sexta-feira, novembro 25, 2016

O soldado e o goleiro – fiéis a toda prova

Uma história inspiradora
No tapete vermelho da estreia do filme “Hacksaw Ridge”, no Centro Sheen (Nova York), na última quarta-feira (16), o premiado ator e diretor Mel Gibson falou sobre o soldado cristão Desmond Doss, que serviu na Segunda Guerra Mundial, e o incrível exemplo de fé que ele deu, por não negociar seus princípios e até mesmo aceitando “virar a outra face” para aqueles que zombaram dele. “Hacksaw Ridge” é baseado na extraordinária história real de Doss (interpretado por Andrew Garfield), que serviu em Okinawa durante a mais sangrenta batalha no Pacífico e milagrosamente salvou 75 homens sem disparar um tiro. Doss serviu como soldado do Exército dos EUA na Segunda Guerra Mundial, mas se recusou carregar uma arma em combate por causa de suas crenças pessoais como adventista do sétimo dia. Consequentemente, pensou que seria mais apropriado servir como médico durante a guerra. “Você não pode deixar de se inspirar quando ouve falar dessa história. Quando eu li o roteiro me senti tocado. É uma história que vale a pena contar. Se você vai passar 18 meses ou dois anos em um projeto, também pode se certificar de que é uma história que vale a pena contar e é definitivamente isso que aconteceu”, disse Gibson em entrevista ao The Christian Post.

O filme detalha o heroísmo de Doss, um médico do Exército, cuja única arma no campo de batalha durante a guerra era a oração. O soldado cristão teve a chance de salvar a vida de mais de 75 homens, durante um confronto, em Okinawa. “Só mais um Senhor”, orou Doss, enquanto carregava sozinho seus companheiros de infantaria. “Desmond estava operando em outro reino. Em uma situação onde os homens vão para a guerra e a maioria é reduzida ao nível dos animais, ele conseguiu se manter superior, com seu propósito e pôde explorar sua virtude. Ele se moldou nessa experiência”, continuou Gibson. “Ele dizia a si mesmo que não era ele quem fazia isso. Algo maior do que ele estava fazendo. Ele disse que estava orando o tempo todo.”

Em “Hacksaw Ridge” há uma cena em que Doss é posto à prova por membros do seu pelotão que o agrediram e tentavam forçá-lo a revidar. Em vez disso, o soldado cristão decidiu seguir o exemplo de Jesus e “dar a outra face”, algo que Gibson sustenta que é muito difícil de fazer. “É muito difícil. Mesmo quando estávamos filmando aquela cena, Andrew e eu estávamos pensando: ‘Cara, se alguém fizesse isso comigo, eu revidaria com um soco na cara.’ Mas foi muito importante que ele não fizesse isso e que ele fosse melhor do que isso ou acima disso”, disse Gibson. “Ele não se importava com o que as pessoas pensavam dele - e muitos pensavam que ele era algum tipo de covarde ou algo assim, mas ele não era, claramente. Ele foi um dos mais corajosos de todos os tempos. Ele não negociou suas convicções e eu acho que ser capaz de ir tão longe e não revidar, amaldiçoando as pessoas que nos ferem, é uma grande decisão”, acrescentou.

Gibson confessou que dar a outra face é algo que ele tem dificuldade em fazer, mas afirmou que admira Doss por seu grande exemplo de fé e autocontrole.

Quando perguntado sobre o impacto que a história de Doss poderia causar nesta geração, Gibson disse: “Bem, ele viveu tudo isso em um tempo antes do nosso, e desde então já tem havido pessoas incríveis, que fizeram coisas inspiradas por seu exemplo. Eu acho que qualquer um pode olhar para uma história como essa e avaliar a si mesmo. Nós somos testados em determinadas circunstâncias e aqui temos um homem comum fazendo coisas extraordinárias em circunstâncias incrivelmente difíceis. Se ele pôde fazê-lo, por que outras pessoas não conseguiriam o mesmo?”, questionou Gibson.

Em outubro de 1945, o inspirador soldado recebeu a Medalha de Honra do Congresso, entregue pelo presidente Harry S. Truman. Doss morreu em 23 de março de 2006, aos 87 anos de idade, e foi enterrado no Cemitério Nacional de Chattanooga, no Tennessee.

“Hacksaw Ridge” já foi lançado nos Estados Unidos e tem previsão de estreia no Brasil para 17 de janeiro de 2017. (Guia-me)

Primeiro Deus
No Brasil, a história de fidelidade de outro adventista chamou a atenção da mídia. Trata-se do exemplo de fé do goleiro Vítor (conheça a história dele aqui). Jornais como a Folha de Londrina e o site do Globo Esporte deram destaque à história dele. Confira o que o jornal paranaense publicou:

“O goleiro Vitor, 31 anos, está de volta ao futebol. E também a Londrina. O jogador será o principal reforço do PSTC para o Campeonato Paranaense de 2017. Ídolo da torcida alviceleste, “São Vitor” vai retornar aos gramados depois de seis meses de uma aposentadoria forçada no auge da carreira. Vítor deixou o Tubarão em maio, após não ter o seu contrato renovado. Adventista, o goleiro comunicou ao clube a intenção de guardar o sábado – a religião prega que os seguidores não façam atividades entre o pôr do sol de sexta-feira até o pôr do sol de sábado [depende das atividades, claro]. Como o LEC tinha uma Série B pela frente, com diversos jogos na sexta à noite e no sábado, o vínculo do titular do clube nas últimas duas temporadas não foi estendido. 

“‘Estou muito feliz e satisfeito porque o clube me abriu as portas e respeitou minha crença e minha fé. Feliz por encontrar um clube que me aceita. E mais entusiasmado ainda porque vou voltar a fazer o que gosto e tentar dar continuidade ao momento maravilhoso que eu vivia no Londrina’, afirmou.

“Após sair do LEC, o goleiro voltou a Salvador, criou uma marca de camisetas cristãs e viajava pelo Brasil para testemunhar em outras igrejas. O convite para defender o time de Cornélio Procópio veio através de um telefonema. ‘Foi coisa de Deus mesmo. Não fiz nada, não tenho empresário e não fiz contato com nenhum clube’, frisou. ‘Estes meses não foram fáceis e vivi muito pela fé. Mas, sempre alimentei a possibilidade de voltar a jogar e, por isso, mantive a forma física’, lembrou.

“Vitor será apresentado oficialmente no dia 1º de dezembro no CT do PSTC, em Londrina, e terá quase dois meses para se preparar para a volta ao futebol. O Paranaense começa no dia 29 de janeiro. Sobre a necessidade de guardar o sábado, o goleiro afirmou que não houve qualquer objeção por parte do novo clube. ‘Eles já sabiam da minha condição e me ligaram sabendo disso. Tem um fisioterapeuta no clube que também é adventista e eles já estão acostumados. Fizemos um acordo rápido’, revelou o jogador, que firmou um acordo apenas para a disputa do Estadual.

“O goleiro afirmou que a notícia pegou muitos familiares de surpresa, mas que deixou todos também em euforia pelo seu retorno ao futebol. ‘Eles também estão presenciando um milagre de Deus. Muitos imaginavam que eu não jogaria mais. Mas, é possível conciliar a fé com a profissão. Uma coisa não atrapalha a outra’, ressaltou. ‘Voltar a Londrina também é um motivo de felicidade. Quando fomos embora todos ficaram muito tristes. Fizemos muitas amizades e agora fomos abençoados com esta volta e ainda podendo jogar futebol.’” 

Nota 1: Enquanto no mundo político, religioso e físico os sinais da volta de Jesus ocorrem um após o outro (dois terremotos nesta semana, por exemplo – veja aqui e aqui), Deus tem Seus meios de chamar a atenção das pessoas para verdades bíblicas importantes, como a fidelidade a qualquer custo e a guarda do sábado. Testemunhos como o de Doss e do Vítor têm o poder de fazer as pessoas pensar e reavaliar suas convicções. Enquanto alguns podem pensar que é loucura arriscar a vida por pessoas que “não merecem” e colocar em risco a carreira profissional, esses dois e muitos outros cristãos mostram que princípios devem ser inegociáveis e a fidelidade a Deus deve estar acima de tudo. [MB]

Nota 2: Clique aqui e adquira o livro que conta a história que inspirou o filme. 

Nota 3: Algumas igrejas adventistas em Portugal e nos Estados Unidos estão aproveitando o momento para distribuir na porta dos cinemas o livro que conta a história de Doss. #FicaaDica