Essa é uma grande questão. Como explicar o fato de que nosso cérebro, nosso intelecto consegue entender o Universo, a realidade que nos cerca? Se somos apenas um ajuntamento fortuito de moléculas, por que devo aceitar as conclusões desse cérebro simiesco a respeito? Por que devo crer que a massa cinzenta de átomos e moléculas que compõem o cérebro de Becker está fazendo uma análise correta do assunto sobre o qual está discorrendo?

Para o docente, não há como conciliar ciência e religião. Mas ele deveria dizer isso para Galileu, Copérnico, Kepler, Newton, Pascal, Pasteur, Collins e tantos outros. O que ele deveria ter dito é: não se pode conciliar o naturalismo filosófico ateísta com a cosmovisão bíblico-criacionista. Aí estaria coberto de razão.

Mais uma pérola beckeriana: “A biologia fala que a vida apareceu neste planeta há três e meio bilhões de anos.” Não, a biologia não diz nada sobre isso. Os biólogos se ocupam da vida e só podem estudar a vida que eles têm ao alcance dos olhos, das mãos, do microscópio. Quem afirma que a vida “apareceu” (abracadabra!) neste planeta são os evolucionistas e sua teoria. Novamente Becker confunde um modelo hipotético com uma área da ciência empírica.

E o professor universitário termina “apoteoticamente” sua entrevista com uma frase de efeito, afirmando que os que os que defendem o criacionismo são “adultos professando crenças infantis”.

Essa entrevista quase desastrosa e totalmente parcial ajudou a firmar minha convicção de que o criacionismo não deve mesmo ser ensinado em escolas públicas. E um dos motivos que me convencem disso é o risco de que ele seja ensinado por professores como Becker.

Michelson Borges

Batman vs Superman: a volta dos deuses

Metáfora da luta entre o bem e o mal
Vem aí mais um filme de super-heróis. E, assim como aconteceu em Superman: Man of Steel (confira), fica mais uma vez evidente a inspiração do roteiro em temas religiosos. Na verdade, em Batman vs Superman, cujo primeiro trailer foi lançado recentemente, os roteiristas reforçam ainda mais essa relação. O vídeo começa com a fala: “Nós que povoamos este planeta buscamos um salvador”, e em seguida aparece o Superman cercado de pessoas. Depois, em outra cena, soldados se ajoelham diante do homem de aço e uma fala em off diz: “Os demônios não vêm do inferno sob nós. Não, eles vêm do céu.” Depois, uma estátua do personagem aparece com uma pichação: “Falso deus.” E quando o épico encontro entre o kryptoniano e o Batman ocorre, o homem morcego pergunta com voz cavernosa: “Diga-me: Você sangra? Vai sangrar.” As metáforas nesse tipo de filme ficam mais explícitas a cada produção. Conforme destacou o leitor Leandro B. Gozzo, de Taquarituba, SP, “os autores desses super-heróis não escondem o fato de que eles foram criados como suas concepções de Jesus Cristo (Superman) e do diabo (Batman). Mas o que surpreende é a trama desse novo filme. Batman, como amigo da humanidade, luta contra um alienígena parecido com os humanos (Cristo?), a quem a população chama de ‘falso deus’, ‘corrupto pelo poder’, e que está sendo expulso do planeta. Querem mostrar no filme como as coisas podem ser diferentes do que a Bíblia prega. Talvez Deus esteja nos usando, e nosso verdadeiro salvador seja o diabo, um gênio incompreendido. Por que produtores ateus se importam tanto com esse tema ‘religioso’, mas negam a própria religião? Qual será a real intenção deles? Por que será que a fé está se acabando no mundo? Existe uma doutrina sendo pregada em todos os cantos. Na arte, no entretenimento, na política e até nas igrejas, atualmente. E não é a doutrina bíblica, senão ‘um outro evangelho’. Você consegue identificar isso? Conhece o verdadeiro evangelho? Ou pensa que conhece?”

Dê uma olhada nesta apresentação em Prezi, cujo vídeo está em preparo para ser postado em meu canal no YouTube. Depois, assista ao trailer abaixo e veja por si mesmo. [MB]


E-mails que nos alegram (57)

“Prezado Michelson Borges, bom dia. Meu nome é Caio Azevedo. Sou professor do Departamento e Estatística do IMECC – Unicamp. Sou um cristão que congrega na Igreja Batista do Cambuí, Campinas. Sou criacionista, adepto da Teoria do Design Inteligente, dissidente da macroevolução e seguidor, mesmo em minha pequenez, das Escrituras. Acompanho com atenção seu blog criacionismo.com.br e gosto do modo como você expõe as reportagens nele e manifesta sua visão acerca delas. Discordo de você em alguns pontos, como a guarda do sábado (ou de qualquer dia em especial) e o consumo de alimentos, mas, na maioria das vezes, concordo com o que você diz. Tenho muito a amadurecer na Palavra e a na ciência, mas tenho vivido uma experiência de transformação em Cristo Jesus através do Espírito Santo de Deus, desde há aproximadamente dois anos, quando me converti. Tenho estudado diversos temas que antes não faziam parte da minha agenda, tais como: teoria da evolução, TDI, astronomia, biologia, Teoria da Informação, entre outros. Mesmo tendo sido um ‘católico’, não estudava quase nada as Escrituras, principalmente porque não conseguia encontrar ambiente para discussão a respeito. Depois de minha conversão, passei a estudar com regularidade as Escrituras. Mergulhar em tudo isso tem me feito muito bem. Venho parabenizá-lo pelo seu trabalho, desejar que Deus abençoe você e sua família e me colocar à disposição para conversarmos sobre quaisquer temas. Um abraço em Cristo Jesus.”

“Olá, Michelson Borges, me chamo Emerson Brais. Sou da Igreja Assembleia de Deus, Ministério de Santos. Acompanho o site criacionismo.com.br e gosto muito das matérias ali apresentadas. Quero parabenizá-lo pelo ótimo trabalho (embora você puxe uma sardinha para sua igreja :D). Que Deus te abençoe e guie! Abraços. ‘Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia’ (Tiago 3:17).”

“Bom dia, Michelson! Meu nome é Fábio e, apesar de já lhe conhecer há vários anos (através de alguns de seus artigos na Revista Adventista), somente de aproximadamente um ano e meio para cá conheci, casualmente, pela internet, o site criacionismo.com.br, o que, para mim, foi uma grande alegria, pois ele (a exemplo das profecias de Daniel e Apocalipse) e desde que me tornei adventista do sétimo dia, tem sido uma de minhas maiores paixões, tanto que não só tive (como ainda estou tendo) a oportunidade de compartilhar algumas de suas palestras em vídeos (série ‘A História da Vida’, dentre outras) com alguns amigos e interessados no tema, como também divulgar o referido site para interessados e, principalmente, para minha igreja. Louvo a Deus por esse site abençoado, bem como por seus vários artigos e vídeos, os quais têm contribuído em muito para o meu crescimento espiritual, o que até me estimulou a me associar à Sociedade Criacionista Brasileira. Na minha adolescência (tenho 44 anos), se não fosse pela misericórdia de Deus, provavelmente, hoje seria um agnóstico ou ateu, sendo que o que de fato me fez ‘despertar’ para o lado religioso (cristão) foi justamente o tema do criacionismo. Que a bênção de nosso Deus esteja sobre sua vida espiritual, familiar e profissional. Grande abraço.” 

terça-feira, junho 23, 2015

Mamilos masculinos humanos: órgãos vestigiais ou sexuais?

Função que indica design inteligente
Frequentemente é levantada a questão da suposta inutilidade dos mamilos masculinos como objeção ao conceito de um designer. Nas mulheres, os mamilos funcionam como um dispositivo de entrega do leite para amamentar os bebês. Então, qual é o propósito dos mamilos nos homens? A perspectiva evolutiva diz que eles são “restos” do nosso passado evolutivo; portanto, eles são considerados “órgãos vestigiais” ou “rudimentares”.[1] Isso sugere que eles teriam sido funcionais no passado, mas, à medida que a evolução progrediu, a função deles teria se perdido. Essa questão intrigou o avô de Charles Darwin, Erasmus Darwin, e muitos outros antes e depois. Erasmus especulou que os mamilos masculinos teriam sido uma relíquia de uma época em que os mamíferos eram hermafroditas - sexo masculino e feminino em um indivíduo.[2] O biólogo evolucionista Stephen Gould também afirmou que, em sua experiência com o público, “nenhum item provocou mais confusão do que a própria questão que Erasmus Darwin escolheu como um desafio primário para seu conceito de utilidade invasiva - os mamilos masculinos”.[3: p. 43]

Um exemplo moderno de pressupostos evolucionistas que levaram os mamilos masculinos a ser rotulados como inúteis foi apresentado pelo médico cirurgião Robert Rothenberg: “Quando inspecionamos o Homo sapiens, acusado de ser a mais ilustre realização da natureza, é óbvio que o trabalho poderia ter sido feito muito melhor! Como exemplo, vamos considerar o peito [mamilo] masculino, uma estrutura encontrada em todos os mamíferos. O que a natureza tem em mente para esse apêndice decorativo? Era suposto servir a um propósito real, ou foi um ato lunático cometido durante um momento em que a natureza estava com um humor para brincadeira?” [4: p. 224]

O filósofo e crítico das ciências Jim Holt escreveu em um artigo publicado no jornal New York Times que “algumas esquisitices não funcionais, como a cauda do pavão ou o mamilo masculino humano, podem ser atribuídas a um sentido de capricho por parte do designer”.[5]

Porém, o Dr. Rothenberg e o Sr. Holt se esqueceram de analisar que diferenças sexuais físicas entre homens e mulheres são resultado do desenvolvimento que se deve a influencias cromossômicas e hormonais. Os machos e as fêmeas são fisiologicamente idênticos nas fases iniciais do desenvolvimento embrionário.[6] Os homens têm mamilos porque eles começam a se desenvolver no momento em que é ativado o sinal hormonal masculino para se diferenciar.[7] 

Assim, ambos os projetos têm basicamente a mesma informação genética, e essa informação é expressa de forma tão eficiente quanto possível, ao longo do desenvolvimento do embrião. Essa é a economia de design. O desenvolvimento do mamilo masculino é, portanto, resultado da diferenciação sexual concebida para produzir o dimorfismo sexual (ou seja, contém características de ambos os sexos). Os mamilos são, obviamente, parte funcional do projeto do corpo masculino.

Na verdade, o argumento de que o mamilo masculino é inútil não faz sentido e representa um argumento muito pobre para a evolução. Se a evolução fosse verdadeira, os mamilos masculinos seriam redundantes. Tempo e acaso certamente já os teriam eliminado, uma vez que a evolução sugere a sobrevivência do mais apto para fins de reprodutibilidade. Assim, eles deveriam ter sido selecionados naturalmente contra.

Porém, Pau Carazo, um zoólogo evolucionista da Universidade de Oxford, argumenta que “os homens têm mamilos porque, mesmo que eles não sejam úteis, a evolução não funciona eliminando todas as partes dispensáveis ​​no nosso corpo, mas eliminando apenas as partes dispendiosas do ponto de vista evolutivo. A evolução não tem dado atenção a mamilos masculinos porque eles não apresentaram qualquer perigo para a nossa sobrevivência ou em desvantagem nosso sucesso reprodutivo”.[8]

Michael Le Page, jornalista da revista New Scientist, também oferece sua explicação: “Mamíferos machos claramente não precisam deles [mamilos]: eles os têm porque as fêmeas têm e porque não custa muito para crescer um mamilo. Então, não houve nenhuma pressão para os sexos evoluírem vias de desenvolvimento separadas e ‘desligar’ o crescimento de mamilos no sexo masculino.”[9]
           
Então, se na visão evolucionista os mamilos persistem por falta de seleção contra eles, ao invés de seleção para eles, é curioso e até poderíamos argumentar que a ocorrência de problemas associados com o mamilo masculino, tais como carcinoma, constitui seleção contemporânea contra eles.[10, 11] Mas essa não é a nossa proposta.

Outro ponto de discussão está na presença de glândulas mamárias tanto em homens quanto em mulheres. Ernest Haeckel observou há mais de um século que o desenvolvimento anormal do peito masculino podia levar os homens a produzirem lactato.[12] Mas será que, conforme proposto por Darwin, isso realmente indica um vestígio evolutivo do tempo em que homens podiam amamentar seus filhos?[13] Em relação à lactação, as evidências sugerem que é possível surgir níveis de prolactina em mamíferos do sexo masculino.[14, 15] No entanto, o fato de alguns tecidos mamários masculinos em humanos (não saudáveis) apresentarem essa capacidade simplesmente indica a presença de algum fator interferindo na função do projeto.

A conclusão errônea de que os mamilos masculinos não são utilizados para amamentar e, portanto, são inúteis vai contra as evidências apontadas pela literatura científica. Os mamilos masculinos têm várias funções importantes, mas estão principalmente envolvidos na estimulação sexual.[16, 17] Ambos os mamilos, masculinos e femininos, contêm uma abundância de tecido nervoso e, portanto, são muito sensíveis ao toque.[18-23] Na maioria das vezes, o mamilo masculino é tão sensível quanto o mamilo feminino.[24] Em relação à estrutura nerval, o médico cirurgião Peter Sykes observou que “o mamilo é inervado principalmente pelos ramos cutâneos anterior e lateral do quarto nervo intercostal. Também recebe contribuições dos ramos correspondentes dos terceiro e quinto nervos intercostais”.[18: p. 201] E a presença de grande quantidade de tecido nervoso é um grande indício de que um órgão tem função. Embora existam várias diferenças no complexo mamilo-areolar entre os gêneros, ambos os mamilos, masculinos e femininos, podem ser estimulados pelo toque.[16, 24, 25] 

Uma diferença importante é que as mulheres têm mais e maiores zonas erógenas mamárias, e elas são como um todo mais importantes para a resposta sexual delas.[24] Nos homens, os nervos da área do mamilo masculino estão mais perto em conjunto em comparação com os das mulheres, o que resulta no fato de os estímulos sexuais nos homens serem mais concentrados e discretos. O mamilo masculino também é importante para reconstruir o complexo mamilo-areolar masculino depois de um acidente ou doença.[26-30] De acordo com Stoppard, é apenas nos seres humanos que os seios e os mamilos estão envolvidos na atividade sexual, e não há nenhuma evidência para a evolução dessa resposta importante a partir de primatas inferiores.[24]

Assim, vemos que caracterizá-los como “vestigiais” é problemático, uma vez que eles são totalmente vascularizados e possuem muitas terminações nervosas sensoriais para o seu papel na prestação de estimulação em contato sexual. Então, por que é difícil de aceitar ou entender que os mamilos também são órgãos sexuais de sensibilidade que aumentam a experiência do sexo?

Lembrando que homens e mulheres foram projetados por um mesmo Designer, isso deve nos dar algumas dicas sobre por que algumas características são comuns em ambos os projetos. E uma vez que os mamilos masculinos têm uma função, eles são consistentes com uma explicação de design. De certa forma, é compreensível o fato de os evolucionistas terem aversão ao tecido mamário em homens, visto que eles não conseguem fornecer qualquer tipo de razão para a existência e persistência de mamilos masculinos após supostos milhões de anos no cenário evolutivo. Minha sugestão aos evolucionistas é a seguinte: se conformem com a presença deles, pois eles fazem parte do projeto ideal.

(Everton Alves)

Referências:
[1] Mitchell T. “Why Do Men Have Nipples?” Answers in Genesis, 2011. Disponível em: https://answersingenesis.org/human-body/vestigial-organs/why-do-men-have-nipples/
[2] Lawrence E. “Why do men have nipples?” Nature News, 1999. Disponível em: http://www.nature.com/news/1999/990805/full/news990805-1.html
[3] Capítulo 4: “Male nipples and clitoral ripples.” In: Gould SJ. Adam’s Navel and Other Essays. NewYork: Penguin Books, 2000.
[4] Rothenberg R. The Complete Book of Breast Care. New York: Crown Pub. Inc., 1975.
[5] Holt J. “Unintelligent Design.” [Ago. 2005]. The New York Times magazine, 2005. Disponível em: http://www.nytimes.com/2005/02/20/magazine/unintelligent-design.html
[6] Yulsman T. “Why do men have nipples?” Science Digest 1982; 90(1):104.
[7] Endersby J. Pointless. [Nov. 1995]. “Last Word.” New Scientist 1995; Supplement, p. 49.
[8] Carazo P. “Why do men have nipples?” Mètode News, 2012. Disponível em: http://metode.cat/en/Metode-s-Whys-and-Wherefores/Per-que-els-homes-tenen-mugrons
[9] Le Page M. “Evolution myths: Everything is an adaptation.” [Abr. 2008]. Seção: “Life”, New Scientist, 2008. Disponível em: http://www.newscientist.com/article/dn13615-evolution-myths-everything-is-an-adaptation.html#.VXgBuvlVj2M
[10] Reis LODias FGCastro MAFerreira U. “Male breast cancer.” Aging Male. 2011; 14(2):99-109.
[11] Oger ASBoukerrou MCutuli BCampion LRousseau EBussières ERaro PClasse JM. “Male breast cancer: prognostic factors, diagnosis and treatment: a multi-institutional survey of 95 cases.” Gynecol Obstet Fertil. 2015; 43(4):290-6.
[12] Haeckel E. The Evolution of Man. 5 ed., vol. 1, New York: Putnam, 1905, p.269. Disponível em: http://catalog.hathitrust.org/Record/002001069
[13] Darwin CR. The descent of man, and selection in relation to sex. Vol. 1, 1 ed. London: John Murray, 1871.
[14] Kunz TH, Hosken DJ. “Male lactation: why, why not and is it care?” Trends in Ecology & Evolution 2009; 24(2):80-85.
[15] Anoop TM, Jabbar PK, Pappachan JM. “Lactation associated with a pituitary tumour in a man.” CMAJ. 2010; 182(6): 591.
[16] Masters W, Johnson V. Human Sexual Response. Boston: Little, Brown e Co., 1966.
[17] Sloand E. “Pediatric and adolescent breast health.” Lippincotts Primary Care Practice 1998; 2(2):170–175.
[18] Sykes PA. “The nerve supply of the human nipple.” J. Anat. 1969; 105(Pt 1):201.
[19] Robinson JE, Short RV. “Changes in breast sensitivity at puberty, during the menstrual cycle, and at parturition.” British Medical Journal 1977; 1(6070):1188–1191.
[20] Kapdi CC, Parekh NJ. “The male breast.” Radiology Clinical North America 1983; 21(1):137–148. 
[21] Sarhadi NS, Lee FD. “An anatomical study of the nerve supply of the breast, including the nipple and areola.” British J. Plastic Surgery 1996; 49(3):156–164.
[22] Sarhadi NS, Shaw-Dunn J, Soutar DS. “Nerve supply of the breast with special reference to the nipple and areola: Sir Astley Cooper revisited.” Clinical Anatomy 1997; 10(4):283–288.
[23] Wuringer E, Mader N, Porsch E, Holle J. “Nerve and vessel supplying ligamentous suspension of the mammary gland.” Plastic and Reconstructive Surgery 1998; 101(6):1486–1493.
[24] Stoppard M. The Breast Book: The Essential Guide to Breast Care & Breast Health for Women of All Ages. New York: Dorling Kindersley, 1996.
[25] Zubin J, Money J. Contemporary Sexual Behavior. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1973.
[26] Kincaid SB. “Breast reconstruction: a review.” Annuals of Plastic Surgery 1984; 12(5):431–448.
[27] Aiache AE. “Male chest correction. Pectoral implants and gynecomastia.” Clinical Plastic Surgery 1991; 18(4):823–828.
[28] Vasconez HC, Holley DT. “Use of the tram and latissimus dorsi flaps in autogenous breast reconstruction.” Clinical Plastic Surgery 1995; 22(1):153–166.
[29] DeBono R, Rao GS. “A simple technique for correction of male nipple hypertrophy: the ‘sinusoidal’ nipple reduction.” Plastic Reconstruction Surgery 1997; 100(7):1890–1892.
[30] Liebau J, Machens HG, Berger A. “Gynecomastia of the male nipple.” Annuals of Plastic Surgery 1998; 40(6):678–681.
[31] Bergman J. “Is the human male nipple vestigial?” Journal of Creation 2001; 15(2):38-41.