sexta-feira, junho 03, 2016

“Descendentes”: uma geração preparada para o mal

Uma geração má
A Bíblia diz, em Isaías 5:20: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz trevas. E Ellen White escreveu há mais de um século: “Satanás trabalhará com todo o seu poder enganador para influenciar o coração [mente] e obscurecer o entendimento, a fim de que o mal pareça bem, e o bem mal” (Atos dos Apóstolos, p. 431). Uma das estratégias mais bem-sucedidas do inimigo de Deus se chama inversão de valores. Foi assim no Éden, quando, diante de Eva, ele distorceu descaradamente as palavras do Criador, e continua sendo assim em nossos dias. Na verdade, está se tornando cada vez pior, pois os meios de divulgação do engano hoje são incrivelmente mais poderosos de que poucos anos atrás. 

Há algum tempo temos visto ganhar a telinha e a telona histórias e personagens que glamourizam o mal. As pessoas parecem não se identificar mais com os heróis bonzinhos que fazem justiça e cumprem a lei. Emergiram os anti-heróis que espancam, decepam, aleijam e até matam. Heróis para os quais os fins justificam os meios, sejam quais meios forem.

Temos assistido espantados à exaltação da maldade disfarçada de bem, do errado praticado em nome do amor, do pecado tolerado em nome de um suposto bem maior. Coisas como magia, ocultismo e bruxaria, claramente condenadas pela Bíblia pelo seu potencial de afastar as pessoas de Deus aproximando-as do pai da mentira, têm sido a matéria-prima de muitas produções cinematográficas e televisivas, para adultos e crianças – especialmente para crianças. E nisso a Disney tem sido especialista.

Há alguns anos, a gigante do entretenimento infantil vem se especializando na divulgação de bruxaria, ocultismo e inversão de valores. Em “Pokahontas”, há uma seção espírita na qual a índia conversa com um espírito numa árvore. O filme “Malévola” é carregado de conteúdo explícito de feitiçaria e bruxaria. Em “Mulan”, o melhor amigo da personagem é um dragão vermelho que fala com os mortos. Em “A Princesa e o Sapo”, o destaque é para a prática satânica do vodu. E a animação “Frozen”, também cheia de magia, tem sua musiquinha que encantou o mundo, em que Elsa canta: “Sem certo, sem errado, sem regras para mim. Estou livre.”

A Bíblia chama os dez mandamentos de a “lei da liberdade” (Tiago 1:25). Os que foram libertos do pecado, salvos pela graça, são livres para amar a Deus, e esse amor se manifesta também pela obediência. Jesus mesmo disse: “Se vocês Me amam, obedecerão aos Meus mandamentos” (João 14:15). Quem se rebelou no Céu e desprezou a lei de Deus? A quem interessa esse desprezo pelo código de conduta do reino de Deus?

Quanto à magia e à feitiçaria, a Bíblia também é muito clara: “Não permitam que se ache alguém entre vocês que queime em sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, o seu Deus, vai expulsar aquelas nações da presença de vocês” (Deuteronômio 18:10-12).

Numa animação da Fox, lançada no ano passado com o título “O Livro da Vida”, uma personagem diz o seguinte: “O mundo todo é feito de histórias, e todas as histórias estão bem aqui, no Livro da Vida. Mas a maior história começa no dia dos mortos. Um dia em que os espíritos passam pelo mundo e tudo pode acontecer.”

Mais recentemente, outra produção da Disney surpreendeu os mais atentos. Trata-se de “Os Descendentes”. Nesse caso, os personagens principais são os filhos das mais malignas personagens de animações da Disney, e o trailer diz: “A próxima geração de vilões chegou”; e diz também: “Eles são os melhores quando fazem o pior.” Só que esses são vilões carismáticos, bonitos e são os personagens principais no enredo.

Você percebe que esta geração foi preparada para aceitar a inversão total de valores? Foi preparada para aceitar o que Deus detesta. Foi preparada para o último engano. Ao mesmo tempo em que o Senhor espera que Seu povo prepare uma geração para encontrar Jesus em Sua segunda vinda, o inimigo trabalha intensamente para separar as pessoas do seu Criador e aproximá-las do mal, dando a ele tons de brincadeira e inocência.

Não podemos dormir no ponto. Há um inimigo bem acordado por aí.

Michelson Borges