quarta-feira, junho 08, 2016

Saúde emocional e espiritual

Fortalecer o lóbulo frontal e cultivar bons pensamentos são algumas atitudes que fazem parte do “pacote” da boa qualidade de vida

No livro Corpo Ativo, Mente Desperta, o professor de psiquiatria em Harvard, Dr. John Ratey, afirma que níveis tóxicos de estresse desgastam as conexões entre os bilhões de neurônios e que a depressão crônica contrai certas áreas do cérebro, mas que o exercício físico, ao contrário, libera uma cascata de neuroquímicos e fatores de crescimento que podem reverter esse processo, ajudando a sustentar a infraestrutura cerebral. Isso também melhora as habilidades cognitivas e – mais ainda – a saúde emocional. Livros como o de Ratey e inúmeras pesquisas científicas têm deixado claro que a boa qualidade de vida depende de vários fatores e do equilíbrio entre saúde física, mental e, também, espiritual.

Pensando nisso, líderes da área de saúde e especialistas no assunto decidiram realizar, em janeiro deste ano, um congresso justamente sobre saúde mental, o Health Summit, com o tema “Emotional Wellness – Sharing Wholeness, Serving All”. O local escolhido foi Orlando, na Flórida, para onde 214 participantes e 19 expositores se dirigiram, de várias partes dos Estados Unidos, Canadá, América do Sul, Europa e até da Rússia. Vida e Saúde esteve lá e conferiu de perto os temas abordados.

Segundo o Dr. Marcello Niek Leal, líder da área de saúde da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul e um dos organizadores do evento, saúde mental compreende duas perspectivas diferentes: a visão cognitiva, relacionada com a mente, o intelecto e a consciência; e a visão emocional, relacionada com a emoção, o sentimento e o humor. “Esse é um tema relevante e atual, mas, infelizmente, ainda muito mal compreendido e de alto impacto na saúde das pessoas de modo geral”, disse ele.

A brasileira Katia Reinert é diretora associada para o mesmo departamento, em âmbito mundial, e foi a principal organizadora do congresso. Para ela, que tem um PhD em enfermagem pela Universidade Johns Hopkins, o equilíbrio das emoções vem da nossa capacidade de interagir com as pessoas e com as situações decorrentes dessas relações. “Relacionamentos estáveis, em que as pessoas se interessam umas pelas outras, cuidam e se sentem cuidadas, respeitam e são respeitadas, proveem as condições necessárias para o equilíbrio emocional”, diz ela.

[Continue lendo o artigo escrito pelo jornalista e editor da revista Vida e Saúde, Michelson Borges]