sexta-feira, maio 06, 2016

Morcegos ensinando drones a voar

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Em um artigo publicado na Scientific Reports,[1] um grupo de pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, relata o resultado de experimentos realizados com morcegos de orelhas longas em um túnel de vento. Ao contrário do que se imaginava, as grandes orelhas desses animais não representam um obstáculo aerodinâmico durante seu voo, mas acabam auxiliando a sustentação dos morcegos no ar. “Mostramos como o ar atrás do corpo de um morcego de orelha longa acelera-se para baixo, o que significa que o corpo e as orelhas fornecem elevação. Isso distingue os morcegos de orelha longa de outras espécies que têm sido estudadas e indica que as orelhas grandes não criam meramente forte resistência, mas também auxiliam o animal a permanecer elevado”, diz Christoffer Johansson Wertheim.[2]

Além disso, os pesquisadores conseguiram entender melhor a técnica de voo desses morcegos em velocidades baixas: “Também encontramos um novo mecanismo que os morcegos usam para gerar forças de impulso. Eles o usam em velocidades de voo muito baixas. Essas forças de impulso são produzidas quando as asas estão estendidas para longe do corpo, o que significa que elas se tornam muito boas para manobras. [...] O controle de voo a baixas velocidades é bastante desafiador. [...] Imaginamos que essa seja uma contribuição importante para os mecanismos de controle em drones no futuro.”[2]

A figura abaixo foi obtida no site da NASA[3] e descreve o problema “simples” das forças agindo em um foguete durante seu voo. Como seria o conjunto de equações que descreveria o voo dos morcegos estudados pelos pesquisadores de Lund? A própria existência de leis físicas fundamentais, arranjadas segundo um delicado ajuste fino que possibilite a existência da matéria e do universo, já é um obstáculo tremendo à concepção materialista do mundo. A combinação dessas leis fundamentais para compor uma obra-prima como o voo de um animal (tal qual descrito na pesquisa) chega a ser um golpe de misericórdia.


No livro Evolution: The Grand Experiment, Carl Werner coletou entrevistas com diversos especialistas em evolução de morcegos. A declaração seguinte deixa muito claro o estado das coisas na atualidade: “Encontramos mais de 650-670 espécimes até agora [apenas nesse local da Alemanha]. Não temos um registro fóssil de morcegos durante o período Cretáceo. Isso significa que dependemos somente de especulação sobre quando ela começou [a evolução dos morcegos] e o que aconteceu naqueles tempos” (Dr. Joerg Habersetzer, especialista em evolução de morcegos, Senckenberg Museum of Natural History, Frankfurt, Alemanha).[4]

(Dr. Rodrigo Meneghetti Pontes é professor Adjunto do Departamento de Química da Universidade Estadual de Maringá e vice-Presidente do Núcleo Maringaense da Sociedade Criacionista Brasileira [NUMAR-SCB]; conheça sua página Origem e Vida)

Referências: 
[1] L. C. Johansoon, J. Hakansson, L. Jakobsen, A. Hedenstrom, “Ear-body lift and a novel thrust generating mechanism revealed by the complex wake of brown long-eared bats (Plecotus auritus)”, Scientific Reports, v. 6, p. 24.886, 2016. 
[2] Lund University, News and Press Releases, WATCH: How studying bats’ flight technique could lead to drone development. , 5/5/2016. 
[3] NASA, Flight equations with drag , 5/5/2016. 
[4] C. Werner, Evolution: The Grand Experiment v. 1, 3rd ed., New Leaf Press, 2014 (Edição para Kindle, localização 1315).