sábado, abril 02, 2016

John Lipke: o pioneiro da obra educacional adventista

O pioneiro era médico e teólogo
Neste ano, do centenário da sede sul-americana adventista (Divisão Sul-Americana), a ASN (Agência Adventista Sul-Americana de Notícias) inicia uma série sobre biografias de pioneiros adventistas. O pastor e médico alemão John Lipke, ou Johannes Rodolf Berthold Lipke, nascido em 27 de julho de 1875, é um exemplo disso. Ele foi considerado pioneiro da obra educacional adventista na América do Sul. Seu campo geográfico de atuação alcançou três regiões do Brasil: Nordeste (Pernambuco e Bahia), Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Segundo o Centro Nacional da Memória Adventista, “Lipke nasceu em Berlim, Alemanha, e frequentou o Seminário Teológico em Hamburgo, entrando em seguida na obra da colportagem, tendo como chefe o pastor Frederico Spies. Em 1896, partiu para os Estados Unidos, onde se dedicou ao mesmo trabalho e, em 1897, continuou seus estudos no Colégio de Battle Creek, em Michigan, onde se casou com Augusta Schuete. Ele e a esposa criaram dois filhos adotivos: Daniel e Berta”.

Apesar de europeu, o pioneiro teve uma acentuada importância no desenvolvimento da rede educacional adventista em solo brasileiro. Lipke se mudou para São Paulo, em 1904, a fim de dirigir um instituto de colportagem. Seis anos depois, foi enviado à Bahia, onde trabalhou durante três anos. Retornou em 1915 para São Paulo, onde assumiu a presidência da Missão Paulista. E, nesse período, atuou como primeiro diretor do Colégio Adventista Brasileiro, atual Unasp campus São Paulo, apoiado por John Boehm, fundador e primeiro administrador. De acordo com os registros do Centro Nacional da Memória Adventista, “no colégio, construiu o primeiro prédio da escola, o antigo dormitório dos rapazes e o prédio escolar, com a cozinha e o refeitório no subsolo. Nesse tempo, também, foi construída a antiga represa com o objetivo de produzir energia elétrica para a nova instituição”.

O jornalista Michelson Borges, autor do livro A Chegada do Adventismo ao Brasil, registra que, “para melhor atender à obra de publicações, foi decidido o estabelecimento de uma editora denominacional no Brasil. Por sugestão do pastor [Huldreich] Graf, foi instalada junto à Escola Missionária de Taquari, no Rio Grande do Sul. Assim, conseguiu-se economia de locação e proporcionou-se trabalho aos alunos do colégio. A fim de conseguir dinheiro e um prelo para dar início às publicações, o pastor John Lipke viajou aos Estados Unidos e, em várias igrejas daquele país, falou sobre as necessidades da obra no Brasil. Seu apelo foi atendido: recebeu 1.500 dólares em donativos, e o Emmanuel Missionary College, de Barrien Springs, doou um prelo manual para a imprensa a ser fundada em Taquari”.