segunda-feira, julho 11, 2016

Penas de pássaros “pré-históricos” eram como as de hoje

Perguntas que ninguém quer fazer
Asas de pássaros que viveram há [supostos] 99 milhões de anos foram encontradas fossilizadas em bom estado e revelaram que as aves já tinham, antes da extinção dos dinossauros, uma plumagem como a das aves modernas. Elas foram encontradas em Mianmar e o estudo foi publicado na revista Nature Communications. “É raríssimo encontrar aves em âmbar, normalmente se encontram apenas insetos ou pequenos lagartos”, diz Juan Carlos Cisneros, paleontólogo e professor da Universidade Federal do Piauí. Para quem se lembra do primeiro filme Jurassic Park, foi graças a um mosquito encontrado em âmbar que os dinossauros foram trazidos de volta à vida. Por enquanto, ainda nenhuma ave pré-histórica foi clonada, mas, graças à preservação da resina de âmbar, a pesquisa pôde detalhar a estrutura óssea, a plumagem e a pterilose (disposição das penas no corpo da ave). Havia vestígios até de tecidos moles dos animais, que permitem imaginar o desenvolvimento das asas em aves jovens naquele período.

O tamanho pequeno das asas e o desenvolvimento incompleto dos ossos sugere que as duas aves estudadas ainda não eram adultas. Mesmo assim, tinham penas parecidas com os pássaros adultos de hoje, porque, segundo os autores, os pássaros extintos já saíam do ovo com penas que eram funcionais, diferente do que vemos nas espécies atuais.

No entanto, há algumas diferenças importantes. “Tinham dentes e asas com garras e um arranjo de ossos diferente na parte do peito e tornozelos”, disse o paleontólogo canadense Ryan McKellar, do Museu Real de Saskatchewan, ao jornal El País. Fora isso, os pesquisadores afirmam que há [supostos] 99 milhões de anos já havia surgido a maior parte dos tipos de asas dos pássaros modernos e que tinham até as mesmas cores.

“Saber a cor das penas é muito valioso na descoberta”, diz o paleontólogo salvadorenho radicado no Brasil. Ele conta que na região da Chapada do Araripe, entre Ceará e Pernambuco, há fósseis de aves do período Cretáceo, mas que são fósseis não mumificados, ou seja, são uma impressão deixada na rocha, sem tantos detalhes como os encontrados.

Lida Xing, da Universidade de Geociências da China, McKellar e seus colegas usaram técnicas de raio-X e tomografia computadorizada para estudar os fósseis. Comparando com outros, chegaram à conclusão que são restos de enantiornites, um grupo de aves que conviveram com os dinossauros e foram extintas junto com eles no final do Cretáceo, período que durou mais ou menos de 145,5 milhões a 65,5 milhões de anos atrás [segundo a cronologia evolucionista].

Segundo Cisneros, já é consenso que as aves atuais são descendentes diretas dos dinossauros - muitos dos quais tinham penas. As aves encontradas no estudo eram pequenas e menores do que os dinossauros. Anteriormente, o conhecimento sobre as asas e penas dos pássaros do Cretáceo vinha de fósseis bidimensionais (compressões carbonizadas) e de penas individuais preservadas em âmbar. Portanto, a descoberta desses fósseis traz mais informações por serem tridimensionais.

Um grande depósito de âmbar (resina das árvores que se solidificou ao longo do tempo) de meados do período Cretáceo no nordeste de Mianmar é um dos mais prolíficos e mais bem estudados por causa dos fósseis preservados de artrópodes e plantas, mas o trabalho com plumagens só começou agora.


Nota: Mesmo com descobertas como essa, que colocam em cheque a lenda de que aves seriam descendentes de dinossauros (confira), perceba que os evolucionistas se esforçam um bocado para salvar o modelo deles. E, para isso, apelam para justificativas como esta: “Tinham dentes e asas com garras e um arranjo de ossos diferente na parte do peito e tornozelos.” Ainda hoje, há inúmeros tipos de aves, com anatomia bem diversificada. Mas são todas aves. No passado, existiram pássaros com garras e dentes. Qual o problema? O que os especialistas evitam comentar – e essa é a grande questão – é como aves que supostamente descenderam de dinossauros existiam plenamente “evoluídas” na mesma época dos dinossauros? Como estruturas tão complexas como as penas e a engenharia do voo (confira aqui) poderiam existir já há tantos supostos milhões de anos, exatamente como são hoje? Eles nem se atrevem a fazer tais perguntas. [MB]