quinta-feira, outubro 13, 2016

O detento que virou “anjo” e cuidou de mim

"Vamos cuidar bem de você"
Recentemente, tive que ser submetido a um procedimento cirúrgico no Hospital Adventista de São Paulo (HASP). Aliás, quero aproveitar para agradecer a todos os funcionários e à equipe médica que me trataram tão bem, com tanto carinho. Recebi até uma oração de um enfermeiro chamado Jeová! Agradeço aos médicos Dorival Duarte (diretor do HASP) e Everton Padilha, que me visitaram no quarto e também oraram por mim. O Dr. Everton até partilhou uma linda experiência dele a fim de me confortar com o cuidado de Deus (leia aqui). Agradeço igualmente aos doutores Guilherme, Raphael e Jeferson, a equipe que me operou. Mas a surpresa maior veio na antessala do centro cirúrgico. Enquanto me preparavam para o procedimento, um senhor se aproximou, sentou-se ao meu lado e disse: “Vim cobrar meus direitos autorais.” Vendo minha expressão confusa, ele prosseguiu: “Meu nome é João Trindade, e sei que você conta minha história em algumas pregações. Minha filha ouviu um sermão seu lá em Orlando e você contou meu testemunho. Ela ficou com vergonha de se identificar.” De fato, várias vezes contei a história desse homem como evidência do poder transformador da Palavra de Deus. E ali, no centro cirúrgico do HASP, eu tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente e ouvir as palavras de ânimo: “Nós vamos cuidar bem de você.”

Natural do Oeste catarinense, João Trindade foi preso aos 19 anos e condenado a 50 anos de prisão. Conflitos com o pai fizeram com que o garoto, ainda adolescente, fugisse de casa, indo parar nas ruas de Curitiba. Ali passou fome, começou a roubar para comer e se envolveu com criminosos. Com 16 anos já liderava gangues. Quando a mãe faleceu, ele tinha 17 anos e se sentia culpado. Ela pediu que ele mudasse de vida e aceitasse Jesus. Pouco depois, acabou preso, denunciado por um amigo. Em 1985, considerado incorrigível, foi enviado para a prisão do Carandiru, em São Paulo. Em 1987, quando aconteceu o famoso e sangrento massacre naquela unidade prisional, à meia-noite João estava escondido atrás de um torno mecânico, quando se lembrou do apelo da mãe e clamou a Deus. O restante da história você pode ver no vídeo abaixo.

João Trindade foi um dos “anjos” que Deus enviou para cuidar de mim lá no HASP.

Michelson Borges