segunda-feira, maio 23, 2016

Ainda sobre o Carbono 14 em ossos de dinossauros

Seriam realmente tão antigos?
Nas últimas décadas, “quantidades facilmente detectáveis ​​de Carbono 14”, mesmo em carvão,[1,2] diamantes,[3, 4] madeiras,[5, 6] conchas de amonitas[6] e vários outros fósseis, “têm sido a regra e não a exceção”[7: p. 49; 8]. Os evolucionistas afirmam que as amostras em todos os casos devem ter sido contaminadas por carbono externo. Por outro lado, seria de esperar encontrar Carbono 14 (C-14) em tais amostras se os relatos bíblicos da criação e do dilúvio fossem verdadeiros. Cientistas criacionistas alegam que as técnicas modernas de “medidas por AMS [Espectrometria de Massa com Aceleradores, em português] eliminam cuidadosamente todas as possíveis fontes de contaminação de carbono. Estas incluem qualquer traço de C-14 que eventualmente poderia ter entrado nas amostras em épocas recentes, ou C-14 introduzido durante a preparação e a análise da amostra”[7: p. 50] Portanto, as hipóteses de contaminação, uma após a outra, têm sido rejeitadas.[8]

Quanto ao resumo aceito e publicado na forma de pôster, na sessão Biogeociência, e depois removido da página da conferência em Cingapura (confira aqui), ele não trouxe a descrição minuciosa dos procedimentos metodológicos adotados pelos autores devido à quantidade predeterminada de palavras que deveria conter (embora tenha sido apresentado com detalhes na forma oral pelo Dr. Thomas Seiler, em seus 15 minutos, conforme mostra o vídeo da palestra). Mas, para aqueles que querem maiores detalhes a respeito da condução do estudo, basta acessar o site oficial do grupo de Paleocronologia.[9]

Além disso, o grupo de Paleocronologia (Paleogrupo) publicou outros trabalhos acerca da descoberta de C-14 em ossos de dinossauros. Em 2009, um artigo revisado por pares foi aceito e publicado em italiano em uma conferência realizada pelo Conselho de Pesquisas Nacionais da Itália, na cidade de Roma. O mesmo artigo foi publicado em inglês em uma conferência realizada pela Gustav Siewerth Academie, no sul da Alemanha. Esse artigo trouxe uma descrição minuciosa da metodologia adotada pelos pesquisadores.[10] Inclusive o resumo desse artigo foi incluído em dois livros,[11, 12] e criticado posteriormente em uma das publicações da Science[13] e da Scientific American.[14]

Críticas têm sido feitas ao longo do tempo, direcionadas ao trabalho apresentado em 2012 em Cingapura, alegando contaminação das amostras por resina e outros conservantes químicos.[15] Se as críticas realmente fazem algum sentido, por que motivo ano após ano o Paleogrupo tem sido autorizado a apresentar seus resultados em conferências internacionais na área de ciências Geofísicas? No dia 17 de dezembro de 2014, por exemplo, o Paleogrupo apresentou informações na forma de pôster na reunião da American Geophysical Union (AGU), em San Francisco (EUA).[16] Em 5 de agosto de 2015, por sua vez, na reunião da Asia Oceania Geosciences Society (AOGS), em Cingapura [17].

A fim de esclarecer a controvérsia e dar a oportunidade para que “o outro lado da história” seja apresentado, nossa equipe enviou um e-mail para obter mais informações direto da fonte. O geólogo John Michael Fischer, relações públicas do Paleogrupo, nos enviou uma resposta na qual diz: “A crítica no site Physics Stack Exchange foi escrita por alguém que não entende o que foi feito e nunca nos pediu [informações]. Eles confundem um relatório feito há 25 anos com o recente trabalho, e colágeno, resina, contaminação, etc. são problemas comuns que todo aquele que faz testes de radiocarbono sabe como lidar. Infelizmente, eles não nos deixarão responder-lhes.”

Fischer, inclusive, nos enviou a matéria publicada em 1991 que criticava o teste de espectroscopia de massa a laser aplicado em ossos de dinossauros a fim de investigar C-14, conduzidos por russos da Universidade Estadual de Moscou em parceria com Hugh Miller, líder da então Creation Research, Science Education Foundation (CRSEF).

Hugh Miller, no ano anterior a esse relatório, havia publicado seus primeiros achados de C-14 em ossos de dinossauros.[18] Segundo Fischer, muitos evolucionistas ainda hoje fazem uma associação equivocada da matéria divulgada em 1991 com as pesquisas recentes do Paleogrupo.[19] É possível encontrar ambas, a matéria com as críticas divulgada em 1991 e a resposta de Hugh Miller em relação às críticas, no site oficial do Paleogrupo.

A fim de dar ainda mais transparência às evidências apresentadas nesta matéria, disponibilizaremos os e-mails dos membros do Paleogrupo:

Michael Fischer, relações públicas do Paleogrupo (mike@newgeology.us)
Hugh Miller, consultor químico e coordenador do Grupo Internacional Paleocronologia de Columbus Ohio (hugoc14@aol.com)
Joe Taylor, paleontólogo de campo e diretor do Mt. Blanco Fossil Museum, Crosbyton, Texas (mtblanco1@aol.com)
Kevin Miller, “caçador de fósseis” (datethefossilsnottherocks@gmail.com)
Hugh Owen, diretor do Centro Kolbe para o Estudo da Criação, Mt Jackson, Virginia (director@kolbecenter.org)

(Everton Alves)

Referências:                 
[1] Schleicher, M., Grootes, P.M., Nadeau, M.-J., and Schoon, A., “The Carbonate 14C Background and Its Components at the Leibniz AMS Facility”, Radiocarbon, 40(1998), p. 85-93.
[2] Baumgardner JR, Snelling AA, Humphreys DR, Austin SA. “Measurable 14C in Fossilized Organic Materials: Confirming the Young Earth Creation-Flood Model.” In: Ivey Jr RL (ed.). Proceedings of the Fifth International Conference on Creationism. Pittsburgh, Pennsylvania: Creation Science Fellowship, 2003, p. 127-147.
[3] Baumgardner JR. “14C Evidence for a Recent Global Flood and a Young Earth.” In: Vardiman L, Snelling AA, Chaffin  EF (eds.). “Radioisotopes and the Age of the Earth: Results of a Young-Earth Creationist Research Initiative.” El Cajon, California: Institute for Creation Research, and Chino Valley, Arizona: Creation Research Society, 2005, p. 587-630.
[4] Taylor RE, Southon J. “Use of Natural Diamonds to Monitor 14C AMS Instrument Backgrounds.” Nuclear Instruments and Methods in Physics Research B 259 (2007): 282-287.
[5] Snelling AA. “Geological Conflict: Young Radiocarbon Date for ‘Ancient’ Fossil Wood Challenges Fossil Dating.” Creation (April-June 2000), p. 44-47.
[6] Snelling AA. “Radiocarbon Ages for Fossil Ammonites and Wood in Cretaceous Strata near Redding, California.” Answers Research Journal 1 (2008): 123-144.
[7] De Young D. Thousands... Not Billions. Green Forest, AR: Master Books, 2005.
[8] Giem P. “Carbon-14 Content of Fossil Carbon.” Origins. 2001; 51:6-30. Disponível em: http://www.grisda.org/origins/51006.htm
[9] Holzschuh J, Pontcharra J, Miller H. “Recent C-14 Dating of Fossils including Dinosaur Bone Collagen.” Disponível em: http://www.sciencevsevolution.org/Holzschuh.htm
[10] Fischer JM. “Carbon-14-dated dinosaur bones are less than 40,000 years old.” New Geology, 2015. Disponível em: http://newgeology.us/presentation48.html; acesse também o site oficial do grupo de Paleocronologia: http://www.dinosaurc14ages.com/
[11] De Mattei R (ed.). Evoluzionismo: Il tramonto di una ipotesi. Siena: Cantagalli, 2009. P.125-155. ISBN 88-8272-500-6.
[12] Gerhard Hess Verlag. Evolution and the Sciences: A Critical Examination. Bad Schussenried, Germany, 2012, p. 295-321.
[13] Margottini L. “Italy Science Agency Helps Publish Creationism Book.” Science News, 2009. Disponível em: http://www.sciencemag.org/news/2009/12/italy-science-agency-helps-publish-creationism-book
[14] Harmon K. “Italy science council funds creationist book.” Scientific American, 2009. Disponível em: http://blogs.scientificamerican.com/observations/italy-science-council-funds-creationist-book/
[15] “Is it a problem with radiometric dating that carbon 14 is found in materials dated to millions of years old?” Physics Stack Exchange. Disponível em: http://physics.stackexchange.com/questions/154588/is-it-a-problem-with-radiometric-dating-that-carbon-14-is-found-in-materials-dat
[16] Miller H, Bennett R, de Pontcharra J, Giertych M, Kline O, van Oosterwych MC, Owen H,  Taylor J. “A comparison of δ13C & pMC values for ten Cretaceous-Jurassic dinosaur bones from Texas to Alaska USA, China, and Europe with that of coal and diamonds presented in the 2003 AGU meeting.” AGU Fall Meeting 2014, 15 to 19 Dec, 2014, San Francisco, Abstract #B31E-0068. Disponível em: https://agu.confex.com/agu/fm14/meetingapp.cgi/Paper/29800
[17] Miller H, Bennett R, Owen H, de Pontcharra J, Giertych M, van Oosterwych MC, Kline O, White B, Taylor J. “Soft Tissue, Collagen and Significant 14C Content in Dinosaur Bones – What Does it Mean?” AOGS 12th Annual Meeting, 2 to 7 Aug, 2015, Singapore, Abstract BG01-D3-PM2-P-006 (BG01-A013). Disponível em: http://www.dinosaurc14ages.com/singabs.pdf
[18] Dahmer L, Kouznetsov D, Ivenov A, Hall J, Whitmore J, Detwiler G, Miller H. “Report on chemical analysis and further dating of dinosaur bones and dinosaur petroglyphs.” In Proceedings of the Second International Conference on Creationism held July 30-August 4, 1990, Volume 2, “Technical symposium sessions and related topics”, ed. by R. E. Walsh and C. L. Brooks, p. 371-374. Pittsburgh: Christian Science Fellowship, Inc.
[19] Lafferty MB. “Creationists Say Dinosaurs Lived With Man.” Columbus Dispatch, 1991, p. 1B-2B, November 3.