Câmara dos Comuns |
A
frequência à igreja pode estar em queda livre no Reino Unido. Mas longas farras
de compras em grandes lojas não estarão mais preenchendo aquelas horas [de
frequência à igreja]. Os evangélicos britânicos estão louvando a decisão do
Reino Unido de manter limites às compras de domingo. A Câmara dos Comuns [House
of Commons] votou que grandes lojas na Inglaterra e Gales possam abrir apenas por,
no máximo, seis horas contínuas entre 10h e 18h. As lojas também precisam
fechar na Páscoa e Natal. Lojas menores, de até mil metros quadrados ou menos,
podem ficar abertas por todo o dia. A aliança evangélica do RU apoiou esses
limites, destacando que “lojas locais continuarão protegidas contra grandes
cadeias [de lojas] e trabalhadores terão a liberdade de ter um dia de folga”. A
razão não foi uma interpretação estrita do quarto mandamento a respeito de
lembrar-se do sábado.
“Esta
é uma vitória para a vida familiar”, declarou Dave Landrum, diretor de defesa.
A Aliança Evangélica do Reino Unido (EAUK), que pediu aos seus constituintes que
contatassem seus membros locais do parlamento antes do voto, arrazoou que as
restrições “protegem trabalhadores, negócios locais, e uma visão de que nós
somos mais do que nossa habilidade de consumir”.
A
proposta do governo foi direcionada para permitir que o governo local determine
as horas de compras para sua área. Enquanto alguns membros do parlamento
disseram que o relaxamento [dessa lei] poderia levar a 9% de aumento no emprego
e aumentar 1,4 bilhão de libras [cerca de R$ 5,8 bilhões] nos próximos 10 anos,
uma carta ao Telegraph de líderes da
Igreja declarou que “um estudo recente pelos economistas de Oxford não prevê
ganhos na economia, apenas uma perda de mercado para as pequenas lojas”.
As
leis de compras aos domingos protegem “o lazer comum essencial para a vida
familiar e atividades sociais compartilhadas”, bem como “protegem lojas menores
dos quase-monopólios”, declarou a carta, que incluiu assinaturas da Igreja da
Inglaterra e da Igreja em Gales.
“Mais
fundamentalmente, todavia, nós estamos preocupados que a futura desregulação
das leis comerciais dominicais provavelmente romperá os ritmos da vida
comunitária que são tão integrais ao bem comum”, eles escreveram. “Em um mundo
de crescente mercantilização, os espaços para tempo e atividades
compartilhadas, centrais ao florescimento humano, estão se tornando
incrementalmente raros. Estender desnecessariamente o horário de atendimento
aos domingos irá apenas exacerbar essa tendência.”
Essa
não foi a primeira vez que a Câmara dos Comuns abordou a ideia. No último
outono, um voto foi derrubado quando o governo percebeu a escala de oposição à
proposta. “Eu ouvi tantos parlamentares dizerem: ‘Eu quero manter o meu domingo
especial. Por que os trabalhadores do comércio deveriam ser diferentes?’”,
disse o parlamentar Edward Leigh. Ele destacou: “Mesmo Deus descansou no sétimo
dia.”
A
cobertura do Christianity Today sobre
guardar o sábado [N.T.: sentido de domingo] inclui qual é o propósito disso e
por que o descanso funciona.
(Christianity Today; tradução: Alexsander D. da Silva)
Nota:
Duas coisas precisam ser destacadas: (1) a ideia de um descanso dominical aos
poucos vai conquistando o mundo, mesmo nos países secularizados que não se
importam tanto com a motivação religiosa para a guarda do domingo; (2) quando o
decreto dominical for assinado nos Estados Unidos, a aceitação da lei será bem
fácil. [MB]