terça-feira, outubro 25, 2016

DSTs estão mais fortes e podem originar superbactérias

Tudo depende desta frágil proteção?
Pegar uma DST (Doença Sexualmente Transmissível) nunca esteve na lista de desejos de ninguém, mas também não costumava causar grandes preocupações. Agora, isso deve mudar. A clamídia, a gonorreia e a sífilis estão mais fortes do que nunca, em crescente resistência aos antibióticos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) até divulgou um alerta sobre isso. As três são infecções sexualmente transmissíveis causadas por bactérias e geralmente curáveis com antibióticos. Mas a falta de diagnóstico, o mau uso de medicamentos e a prescrição excessiva dos mesmos remédios resultaram na resistência aos efeitos dos antibióticos e reduziram as opções de tratamento. Para entender o fortalecimento das bactérias, imagine a situação: você fica doente e centenas de bactérias aparecem no seu organismo. Ao tomar antibiótico, você mata as bactérias. Mas algumas vezes, antes do fim dos dias do remédio, você já se sente melhor e para de tomá-lo. Ao interromper o uso, você pode deixar de matar algumas bactérias. As “teimosas” sobreviventes se tornam resistentes ao antibiótico.

“E não é porque você nunca tomou um antibiótico errado na vida que não precisa se preocupar. Você pode ser infectado de primeira por bactérias mais resistentes que foram selecionadas em outro organismo”, afirma Ana Cristina Gales, infectologista e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

A estimativa da OMS é de que, a cada ano, 131 milhões de pessoas são infectadas com clamídia; 78 milhões com gonorreia; e 5,6 milhões com sífilis. Das três doenças, a gonorreia foi a que desenvolveu a maior resistência aos medicamentos. Foram identificadas cepas de N. gonorrhoeae multirresistentes que não reagem diante de nenhum dos antibióticos existentes. No caso da sífilis, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu que o Brasil está vivendo uma epidemia.

Para tentar conter o avanço, a solução sugerida no guia da OMS é o uso de antibióticos mais eficazes e reforçar a necessidade de o paciente usar na dosagem correta, pelo período correto e no horário determinado.

“Um remédio mais eficaz vai resolver o problema agora. Mas podemos entrar em um ciclo vicioso”, explica Gales. Os antibióticos mais comuns deixarão de ser usados já que não matam mais as bactérias. Assim, os medicamentos mais eficazes serão distribuídos em larga escala e daqui a alguns anos as bactérias também podem ficar resistentes a eles. E então será preciso outro antibiótico ainda mais eficaz.

Todos os tratamentos com antibióticos em doenças bacterianas favorecem para uma seleção de bactérias mais resistentes. Para acabar com as DSTs, não temos que discutir sobre um remédio melhor e sim sobre a prevenção”, diz Ana Cristina Gales. Para a infectologista, o melhor caminho para prevenir e frear infecções sexualmente transmissíveis é lembrar daquele famoso conselho: use camisinha.

“Parece que todo mundo já sabe da importância do preservativo, mas precisamos repetir para que todos realmente usem. Em um cenário em que bactérias estão ficando resistentes aos antibióticos a camisinha impede a infecção e pode pôr um fim na transmissão.” [...]


Nota 1: Corro o risco de parecer moralista, mas fazer o quê? Se o sexo fosse tratado com mais responsabilidade, como algo sagrado conforme foi criado, a humanidade não estaria agora colhendo os frutos amargos de sua licenciosidade. Sexo é para ser praticado em um contexto de compromisso, fidelidade e amor, ou seja, no âmbito matrimonial. Se os solteiros se mantivessem castos até o casamento e os casados se mantivessem fieis a seu cônjuge, não existiriam DSTs. Simples assim. Mas o comportamento libertino das pessoas está promovendo a criação de novas bactérias super-resistentes e garantindo sua disseminação em larga escala (leia este texto e este também para conhecer a dimensão assustadora do assunto). E a única opção que as autoridades dão de proteção contra esses males é uma fina camada de látex! Considerando que vidas estão sendo ameaçadas, que meninas estão correndo o risco de desenvolver câncer e infertilidade, que moços e moças estão sofrendo cada vez mais com câncer de garganta, considero de uma irresponsabilidade sem tamanho recomendar tão somente o preservativo e nada dizer sobre o absurdo do “sexo sem compromisso” incentivado pela mesma mídia que, depois, veicula matérias alarmantes sobre DSTs. O vírus do HPV, por exemplo, pode ser contraído mesmo sem penetração. Este mundo está podre, mas os habitantes do mundo parecem não se dar conta disso; ou preferem dar as costas para a realidade, como se essa atitude de negação fosse impedir o avanço do problema. Sempre que o ser humano vive de maneira contrária à vontade de Deus acaba colhendo os resultados nefastos dessa escolha. Questão de causa e efeito. [MB]

Nota 2: Depois de tantos anos de uso de antibióticos que forçaram as bactérias a se adaptar para sobreviver (seleção natural e mutações), elas continuam sendo bactérias. [MB]