terça-feira, julho 26, 2016

Além de porta para as drogas, álcool causa câncer

Desgraça tolerada. Até quando?
O vício em drogas tem começado cada vez mais cedo e, ao contrário do que muitos pensam, a dependência inicia a partir de uma droga “aceitável”, com baixo custo e de fácil acesso: o álcool, muitas vezes também associado ao cigarro. A psicóloga Andrea Hamasaki comenta que a maioria dos pacientes em tratamento de drogas ilícitas contam que tudo começou com o álcool. Os pacientes relatam que “bebem e perdem um pouco a questão do julgamento e vão no embalo, não pensam se é bom ou não, não estão preocupados com regras”. De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD), o consumo crônico de doses elevadas de álcool muda o funcionamento do cérebro, altera a estrutura e aumenta a atividade de uma área cerebral associada ao comportamento impulsivo e à formação de hábitos. Com o tempo, o funcionamento dessa região passa a prevalecer sobre a tomada de decisão consciente.

Quanto aos motivos para começar a beber, são inúmeros e variam bastante, mas muitas vezes passa a funcionar como aceitação. Pode ser por falta de estrutura familiar, algum problema pontual na família, falta de educação, de carinho, entre outros. “Crianças saem de casa e se envolvem com drogas como uma fuga. Muitas vezes no meio em que ela se insere o consumo de drogas acaba sendo a forma de se sentir acolhida”, comenta a psicóloga.

E como se não bastasse o problema das drogas, há também o câncer. Após analisar vários estudos publicados ao longo de décadas, a pesquisadora Jennie Connor, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, concluiu que existe um elo entre a ingestão de bebidas alcoólicas e o surgimento de tumores em pelo menos sete regiões do corpo: laringe, esôfago, fígado, cólon, reto, mama e orofaringe. Mais: de acordo com a investigação, ocorreram aproximadamente 500 mil mortes por câncer em 2012 devido a cervejas, uísque e companhia. Segundo a autora do trabalho, as descobertas em relação aos nódulos de mama são especialmente preocupantes. “Cerca de 60% de todas as mortes por câncer atribuídas ao álcool nas mulheres da Nova Zelândia vêm desse tipo de tumor”, disse.

Outro dado para ficar de olho: o diagnóstico da doença muitas vezes aconteceu entre quem tomava doses até então consideradas aceitáveis. Ou seja, não haveria limite seguro para esse hábito. Ainda assim, pessoas que abusam se beneficiariam bastante caso maneirassem nas doses.   

(Com informações de Anti-Drogas, HuffPost Brasil e Saúde)