sexta-feira, setembro 02, 2016

Para o papa Francisco, aquecimento global é pecado

Força total ao ECOmenismo
Em sua mensagem para o “Dia Mundial de Oração para o Cuidado da Criação”, na quinta-feira, o papa Francisco disse que o aquecimento global causado pelo ser humano, bem como a perda de biodiversidade são “pecados” contra Deus, que devem ser expiados com atitudes ecológicas. “O aquecimento global continua, em parte, devido à atividade humana”, disse Francisco, acrescentando que “2015 foi o ano mais quente já registrado, e 2016 provavelmente será ainda mais quente. Isso está levando a secas cada vez mais severas, inundações, incêndios e eventos climáticos extremos. A mudança climática também está contribuindo para a crise de refugiados de cortar o coração”. Repetidamente citando o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, que tem “coragem e profeticamente continuou a apontar nossos pecados contra a criação”, Francisco fez sua nova lista de pecados ambientais, que inclui poluição, aquecimento global e desmatamento.

Durante este Ano Jubileu, “vamos aprender a implorar a misericórdia de Deus para os pecados contra a criação que não temos até agora reconhecido e confessado”, disse Francisco, propondo que os cristãos precisam se submeter a uma “conversão ecológica”. Se nossa “conversão ecológica” for real, disse o papa, ela levará a formas concretas de pensar e de agir com mais respeito à criação.

No e-mail abaixo, postado pelo jornalista Azenilto Brito em sua página no Facebook, pode-se ver que o apelo ECOmêmico trem sido forte também entre os evangélicos:

“Todos os anos, a Rede Ambiental Evangélica e os Jovens Evangélicos para a Ação Climática unem cristãos de todo o mundo para celebrar o Dia Mundial de Oração Pela Criação de Deus, em 1º de setembro. [...] Acreditamos que a oração é essencial para a ação e compreensão sobre como a Santíssima Trindade nos quer cuidando do mundo de Deus. [...] O Patriarcado Ecumênico há muito tempo designou 1º de setembro como um dia de oração pela criação de Deus, e em 2015 o papa Francisco deu apoio e uniu-se ao chamado por um Dia Mundial de Oração Pelo Cuidado da Criação pela Igreja Católica. A Igreja Ortodoxa Russa também determinou 1º de setembro como o Dia de Oração Pela Criação de Deus.

“Como evangélicos, aplaudimos esses passos de nossos irmãos e irmãs ecumênicos e afirmamos que o primeiro dia de setembro é um dia de oração pela criação de Deus e todas as pessoas de boa vontade. Os evangélicos estão se firmando sobre a Resolução de 2015 da Associação Nacional de Evangélicos que se Preocupam com a Criação de Deus, o Compromisso da Cidade do Cabo, de 2010, derivado do Movimento de Lausanne para a Evangelização Mundial, co-fundado por Billy Graham e John Stott, bem como a Iniciativa Climática Evangélica, de 2006. Esta página é oferecida para ajudar aqueles que gostariam de participar com os outros ou por si neste dia de oração, sabendo que milhares e milhares ao redor do mundo também vão estar orando. Nós lhe convidamos a se juntar a nós e a milhares de outros ao redor do mundo em oração na quinta-feira, 1º de setembro de 2016.”

Iniciativas desse tipo são positivas, sem dúvida, mas o fato é que na Bíblia já temos uma provisão divina para a preservação da natureza – o princípio do sábado, quando todas as atividades seculares deveriam ser paralisadas para o benefício dos filhos de Deus, o que, consequentemente, incluirá benefícios para toda a criação. Portanto, o princípio do sábado representa uma iniciativa semanal e não anual com tal preocupação também em vista.

Se as citadas iniciativas são positivas, elas também são preocupantes, pois já há vozes que têm entendido o valor de se parar tudo um dia por semana, com ideias de até impedir a circulação de veículos nesse “dia ecológico”. Recordo-me como na década de 70 houve situações que também levaram governos, no Brasil e em outras terras, a determinar o fechamento de postos de gasolina aos domingos. As condições e a motivação para isso na época eram diferentes, mas parece até um “ensaio” de propostas semelhantes hoje em dia, em que essa paralisação aos domingos vai parecendo mais e mais atraente por autoridades mundiais, pensando-se em beneficiar o homem, as famílias e o equilíbrio ecológico.

No dia 31 de maio de 1998, o papa João Paulo II deu a público a volumosa Carta Pastoral Domini Dies [Dia dos Senhor], com cerca de 40 páginas, na qual faz um apaixonado apelo em prol do reavivamento da observância do domingo, especialmente visando à assistência à missa dominical. O papa estava bem ciente de que a crise na guarda do domingo reflete a crise da Igreja Católica e do cristianismo em geral. A “surpreendente redução” da assistência aos serviços litúrgicos dominicais reflete, na visão do papa, o fato de que a fé está “enfraquecida” e “se reduzindo”. Se a tendência não for revertida, poderá ameaçar o futuro da Igreja Católica, no limiar do ano 2000. O papa declara: “O dia do Senhor tem estruturado a história da igreja através de dois mil anos.”

No mesmo documento, o papa apela aos católicos por todo o mundo para influenciarem seus legisladores para “defenderem” o dia de domingo em benefício das famílias. Campanhas e mais campanhas têm sido lançadas para o fechamento de instituições comerciais aos domingos por várias terras. Ultimamente, essa motivação ecológica vem-se somar a tais iniciativas de longa data. Não deixa de ser um fato muito significativo.

Como disse o Dr. Samuele Bacchiocchi, em artigo em que analisou o documento papal, “a preocupação do papa é legítima porque os cristãos que ignoram o Senhor no dia que eles chamam de ‘dia do Senhor’, finalmente ignorarão a Deus em todos os dias de sua vida. Essa tendência, se não revertida, pode significar a ruína do cristianismo. A solução para a crise deve ser buscada, todavia, não mediante apelos ao Estado para legislar sobre o dia de descanso e adoração, mas convocando os cristãos a viver de acordo com os princípios morais dos Dez Mandamentos. O quarto mandamento convoca especificamente o cristão a se lembrar do que muitos se têm esquecido, isto é, que o sétimo dia é santo ao Senhor nosso Deus (Êx 20:8-11). O papa reconhece que o sábado bíblico do sétimo dia é ‘uma espécie de arquitetura sagrada de tempo que assinala a revelação bíblica’. O desafio é ensinar ao mundo essa vital verdade bíblica”.

E encerra seu artigo declarando: “Nossa angustiada e inquieta sociedade necessita redescobrir o sábado como ‘sagrada arquitetura de tempo’, que pode edificar e estabilizar nossa vida e nosso relacionamento com Deus. Num tempo em que muitos estão buscando paz interior e descanso nas pílulas mágicas ou lugares ficcionistas, o sábado nos convida a achar essa paz íntima e o descanso, não por meio de comprimidos ou lugares, mas por meio da pessoa de nosso Salvador, que disse: ‘Vinde a Mim e Eu vos aliviarei’ (Mt 11:28).”

(Com informações de Fulcrum 7 e Azenilto Brito, via Facebook)