Me engana que eu gosto |
Sempre
que estamos diante de um filme de ficção, temos que colocar em prática nossa
capacidade de dar credibilidade à história sem ficar questionando o universo um
tanto irreal do cinema, mas internamente sabemos que muito daquilo é bastante
distante da realidade. Um dos maiores exemplos dos saltos que o cinema dá em
direção ao universo fantasioso é o caso de Clark Kent, o famoso “Super-Homem”,
que não é reconhecido como super-herói no ambiente de trabalho porque está sob
o “eficiente” esconderijo de seus óculos de grau. Se a gente se preocupasse com
cada escorregada cinematográfica dessas, não conseguiríamos assistir a quase
nenhum filme, mas, como pura forma de divertimento, vamos destacar aqui quais
são as mentiras mais comuns em que o cinema tenta fazer a gente acreditar. Estas
são as cinco mentiras que o cinema tenta incansavelmente nos convencer de que
são verdade.
Os óculos mágicos. De
forma parecida ao que acontece com o Super-Homem/Clark Kent, em muitos filmes
os óculos possuem um mágico poder de transformação, principalmente sobre as
meninas. Quantas vezes já não assistimos à história de uma garota que é
considerada feia e, obviamente, usa óculos, quando, de repente, ela troca
as armações por lentes de contato, solta o cabelo, coloca um pouco de maquiagem
e pronto: a garota feia era na verdade uma garota linda! E sua transformação
deixa de boca aberta o garoto que antes só a queria como amiga. Um dos maiores
exemplos é o filme “Ela é Demais” (1999), com Freddie Prinze Jr. e Rachael
Leigh Cook.
A edição que transforma
algo chato em épico. Ah, a magia do cinema! Basta uma edição
com cortes rápidos e uma trilha sonora adequada para nos fazer acreditar que se
acabar de tanto fazer exercício é a coisa mais maravilhosa do mundo. A
maravilha consiste em correr muitos quilômetros diariamente, atravessando, entre
outros lugares, favelas perigosas; fazes flexões, abdominais, levar golpes em
todas as partes do corpo, golpear animais mortos e, por fim, celebrar o término
da maratona logo depois de subir um enorme lance de escadas.
A coreografia espontânea. Imagine
a seguinte situação: você está andando pela cidade ouvindo música com seus
fones de ouvido e a sua música favorita começa a tocar, muito alegre e
cativante. Naturalmente, você oprime o desejo de começar a dançar e cantar
loucamente no meio da rua, para evitar que você não seja enviado para um
manicômio, ou seja alvo de piadas. Já no cinema, basta a personagem principal
começar a dançar alegremente pela rua para que uma multidão a acompanhe,
fazendo uma coreografia perfeita sem nunca ninguém ali ter ensaiado
(teoricamente)!
Cuidado com o ônibus. Na
vida real, os acidentes podem acontecer, sim, mas em filmes motoristas de
ônibus são realmente desleixados (e assassinos). Quão comum é para o mundo do
cinema uma pessoa ser atropelada por um ônibus. Esse tipo de acidente aparece
frequentemente nos filmes por sua capacidade de surpreender e impressionar o
público, mas também é um prato cheio para as comédias. Além disso, o ônibus
normalmente vai muito mais rápido que a pessoa.
Sexo na praia. Os
filmes querem que a gente acredite que fazer sexo nos lugares mais inesperados
e absurdos é algo corriqueiro, colocado em prática todos os dias por casais.
Desculpe decepcioná-los, mas essa é mais uma das mentiras do cinema! A
realidade é que, embora pareça bem sem graça, todo mundo costuma ter relações
sexuais na famosa e confortável cama. Fazer sexo na praia é a cena romântica
ideal do cinema, mas a verdade é: se você tentar, vai descobrir que a areia não
é algo lá muito agradável em certas partes do corpo, e que a praia pode não ser
um lugar com muita privacidade. A cena mais memorável (e com o maior número de
paródias) é do filme “A um Passo da Eternidade” (1953), com Burt Lancaster e
Deborah Kerr.
(Batanga)
Nota:
Ainda assim, as mentiras acima não são as piores. Confira abaixo o que pode ser
pior... [MB]