sexta-feira, março 18, 2016

Reino Unido procura preservar o descanso dominical

Câmara dos Comuns
A frequência à igreja pode estar em queda livre no Reino Unido. Mas longas farras de compras em grandes lojas não estarão mais preenchendo aquelas horas [de frequência à igreja]. Os evangélicos britânicos estão louvando a decisão do Reino Unido de manter limites às compras de domingo. A Câmara dos Comuns [House of Commons] votou que grandes lojas na Inglaterra e Gales possam abrir apenas por, no máximo, seis horas contínuas entre 10h e 18h. As lojas também precisam fechar na Páscoa e Natal. Lojas menores, de até mil metros quadrados ou menos, podem ficar abertas por todo o dia. A aliança evangélica do RU apoiou esses limites, destacando que “lojas locais continuarão protegidas contra grandes cadeias [de lojas] e trabalhadores terão a liberdade de ter um dia de folga”. A razão não foi uma interpretação estrita do quarto mandamento a respeito de lembrar-se do sábado.

“Esta é uma vitória para a vida familiar”, declarou Dave Landrum, diretor de defesa. A Aliança Evangélica do Reino Unido (EAUK), que pediu aos seus constituintes que contatassem seus membros locais do parlamento antes do voto, arrazoou que as restrições “protegem trabalhadores, negócios locais, e uma visão de que nós somos mais do que nossa habilidade de consumir”.

A proposta do governo foi direcionada para permitir que o governo local determine as horas de compras para sua área. Enquanto alguns membros do parlamento disseram que o relaxamento [dessa lei] poderia levar a 9% de aumento no emprego e aumentar 1,4 bilhão de libras [cerca de R$ 5,8 bilhões] nos próximos 10 anos, uma carta ao Telegraph de líderes da Igreja declarou que “um estudo recente pelos economistas de Oxford não prevê ganhos na economia, apenas uma perda de mercado para as pequenas lojas”.

As leis de compras aos domingos protegem “o lazer comum essencial para a vida familiar e atividades sociais compartilhadas”, bem como “protegem lojas menores dos quase-monopólios”, declarou a carta, que incluiu assinaturas da Igreja da Inglaterra e da Igreja em Gales.

“Mais fundamentalmente, todavia, nós estamos preocupados que a futura desregulação das leis comerciais dominicais provavelmente romperá os ritmos da vida comunitária que são tão integrais ao bem comum”, eles escreveram. “Em um mundo de crescente mercantilização, os espaços para tempo e atividades compartilhadas, centrais ao florescimento humano, estão se tornando incrementalmente raros. Estender desnecessariamente o horário de atendimento aos domingos irá apenas exacerbar essa tendência.”

Essa não foi a primeira vez que a Câmara dos Comuns abordou a ideia. No último outono, um voto foi derrubado quando o governo percebeu a escala de oposição à proposta. “Eu ouvi tantos parlamentares dizerem: ‘Eu quero manter o meu domingo especial. Por que os trabalhadores do comércio deveriam ser diferentes?’”, disse o parlamentar Edward Leigh. Ele destacou: “Mesmo Deus descansou no sétimo dia.”

A cobertura do Christianity Today sobre guardar o sábado [N.T.: sentido de domingo] inclui qual é o propósito disso e por que o descanso funciona.

(Christianity Today; tradução: Alexsander D. da Silva)

Nota: Duas coisas precisam ser destacadas: (1) a ideia de um descanso dominical aos poucos vai conquistando o mundo, mesmo nos países secularizados que não se importam tanto com a motivação religiosa para a guarda do domingo; (2) quando o decreto dominical for assinado nos Estados Unidos, a aceitação da lei será bem fácil. [MB]