quinta-feira, fevereiro 18, 2016

Igrejas fazem campanha para “celebrar o evolucionismo”

Jogada de mestre e uma nova adoração
No último domingo, centenas de igrejas na América do Norte “comemoraram” o aniversário de Charles Darwin num evento conhecido como “Final de semana da evolução”. Desde 2006, um grupo crescente de líderes evangélicos tem se unido ao movimento que defende a “verdade” do evolucionismo e divulga que o relato de Gênesis 1 e 2 é meramente uma “fabula”. A lista conta com mais de 13.000 pastores que subscrevem ao movimento “Carta do clero”, onde eles apoiam que seja ensinado do púlpito de suas igrejas que “ciência e fé podem conviver”. São membros de centenas de denominações, incluindo batista, luterana, metodista, unitariana, episcopal e presbiteriana. Incomodado com o que considera uma “afronta à Bíblia”, o pastor Tony Breeden fundou em 2009 um movimento para resgatar o ensino do criacionismo nas igrejas. Batizado de “Carta da criação”, ele não tem recebido muito apoio. Mesmo assim, divulga a ideia de que as igrejas que defendem a Bíblia como Palavra de Deus inerrante [sic] promovam um “Domingo da Criação”, onde reafirmem a interpretação literal das Escrituras, que mostra Deus como o Autor de toda a criação.

Em entrevista ao site Christian News Network, Breeden explica que tem recebido o apoio de ministérios apologéticos, incluindo Living Waters, Answers in Genesis e Creation Ministries International. Explica também que muitos pastores evitam pregar sobre o criacionismo, alegando que isso causa “divisões” na congregação. Não só a evolução é incompatível com a Bíblia, Breeden argumenta, como também leva muitas pessoas a se afastar da fé cristã. Para ele, essa é a única divisão que pode ocorrer.

“O naturalismo é uma ferramenta útil para a investigação do mundo e tudo que nele existe, mas suas conclusões precisam ser contrastadas com a revelação infalível da palavra de Deus”, dispara.

Em seu site, ele apresenta estatísticas mostrando que um número crescente de pessoas abandona a igreja quando começa a questionar a veracidade das Escrituras desde o seu início [Gênesis]. Segundo Breeden, cerca de 70% dos jovens cristãos acabam se desviando após “adotar” o evolucionismo como verdade.


Nota: O último parágrafo do texto acima mostra a consequência de se adotar o evolucionismo como explicação para as origens, e deixa claro também a que (e a quem) se presta essa filosofia. Filosofia? Sim, filosofia. De acordo com meu amigo astrofísico Eduardo Lutz, o evolucionismo não é científico, no sentido estrito. “Está mais para um framework filosófico que inspira modelos. E a maioria desses modelos é qualitativa, diga-se de passagem. Ou seja, também não rigorosa. Um grande problema é que na divulgação tudo parece a mesma coisa: tudo é qualitativo e frequentemente com viés filosófico terrível. Não há como saber o que é e o que não é verdadeira ciência sem ir às fontes originais e conferir”, explica ele. E aqui os religiosos evolucionistas (ou evolucionistas teístas) cometem o grande erro de pensar que evolucionismo é sinônimo de ciência. Mas não é. Há muito de filosofia naturalista no modelo evolutivo, assim como há teologia bíblica no criacionismo bíblico. Mas acontece que os religiosos que abandonam o relato da criação em Gênesis por considerá-lo mitológico estão abandonando uma “mitologia” (assim eles pensam) para abraçar outra que os leva para longe do Criador.

É impossível deixar de perceber a jogada de mestre do inimigo de Deus: primeiro ele promoveu uma versão alternativa para as origens e que dispensa Deus (por mais que os religiosos liberais tentem colocá-Lo na equação); deu-a de presente para os ateus e, depois, trouxe-a para as igrejas, conseguindo, assim, solapar o fundamento das Escrituras e a base teológica de toda a Bíblia. Conseguiu, finalmente, misturar água e óleo.

E o que fazem outros religiosos tentando salvar o que restou de cristianismo criacionista? Escolhem o domingo para celebrar a criação! Está todo mundo louco?! Que confusão é essa?! O único dia bíblico que comemora a criação do mundo em seis dias é o sétimo, estabelecido pelo próprio Criador lá no começo (Gn 2:1-3), ratificado em tábuas de pedra escritas pelo dedo dEle (Êx 20:8-11) e observado por Jesus (Lc 4:16). Deus nos manda guardar o sábado justamente porque “em seis dias fez o Senhor os céus e a terra”.

Enquanto os cristãos não retornarem definitiva e consistentemente à Bíblia, tudo o que veremos neste mundo é incoerência e confusão religiosa/teológica. E uma multidão abandonando a igreja, Deus e o bom senso. [MB]