domingo, junho 26, 2016

Depois da morte, genes tentam ressuscitar o corpo

Nem o corpo aceita a morte
Os biólogos moleculares Peter Noble e Alex Pozhitkov publicaram os resultados de uma pesquisa indicando que mesmo depois da morte centenas de genes começam a funcionar e essa atividade toda continua por pelo menos 48 horas. Para chegar a essa conclusão os biólogos acompanharam a atividade nuclear das células de peixes-zebra e camundongos assim que esses animais foram mortos. A concentração de RNA mensageiro foi monitorada por dois dias. Como já se esperava, RNA mensageiro diminuiu progressivamente na imensa maioria dos genes. No entanto, algumas centenas de genes tiveram picos post mortem. Alguns desses genes ativados post mortem têm relação com o desenvolvimento do feto, e se desligam assim que se inicia o trabalho de parto. Isso quer dizer que algo que era importante no desenvolvimento fetal volta a funcionar assim que morremos. Outra descoberta interessante foi que alguns desses genes ativados depois da morteestão relacionados ao câncer.

Na verdade, um artigo de 2013, publicado na Forensic Science International, revelou que alguns genes ficam ativos por pelo menos 12 horas após a morte em humanos que foram mortos por trauma múltiplo, ataque cardíaco ou asfixia. Os cientistas acreditam que muitos desses genes estejam envolvidos numa espécie de operação de ressuscitação.

Mas aí vem a pergunta: Se não há vida, por que tantos genes acordam após a morte? Os autores do estudo acham que muitos destes genes são ativados como parte de processos fisiológicos que ajudam na cura ou ressuscitação após uma grave lesão. Isso quer dizer que após a morte algumas células podem ter energia suficiente para alavancar os genes responsáveis por proteger o corpo em um processo inflamatório, o mesmo que fariam se o corpo estivesse vivo.

Essa pesquisa, certamente, levanta questões importantes sobre a definição de morte, normalmente dita como a suspensão dos batimentos cardíacos, atividade cerebral e respiração. Além disso, parece um pouco estranho que uma pessoa seja enterrada quando seus genes ainda lutam por uma ressurreição...


Nota: Seria essa mais uma evidência de que não fomos criados para morrer? Psicologicamente, o ser humano não se conforma com a realidade da morte, mesmo depois de milênios de convivência com ela, e mesmo ouvindo insistentemente que “a morte faz parte da vida”, ou que ela seria necessária para o processo evolutivo. Conversa furada! Não nos conformamos com morte porque fomos originalmente criados para ser eternos. A morte é uma consequência do pecado (Rm 6:23), e ambos são intrusos neste planeta. Graças a Deus, num futuro próximo, Ele vai destruir a morte (cf. Ap 21), e nossos genes e nossa mente/nossos sentimentos não precisarão mais lutar contra ela. [MB]