quinta-feira, junho 02, 2016

Cientistas tentam explicar o pescoção das girafas

Acaso ou design inteligente?
A seleção natural precisou de uns dez milhões de anos [sic] para transformar um herbívoro africano de pescoço modesto no portento zoológico que os seres humanos batizaram de girafa, revela um novo estudo, o qual identificou vários dos genes que estariam por trás da metamorfose evolutiva do bicho. As alterações no DNA que podem ter dado às girafas seu pescoço descomunal e seu coração incrivelmente potente, entre outras características, foram flagradas graças a uma comparação entre o genoma do bicho e o de seu [suposto] parente vivo mais próximo, o ocapi, que mede apenas 1,5 m na altura do ombro (enquanto as girafas podem chegar perto de 6 m de altura, com o pescoço correspondendo a mais de 2 m desse total) e também vive na África. A equipe de cientistas liderada por Douglas Cavener, da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA), e Morris Agaba, do Instituto Africano de Ciência e Tecnologia, na Tanzânia, publicou os resultados na revista científica Nature Communications.

É a primeira vez que os genomas da girafa e do ocapi (ambos com cerca de três bilhões de pares de “letras” químicas, tamanho similar ao do genoma humano) são totalmente “soletrados”. Os pesquisadores usaram como base de referência o DNA do boi, já relativamente bem conhecido, para facilitar a identificação de genes das duas espécies africanas, que são parentes mais distantes dos bovinos.

Além de estimar que as linhagens das girafas e dos ocapis divergiram (ou seja, separaram-se evolutivamente) há 11,5 milhões de anos, e não há 16 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista], como se acreditava anteriormente, os pesquisadores montaram uma lista de genes que a seleção natural parece ter favorecido de forma específica ao longo da evolução das girafas. [...]

Alguns dos genes identificados, porém, talvez tenham uma função mais específica. É o caso do FGFRL1, “o mais intrigante dos que identificamos”, diz Cavener. Genes dessa família, segundo outros estudos, estão ligados a um desenvolvimento mais prolongado das partes do embrião que são precursoras das vértebras. E é justamente isso que os embriões de girafa fazem para ganhar seu pescoço longo: em vez de adicionar mais vértebras a essa parte do corpo, eles têm o mesmo número de vértebras que os demais mamíferos, só que as suas são maiores.

Outros genes com mutações exclusivas das girafas, da família HOX, ajudam a especificar a ação de outras moléculas do organismo em partes do esqueleto - no caso, a coluna e as pernas. “A combinação dessas alterações pode ter trazido dois ingredientes necessários para a evolução do pescoço e das pernas compridas das girafas”, diz Cavener. [...]

Para sobreviver e prosperar com seu pescoção, a girafa desenvolveu uma série de adaptações únicas, como:

Sangue - Pressão arterial duas vezes maior que a dos demais mamíferos, para poder bombear sangue do coração para o cérebro em trajeto vertical de dois metros.

Força - Fortalecimento dos ligamentos do pescoço com o tórax.

Gene FGFRL1 - Ajuda a regular o tamanho das regiões do embrião que vão dar origem às vértebras. Isso pode explicar como as girafas ficaram tão pescoçudas, já que elas têm o mesmo número de vértebras que os demais mamíferos, mas as delas são mais largas.

Genes HOXB3, CDX4 e NOTO - Ajudam a estabelecer as posições específicas de cada parte do corpo durante o desenvolvimento do embrião, como se fossem “genes Lego”. Teriam garantido que só o pescoço – e não outras partes do corpo das girafas – encompridassem.


Nota: Mutações aleatórias filtradas pela seleção natural dando origem a funções específicas? Dá para acreditar nisso? Se apenas um gene controla uma função especial, ele deve ter surgido exatamente como é e não pode ter mudado mais ao longo dos supostos milhões de anos. Dá para acreditar nisso? “Para sobreviver e prosperar com seu pescoção, a girafa desenvolveu uma série de adaptações únicas.” Dá para acreditar nisso? Essas “adaptações únicas” são interdependentes e dificilmente a girafa sobreviveria sem uma delas; e qualquer uma delas, sem as demais, seria inútil e desvantajosa. O que surgiu primeiro? Ou teriam todas essas “adaptações únicas” aparecido ao mesmo tempo, num passe de mágica? Dá para acreditar nisso? E eu que sou crente? Na verdade, há outras complexidades irredutíveis no corpo da fantástica girafa (confira aqui), o que nos faz pensar que ela é, de fato, fruto de um design inteligente e intencional, não resultado da atuação do deus tempo-acaso. [MB]