segunda-feira, junho 06, 2016

Kalashnikov vai lançar marca de roupas e acessórios

Banalização da vida e da morte
Um porta-voz da Kalashnikov confirmou, em entrevista à Gazeta Russa, que a empresa está trabalhando na criação de uma nova linha de roupas. Apesar de o lançamento estar previsto para outubro, os designs serão divulgados antes da data. “Eu não entendo como é possível que não tenhamos a nossa própria marca de roupas e acessórios”, disse mais cedo Vladímir Dmitriev, diretor de marketing do Consórcio Kalashnikov, ao jornal Izvéstia. “Gigantes como Caterpillar e Ferrari obtêm 10% de seus lucros graças à sua própria marca de roupa”, acrescentou Dmitriev, que acredita haver uma grande demanda por roupas e acessórios entre os clientes. A entrada da empresa no mercado da moda é vista sobretudo como um passo para adaptar a estratégia de marketing às sanções impostas à empresa pelos governos dos EUA e da União Europeia.

“A Kalashnikov teve que se reorientar para o mercado interno, após a queda das vendas nos mercados ocidentais”, afirmou o diretor de marketing do consórcio. “A busca de clientes no setor civil é, portanto, natural diante do contexto atual.”

O Consórcio Kalashnikov é o maior produtor de rifles automáticos da Rússia, respondendo por uma cota de 95% da produção nacional. Entre outros produtos destinados a civis estão rifles de caça e espingardas para fins esportivos.


Nota: É impossível estimar quantas vidas esse rifle já ceifou. Mas a banalização da vida e da morte é tão grande que agora a marca poderá ser grife de roupas. Curiosamente, não causou estranheza na mídia nem manifestações de indignação o fato de que pessoas estarão ajudando a divulgar em seu vestuário uma marca relacionada com morte e destruição. Marcas como Marlboro já faziam isso, de certa forma, mas rifles matam mais rápido que cigarro! Creio que o afastamento paulatino da cosmovisão bíblica e criacionista é, em grande medida, responsável por essa visão pragmática da vida e por esse desprezo por algo que não mais se vê como sagrado. Mundo torto o nosso... [MB]