sexta-feira, julho 08, 2016

Criacionista constrói réplica da arca de Noé nos EUA

Projeto impressionante
Em 2007, o criacionista australiano Ken Ham inaugurou o Museu da Criação, localizado no norte do estado de Kentucky, EUA. Ele percebeu que o local ajudou a divulgar suas crenças de que a Bíblia é um livro de história, que o Universo tem apenas seis mil anos [sic] e que a evolução é um erro que está levando a humanidade à decadência moral. Agora, Ham, que vive nos EUA, quis ir ainda mais longe. Ele construiu uma gigantesca arca de Noé, feita com mão de obra de marceneiros amish, comunidade americana famosa por seus costumes altamente conservadores e pela rejeição a equipamentos modernos. Batizada de Ark Encounter (Arca do Encontro, em inglês), a arca tem 155 metros de comprimento e 15 metros de altura. A obra foi financiada por doações, incentivos fiscais do estado do Kentucky e junk bonds (nome dado por economistas a investimentos em títulos que têm alto risco de não dar retorno).

Após uma obra orçada em 102 milhões de dólares, a arca [foi] inaugurada em 7 de julho, na cidade de Williamstown, Kentucky. Nela, os visitantes encontram um Noé robô e réplicas dos casais de animais levados por Noé na arca.

Com sucesso, Ham e sua equipe conseguiram erguer um colossal monumento que também é um ambicioso veículo promocional de sua religião fundamentalista cristã [sic], conhecida como criacionismo.

“Construímos essa arca não apenas para servir de entretenimento. Ela tem um propósito religioso. É porque somos cristãos e queremos que a mensagem cristã seja repassada”, disse Ham, em entrevista ao New York Times.

Segundo Ham, a arca também serve de alerta para os rumos da humanidade. Ele lembra que Deus enviou um dilúvio para eliminar as pessoas depravadas da face da Terra, e diz que Deus dará um fim terrível àqueles que rejeitam a Bíblia e aceitam o que Ham chama de “males da vida moderna”, como aborto, ateísmo e casamento entre pessoas do mesmo sexo.

“Nosso tempo está cada vez mais parecido com a época em que viveu Noé, quando a cultura da laicidade começou a aumentar na sociedade”, diz Ham.


Nota: Não sei se o Ken Ham realmente crê que o Universo tenha apenas seis mil anos de existência. Isso pode ser confusão do repórter, enfim. O fato é que não existe um consenso entre criacionistas sobre a idade do Universo nem sobre a idade do planeta Terra. Criacionistas bíblicos geralmente concordam neste ponto: a vida na Terra remonta a seis ou, no máximo, uns dez mil anos (veja esta apresentação em Prezi que trata da idade do Universo). Note, também, como a imprensa secular não perde a chance de tachar de “fundamentalista” qualquer esforço no sentido de divulgar a cosmovisão criacionista e eventos bíblicos tidos pelos céticos como não factuais. Manter museus e parques de divulgação do evolucionismo, custem o quanto custarem, tudo bem. Ninguém critica. Aliás, como traz a matéria sobre o mesmo assunto, publicada no site do jornal O Globo, “de acordo com a ciência, os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos antes de os primeiros humanos aparecerem”. Como assim “de acordo com a ciência”? De acordo com cientistas evolucionistas, isso, sim. Na verdade, “de acordo com a ciência”, há descobertas sendo feitas que colocam em cheque os alegados milhões de anos para a extinção dos dinossauros (confira aqui, aqui e aqui). [MB]