segunda-feira, fevereiro 29, 2016

“Não veja esse filme no cinema”

“A Bruxa”, terror independente de Robert Eggers, está recebendo um hype dos infernos. Previsto para estrear no Brasil, no dia 3 de março, o longa vem reunindo opiniões polarizadoras, mas que sempre concordam em um ponto: ele dá medo como nenhum filme de terror antes já deu. Stephen King, mestre do gênero, foi uma das vítimas, e o que dizer então de Marcelo Milici?, um importante redator do “Boca do Inferno”, maior portal de notícias de horror do país, que avisou de forma séria: “Não vá ver esse filme no cinema.” Em nova resenha, Milici nem se deu ao trabalho de ser indireto e disse que o filme não é para quem está acostumado com o enredo prático e oportunista de filmes como “A Invocação do Mal”, e que se ele, cinéfilo especialista, ficou aterrorizado, não sabe qual será o destino dos curiosos que estão buscando só assistir a mais um filme de terror simples: “Se o cinema é um espaço para você conversar com os amigos e namorar, não veja ‘A Bruxa’. Não vai haver oportunidades para piadinhas ou comentários bobos e suas mãos estarão muito suadas para segurar a da(o) companheira(o). Sessões lotadas trarão inconvenientes, desde aquele babaca do celular ou aqueles que se mostram sabidos demais para o que está sendo exibido, e eles usarão tais artifícios como válvula de escape para atenuar o medo. E ele estará ali, acompanhando-os o tempo todo.”


Nota: Imagino que essa advertência será justamente o que levará muitos curiosos aos cinemas, do jeito que o diabo gosta! A verdade é que, para um cristão, qualquer filme de terror é objetável, ainda que seja visto na tela de sua sala de estar. Quando tinha 15 anos, Will Baron resolveu assistir no cinema ao filme de terror e ocultismo “The Devil Rides Out”. Embora tivesse nascido num lar cristão, ele diz que o filme foi a porta de entrada ao mundo do misticismo e do ocultismo, no qual ele afundou completamente e depois foi resgatado por Deus. Ele conta o seguinte: “Sentado em profunda introspecção, enquanto recordava nitidamente as cenas do filme, percebi horrorizado que algo sutil e sinistro aconteceu enquanto me encontrava no cinema. A poderosa semente do fascínio pelo mundo oculto e místico havia sido plantada em minha mente. A semente não germinou durante anos. Mas estava profundamente enraizada e me levou gradualmente ao cativante mundo do misticismo e do ocultismo” (Enganado Pela Nova Era, p. 212).

Coisas estranhas aconteceram durante a produção de alguns filmes de terror. O diretor Roman Polanski recebeu ameaças de morte por levar ao cinema um filme sobre o anticristo. O compositor da trilha sonora morreu com um coágulo no cérebro, exatamente como o personagem do filme. A mulher de Polanski estava grávida de oito meses quando foi brutalmente assassinada pelo psicopata Charles Manson. O prédio em que o filme foi filmado é o mesmo em que John Lennon foi assassinado. Seriam apenas coincidências?

Sete atores do filme “Poltergeist” morreram de forma sofrida ou violenta, e a casa em que o primeiro filme foi gravado foi praticamente destruída num terremoto, em 1994. E tem também as 13 maldições do filme O Exorcista.

Fiquemos com apenas esses três exemplos. Agora imagine o que pode acontecer com a vida (e a mente) de uma pessoa que sabe o que está por trás dessas coisas, que sabe quem é o verdadeiro autor da mentira da vida imediata após a morte, dos espíritos, dos zumbis, das bruxas, da magia, etc., e, mesmo assim, se “diverte” assistindo a essas coisas. Na verdade, está se submetendo ao que não deve. [MB]

Epigenética e a transferência horizontal de genes

O tema foi capa da Vida e Saúde deste mês
Um novo caminho para as pesquisas baseadas em design?

Em relação à hipótese lamarckiana sobre a herança de caracteres adquiridos, Darwin rejeitou inicialmente essa ideia, mas, devido às críticas contra a seleção natural, ele a incorporou na sexta e última edição de A Origem das Espécies (1872), considerando-a um mecanismo de adaptação ao ambiente (portanto, secundário no processo de evolução).[1] Aliás, Darwin já havia tentado explicar em sua obra The Variation of Animals and Plants Under Domestication (1868), de forma muito infeliz, a hereditariedade dos caracteres (inclusive dos adquiridos) por meio das hipóteses da pangênese e das gêmulas.[2] Mas, ao longo do tempo, os darwinistas ridicularizaram essa ideia e, com os avanços da ciência, principalmente da Genética, os neodarwinistas a excluíram definitivamente.[3] Nos últimos anos, porém, alguns aspectos da ideia lamarckiana de herança de caracteres adquiridos (que, a propósito, não é original de Lamarck) parecem ter voltado à tona na Biologia por meio da Epigenética e da Transferência Horizontal de Genes (THG).[4-6] A Epigenética diz respeito à alteração herdável na expressão gênica, sem que haja mudança na sequência primária de DNA, sendo a metilação do DNA e a modificação de histonas importantes mecanismos envolvidos.[7] Trata-se de um campo de estudo emergente cujas implicações poderiam questionar a validade do dogma central da biologia molecular. A THG, por sua vez, é um processo pelo qual ocorre troca de material genético entre espécies não relacionadas (plantas e animais) que vivem em um mesmo ambiente.

Para Junior Eskelsen, coordenador do portal TDI Brasil, “a THG é uma explicação ad hoc para vários casos em seres multicelulares, e o lamarckismo volta a ganhar força com ela. Em um ser multicelular, um código que passa por THG para seguir verticalmente deve entrar no núcleo celular e ser integrado em estágios embrionários ou algo parecido, assim será distribuído no desenvolvimento do indivíduo. Isso porque deve participar da produção de gametas, de alguma forma”.

Em 2015, um estudo experimental observou pela primeira vez um mecanismo para a herança de características adquiridos, em lombrigas Caenorhabditis elegans.[8] Esse mecanismo pode ter sido limitado em seu objeto de estudo, no entanto, eles mostraram que isso acontece. Desde que a Epigenética entrou para o vocabulário, mais geneticistas conservadores tiveram de recuar do dogma central (DNA faz RNA que faz proteína) em graus variados. Nos dias de hoje, é comum ver admissões de herança epigenética e transferência horizontal de genes.

Nesse estudo, os autores mostraram que algumas mudanças ambientais podem causar efeitos que duram algumas gerações – aliás, esses efeitos podem ser revertidos em gerações futuras –, sem quaisquer mutações que alterem a informação no DNA.[8] Os pesquisadores descobriram um agente de transferência de informação na forma de RNA de fita dupla (dsRNA). É a primeira vez que esse processo é observado afetando a linhagem germinativa. Segundo eles, os neurônios podem transportar formas de dsRNA na linha germinativa para provocar o silenciamento de um gene que pode durar até 25 gerações. Isso parece um mecanismo destinado a ajudar as gerações seguintes a se adaptar às mudanças ambientais, e a se tornar mais longevas. É certo que isso é bom para as lombrigas. O que dizer, então, dos organismos superiores?

Os autores consideram a possibilidade de que um mecanismo similar de importação de dsRNA funciona em mamíferos.[8] Esse achado pode enfraquecer o neodarwinismo clássico.[3] Se confirmado, não há mais esperança de mutações benéficas por acaso; em vez disso, haverá sistemas organizados e sofisticados para a transferência de informação persistente – sem a ajuda da seleção natural – a partir do ambiente para o organismo e sua descendência, de modo que possa se adaptar a uma mudança.[9, 10] Um novo nível de organização é linguagem de design. Isso soa como um plano pré-programado em um mundo de mudança: um plano para manter a população estável quando há ameaça de fome, seca, calor, frio, ou outros fatores.[9, 10] O que é intrigante é esse nível de organização que os biólogos não sabiam que existia em animais. Caso se confirme, aqui está um novo caminho em que a pesquisa baseada em design pode assumir a liderança.[3]

Portanto, já podemos deduzir que Lamarck estava parcialmente correto? Seria demasiadamente precipitado. Isso porque ainda existe uma posição contrária à equiparação da Epigenética com a transmissão de características adquiridas.[6, 11] Por outro lado, também existem múltiplas evidências que fortalecem a ideia de a Epigenética ser lamarckiana.[12-19] Logo, devemos continuar sendo imparciais, pois essa questão ainda está em debate. São necessários mais estudos aprofundados sobre o tema antes de anularmos completamente a possibilidade ou de afirmarmos categoricamente a volta da ideia lamarckista.

Mas que a verdade seja dita! Conforme divulgou o pesquisador e historiador da ciência Enézio Eugênio de Almeida Filho: “a Nomenklatura científica já está elaborando uma nova teoria geral da evolução que, para desespero de Darwin e discípulos, não será selecionista, mas incorporará aspectos neo-lamarckistas – a Síntese Evolutiva Ampliada ou Estendida”, que será lançada em 2020.[20, 21]

(Everton Alves)

Referências:
[1] Frezzatti Júnior WA. “A construção da oposição entre Lamarck e Darwin e a vinculação de Nietzsche ao eugenismo.” Scientiae Studia 2011; 9(4):791-820. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ss/v9n4/a04.pdf
[2] Darwin CR. The variation of animals and plants under domestication. Vol. 2. London: John Murray, 1868. Disponível em: http://darwin-online.org.uk/converted/published/1868_Variation_F877/1868_Variation_F877.2.html
[3] O’Leary D. “Epigenetic Change: Lamarck, Wake Up, You’re Wanted in the Conference Room!” Evolution News and Views (25 Aug. 2015). Disponível em: http://www.evolutionnews.org/2015/08/epigenetic_chan098671.html
[4] Vetsigian K, Woese C, Goldenfeld N. “Collective evolution and the genetic code.” Proc Natl Acad Sci USA. 2006 Jul 11;103(28):10696-701. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16818880
[5] Pace JK 2nd, Gilbert C, Clark MS, Feschotte C. “Repeated horizontal transfer of a DNA transposon in mammals and other tetrapods.” Proc Natl Acad Sci USA. 2008 Nov 4;105(44):17023-8. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18936483
[6] Penny D. Epigenetics, “Darwin, and Lamarck.” Genome Biol Evol. 2015 Jun; 7(6):1758–1760. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4494054/
[7] Oliveira JC. “Epigenética e doenças humanas.” Semina cienc. biol. Saúde 2012;33(1):21-34. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/viewFile/6957/11067
[8] Devanapally S, Ravikumar S, Jose AM. “Double-stranded RNA made in C. elegans neurons can enter the germline and cause transgenerational gene silencing.” Proc Natl Acad Sci USA. 2015; 112(7):2133-8. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25646479
[9] Eakin CM. “Lamarck was partially right—and that is good for corals.” Science. 2014 May 23;344(6186):798-9. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24855237
[10] Weyrich A, Lenz D, Jeschek M, Chung TH, Rübensam K, Göritz F, Jewgenow K, Fickel J. “Paternal intergenerational epigenetic response to heat exposure in male Wild guinea pigs.” Mol Ecol. 2015 Dec 19; Epub. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/mec.13494/epdf
[11] Whitelaw E. “Disputing Lamarckian epigenetic inheritance in mammals.” Genome Biology 2015, 16(1):60. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4375926/
[12] Suzuki MM, Bird A. “DNA methylation landscapes: provocative insights from epigenomics.” Nat Rev Genet. 2008 Jun;9(6):465-76. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18463664
[13] Seong KH, Li D, Shimizu H, Nakamura R, Ishii S. “Inheritance of stress-induced, ATF-2-dependent epigenetic change.” Cell. 2011 Jun 24;145(7):1049-61. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21703449
[14] Szyf M. “Lamarck revisited: epigenetic inheritance of ancestral odor fear conditioning.” Nat Neurosci. 2014 Jan;17(1):2-4. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24369368
[15] Sander JD, Joung JK. “CRISPR-Cas systems for editing, regulating and targeting genomes.” Nat Biotechnol. 2014 Apr;32(4):347-55. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24584096
[16] Gapp K, Jawaid A, Sarkies P, Bohacek J, Pelczar P, Prados J, Farinelli L, Miska E, Mansuy IM. “Implication of sperm RNAs in transgenerational inheritance of the effects of early trauma in mice.” Nat Neurosci. 2014 May;17(5):667-9. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24728267
[17] Yao Y, Robinson AM, Zucchi FC, Robbins JC, Babenko O, Kovalchuk O, Kovalchuk I, Olson DM, Metz GA. “Ancestral exposure to stress epigenetically programs preterm birth risk and adverse maternal and newborn outcomes.” BMC Med. 2014 Aug 7;12:121. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25286408
[18] Lane M, Robker RL, Robertson SA. “Parenting from before conception.” Science. 2014 Aug 15;345(6198):756-60. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25124428
[19] Radford EJ, Ito M1, Shi H, Corish JA, Yamazawa K, Isganaitis E, Seisenberger S, Hore TA, Reik W, Erkek S, Peters AH, Patti ME, Ferguson-Smith AC. “In utero undernourishment perturbs the adult sperm methylome and intergenerational metabolism.” Science. 2014 Aug 15;345(6198):1255903. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25011554
[20] Almeida Filho EE. “Lamarck parcialmente correto, para desespero de Darwin.” Deafiando a Nomenklatura Científica, 2014. Disponível em: http://pos-darwinista.blogspot.com.br/2014/05/lamarck-parcialmente-correto-para.html
[21] Mazur S. The Altenberg 16: An Exposé of the Evolution Industry. Berkeley, CA: North Atlantic Books, 2010.

Leite muda para atender às necessidades do bebê doente

Acaso ou design inteligente?
A americana Mallory Smother compartilhou em suas redes sociais fotos que mostram a diferença de coloração entre seu leite materno normal e o leite produzido por seu corpo quando seu bebê está doente. O pacote da esquerda contém leite normal, coletado por ela na noite anterior ao aparecimento dos primeiros sintomas do resfriado do bebê. Já o segundo leite foi armazenado na manhã seguinte, quando o bebê espirrava bastante e estava com o nariz escorrendo. Ao comparar os dois pacotes, ela percebeu como tinham coloração diferente. “Esse leite parece colostro (o superleite cheio de anticorpos e leucócitos que você produz nos primeiros dias depois do nascimento) e veio depois de amamentar durante toda a noite um bebê resfriado”, apontou ela, surpresa com os poderes do leite materno.

“Isso é incrível – eu li um artigo de uma revista médica há um tempo atrás sobre como o leite materno muda para se adaptar às necessidades do bebê em mais maneiras do que apenas o número de calorias”, escreveu ela em sua conta no Facebook. “O corpo da mãe muda a composição imunológica do leite para produzir anticorpos personalizados”, diz ela.

A enfermeira e parteira Clare Byam-Cook confirmou em entrevista ao Metro que a composição do leite muda conforme a mãe ou o bebê sofrem com infecções, mas ela não descarta a mudança na coloração por outros fatores, como aumento de estresse da mãe.


Nota: E aí? Acaso ou design pra lá de inteligente? [MB]

sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Como os fósseis se formam a partir da madeira

Não são necessários milhões de anos
Como um tronco de árvore se transforma em madeira petrificada? Isso pode ocorrer por diversas formas e envolver substâncias químicas diferentes. Para que ocorra a petrificação, é necessário que a madeira seja capaz de interagir com a substância petrificante, fazendo-a precipitar a partir da solução aquosa. Entre as substâncias que possuem essa característica está a sílica (SiO2). Na verdade, não há uma molécula de SiO2. A sílica forma sólidos covalentes. Trata-se de uma cadeia ou rede de átomos de oxigênio e silício, unidos por ligações covalentes, na proporção de 1 átomo de silício para 2 átomos de oxigênio. O SiO2 é um dos principais constituintes da areia e pode formar sólidos como o quartzo, a calcedônia e as opalas.[1] A sílica é um sólido insolúvel em água com pH nas vizinhanças de 7 em temperaturas brandas. A bem da verdade, se pulverizarmos vidro (que é em grande parte SiO2) e aquecermos até a ebulição com água por cerca de uma hora, mais ou menos 1% da sílica do vidro será hidrolisada (reagirá com água) e passará para a solução aquosa. Isso faz parte de um dos experimentos de laboratório dos cursos de graduação para os quais leciono. Todavia, em soluções básicas (pH elevado), a sílica pode ser hidrolisada com mais facilidade e liberar quantidades razoáveis de íons silicato. De forma similar, em soluções ácidas, a hidrólise da sílica libera o ácido silícico, Si(OH)4.

Chamamos de silicificação a penetração e a fixação de sílica no material orgânico que servirá de base para a formação do fóssil. A silicificação é considerada por alguns autores como o processo individual mais importante na preservação de plantas no registro fóssil.[3] Embora alguns autores prefiram manter uma distinção entre silicificação e petrificação, neste artigo vamos usar os dois termos como sinônimos, como tem sido prática comum na literatura da área.

Acredita-se que o ácido silícico seja o principal responsável pela silicificação.[2] Os tecidos vasculares das plantas são compostos principalmente por holoceluloses (um grupo de sacarídeos que inclui a celulose) e por ligninas (polímeros complexos compostos de unidades de fenilpropano).[2] Tanto as holoceluloses quanto as ligninas possuem grupos hidroxila que podem formar ligações de hidrogênio com o ácido silícico.

No processo de petrificação, as moléculas de ácido silícico passam da solução aquosa para a superfície dos constituintes moleculares do tecido vascular da madeira (holoceluloses e ligninas). Na medida em que o ácido silícico vai se acumulando dentro da madeira, suas moléculas começam a se fundir. A continuação desse processo leva à formação de um filme de sílica ao redor das superfícies celulares, reproduzindo as características histológicas da madeira. Por causa disso, a petrificação por meio de sílica é capaz de preservar uma riqueza impressionante de detalhes não observáveis em outros tipos de fossilização.

Por que um pedaço de madeira não se fossiliza se for simplesmente enterrado no solo, pois a areia é formada principalmente por SiO2? A petrificação da madeira depende da existência de uma quantidade razoável de ácido silícico em solução. O ácido silícico, como vimos, é gerado a partir da sílica em meio ácido, e a maioria dos reservatórios naturais de água não é suficientemente ácida para hidrolisar uma quantidade apreciável de sílica.

É muito comum que madeira petrificada seja encontrada em regiões vulcânicas,[4] particularmente se uma erupção ocorreu na época em que a madeira foi soterrada.[5] Os vulcões fornecem três elementos fundamentais para o processo de petrificação. Primeiramente, em um ambiente catastrófico as chances de que a madeira seja soterrada rapidamente antes de se decompor são muito elevadas. A madeira precisa ser protegida contra a degradação para que as moléculas de ácido silícico tenham tempo o bastante para se infiltrar e se depositar em seu interior. Em segundo lugar, as cinzas vulcânicas são constituídas em sua maioria por SiO2.[6] Por fim, os vulcões são responsáveis pela produção de gases como o SO2 que, quando dissolvido em água, deixa o meio ácido gerando ácido sulfuroso (H2SO3) ou mesmo ácido sulfúrico (H2SO4).

Então os eventos são os seguintes: durante a erupção de um vulcão nas proximidades de fontes de água, plantas podem ser soterradas catastroficamente, sendo encobertas por sedimentos com grande quantidade de cinzas vulcânicas (fonte rica em SiO2). A água misturada aos sedimentos é ácida, sendo capaz de promover a liberação de ácido silícico para a solução. O ácido silícico, por sua vez, se fixa às holoceluloses e às ligninas da madeira por meio de ligações de hidrogênio. O acúmulo de ácido silício leva então à formação de um filme de sílica, como dissemos acima.

Mas quão rápido é esse processo? Fragmentos de madeira recuperados de cinzas vulcânicas de uma erupção em 1886 na Nova Zelândia estavam parcialmente petrificados apenas 90 anos após o soterramento.[2] Madeira de coníferas soterradas por cinzas vulcânicas na erupção histórica de 1885 do Monte Santa Helena apresentava petrificação incipiente após 102 anos do soterramento.[5]

Mas o resultado mais impressionante vem de um grupo de pesquisadores do Japão.[4] Eles observaram que em um certo lago de águas quentes, nas vizinhanças de um vulcão, eram frequentemente encontrados pedaços de madeira impregnadas com sílica. Esses pedaços de madeira caiam naturalmente das plantas nas vizinhanças do lago. Os pesquisadores notaram que a textura desse material era a mesma de madeira silicificada encontrada em regiões vulcânicas no registro geológico. Eles decidiram, então, conduzir um experimento muito interessante. Pedaços de madeira foram colocados no lago e monitorados ao longo de sete anos. O resultado foi surpreendente. Os pedaços que permaneceram por mais tempo imersos no lago tiveram próximo de 40% de sua massa silicificada. A conclusão dos autores é bastante significativa para a compreensão de como os fósseis se formam. Segundo eles, “madeira silicificada pode se formar, sob condições apropriadas, em períodos de tempo tão curtos quanto dezenas a centenas de anos”.[4] Um detalhe muito interessante desse trabalho é o fato de os autores citarem um artigo do geólogo australiano Andrew Snelling publicado na revista criacionista Creation.[7]

Vamos agora relacionar essas descobertas com a proposta criacionista do dilúvio bíblico. Segundo John D. Morris, “o período imediatamente anterior e pouco depois do dilúvio foi um tempo de imenso vulcanismo, marcado por extensivas erupções na medida em que os continentes se afastavam, as cadeias de montanha eram elevadas, e o fundo do oceano era rebaixado”.

“Considere os Basaltos do Rio Colúmbia, onde os depósitos vulcânicos cobrem mais de 100.000 milhas quadradas no estado de Washington e Oregon, com o basalto tendo até uma milha de espessura!”[8]

Vulcanismo intenso provê as condições perfeitas para a fossilização de plantas. É notável o fato de que encontramos florestas inteiras preservadas dessa maneira ao longo do registro fóssil.[3] Em outras palavras, a proposta catastrofista criacionista encontra-se completamente de acordo com o melhor conhecimento experimental de que dispomos. Além disso, a questão do tempo de fossilização também apoia a proposta criacionista. Nas palavras de Alkahane et al.,[4] madeira silicificada pode se formar em “períodos de tempo tão curtos quanto dezenas a centenas de anos”. Portanto, quando falamos de madeira petrificada, um modelo que apela para uma grande catástrofe ocorrida há poucos milhares de anos está em pleno acordo com os dados de que dispomos. Mais do que isso, a proposta catastrofista criacionista tem se mostrado capaz de explicar aspectos de diversas áreas do conhecimento que são passados por alto ou atribuídos a causas improváveis na visão evolucionista.

Se o processo de fossilização da madeira ocorreu há poucos milhares de anos, poderia ter restado alguma matéria orgânica residual? Essa matéria orgânica poderia ser datada por carbono-14? Esse será o assunto de um outro artigo.

(Dr. Rodrigo Meneghetti Pontes é professor adjunto do Departamento de Química da Universidade Estadual de Maringá e vice-presidente do Núcleo Maringaense da Sociedade Criacionista Brasileira [NUMAR-SCB]; conheça sua página Origem e Vida)

Referências: 
[1] G. Scurfield, E.R. Segnit, “Petrifaction of wood by silica minerals”, Sediment. Geol. 39 (1984) 149–167. doi:10.1016/0037-0738(84)90048-4. 
[2] R.F. Leo, E.S. “Barghoorn, Silicification of wood”, Harvard Univ. Bot. Mus. Leafl. 25 (1976) 1–47. http://www.biodiversitylibrary.org/item/31874 (accessed February 12, 2016). 
[3] C. Ballhaus, C.T. Gee, C. Bockrath, K. Greef, T. Mansfeldt, D. Rhede, “The silicification of trees in volcanic ash - An experimental study”, Geochim. Cosmochim. Acta. 84 (2012) 62–74. doi:10.1016/j.gca.2012.01.018. 
[4] H. Akahane, T. Furuno, H. Miyajima, T. Yoshikawa, S. Yamamoto, “Rapid wood silicification in hot spring water: an explanation of silicification of wood during the Earth’s history”, Sediment. Geol. 169 (2004) 219–228. doi:10.1016/j.sedgeo.2004.06.003. 
[5] A.L. Karowe, T.H. Jefferson,” Burial of trees by eruptions of Mount St Helens, Washington: implications for the interpretation of fossil forests”, Geol. Mag. 124 (2009) 191. doi:10.1017/S001675680001623X. 
[6] A.C. Sigleo, “Geochemistry of silicified wood and associated sediments, Petrified Forest National Park, Arizona”, Chem. Geol. 26 (1979) 151–163. doi:10.1016/0009-2541(79)90036-6. 
[7] A. Snelling, “Instant” petrified wood, Creation. 17 (1995) 38–40.
[8] J.D. Morris, The Global Flood: Unlocking Earth’s Geology Hystory (Edição para Kindle), Institute for Creation Research, Dallas, 2012. 

Pesquisas confirmam benefícios do casamento duradouro

Os planos de Deus são melhores
[Estou casado há quase 20 anos com a linda moça da foto aí ao lado e posso garantir, por experiência própria, que cada palavra do artigo abaixo é a mais pura verdade. – MB] 

Acabou. “Hoje estou concluindo meu processo de seleção!” O público caiu na risada quando Bill disse essas palavras, finalizando seus votos matrimoniais escritos por ele, 17 anos atrás. “O que Deus uniu” (Mt 19:6) em compromisso exclusivo naquele dia, também tem mantido uma união mais poderosa do que o melhor adesivo disponível comercialmente. Pesquisas confirmam a grande quantidade de benefícios de um casamento de muitos anos. Um estudo publicado no The Journal of Clinical Oncology (Jornal de Oncologia Clínica) descobriu que, para um paciente com câncer, pode ser mais benéfico um casamento saudável e feliz do que a quimioterapia. Um casamento estável e fiel fortalece o sistema imunológico, recupera com mais sucesso uma cirurgia, melhora a tolerância à dor e baixa o risco de doenças vasculares. Curiosamente, morar junto não oferece os mesmos benefícios para a saúde, nem a mesma satisfação. Um estudo mostrou que apenas em 36 por cento dos casais que só moram juntos ambos disseram que seu companheiro é “muito satisfatório”, enquanto que 57 por cento dos casais casados relataram o mesmo.

Fidelidade e lealdade, compromisso, constância, dependência, confiança, estabilidade, significa ser “fiel à palavra de alguém, promessas, votos, etc.”, não se esquivar do dever, mas colocar seu cônjuge em primeiro lugar, quando a vontade não é essa.

Com muita admiração, acabamos de comemorar os 50 anos de casamento dos pais da Heather. A primeira conclusão a que chegamos é de que um casamento de 50 anos é uma contribuição para a família. Como “estaca fincada em terreno firme” (Is 22:25), seu casamento longo, estável e feliz ofereceu segurança não apenas aos filhos, mas também aos netos.

Deus usa uma união forte e duradoura para fortalecer a sociedade e como testemunho para os outros, revelando-Se à humanidade. Ellen White observa: “Pelas obras da natureza, e os mais profundos e ternos laços terrestres que pode imaginar o coração humano, Ele procurou revelar-Se a nós.” “Uma família bem ordenada, bem disciplinada, fala mais em favor do cristianismo do que todos os sermões que se possam pregar.”

Tal família diz silenciosamente: “Somos felizes. Não estamos buscando algo mais, não queremos pular de flor em flor, como a borboleta. Estamos contentes com a providência de Deus.”

No entanto, a sociedade questiona profundamente esse sistema exclusivo e seu potencial de felicidade e sucesso. Segundo uma pesquisa do Instituto Gallup, mais da metade (52 por cento) dos jovens adultos americanos entre 20 e 29 anos de idade dizem que veem tão poucos casamentos felizes que os questionam como um modo de vida. Um estudo da Pew Research revelou que cerca de 40 por cento dos americanos de todas as idades acreditam que o casamento está se tornando obsoleto. As autoridades da Cidade do México até sugeriram um contrato de casamento de dois anos, no qual os cônjuges não precisam assumir um compromisso de fidelidade em longo termo, mas poderiam renová-lo após dois anos, caso estivessem felizes. Em seu livro The Monogamy Myth (O Mito da Monogamia), a autora Peggy Vaughan declara que 60 por cento dos casamentos serão afetados pela infidelidade. Ao que parece, a fidelidade está a caminho da extinção, mas ela definitivamente vale a pena, mesmo em circunstâncias difíceis.

Abigail e Nabal: vale a pena ser fiel

Por algum motivo Nabal, cujo nome significa “tolo” ou “insensato”, se casou com a linda Abigail, virtuosa e sábia, cujo valor excedia em muito ao de rubis (1Sm 25; cf. Pv 31:10). Temos registrado um incidente importante da vida desse casal de posses, que ocorreu quando Davi estava fugindo de Saul e ouviu que Nabal estava tosquiando suas ovelhas. Davi e seus homens protegeram os pastores de Nabal e, em retorno, pediu um favor em forma de alimento para seu grupo. A resposta rude e egoísta de Nabal deixou Davi furioso.

Aqui Abigail entra na história. Ser casada com Nabal não devia ser fácil, mas “Abigail mal percebia que enquanto cuidava diariamente de Nabal, estava desenvolvendo clareza e percepção espiritual”. Fiel, Abigail estava em sintonia com Deus e pronta a fazer o que fosse necessário para livrar seu esposo do problema.

Rapidamente, ela carregou os jumentos com vários tipos de alimentos já preparados e enviou seus servos para se encontrar com Davi. Ao encontrá-lo, respeitosamente assumiu a culpa pelo comportamento do esposo, não encobrindo a verdade sobre Nabal, mas de fato o salvando sem que ele soubesse. Davi aceitou humildemente os presentes e o tato de Abigail para evitar o desastre.

Mais bênçãos

Um casamento fiel abençoa a sociedade por meio de seus filhos. Lares saudáveis produzem filhos emocionalmente saudáveis que se tornam a base de uma sociedade saudável. Segundo Ellen White, “o lar é o coração da sociedade, da igreja e da nação. A felicidade da sociedade, o êxito da igreja, a prosperidade da nação, dependem das influências domésticas”. Filhos de pais divorciados enfrentam obstáculos enormes. Robert Emery, autor de The Truth About Children and Divorce (A Verdade Sobre Filhos e o Divórcio), diz simplesmente que eles “ficam arrasados”. Os benefícios da declaração “o que Deus uniu” (Mt 19:6) vão muito além do que duas pessoas casadas.

E se, neste mundo imperfeito, enfrentamos o divórcio, ou nos encontramos em relacionamentos infelizes, ou estamos solteiros? A fidelidade de Deus ainda nos alcança exatamente onde estamos. Ele nos oferece a Si mesmo, para um relacionamento glorioso que transcende qualquer outro relacionamento, e nos ajuda a superar qualquer dificuldade que estivermos enfrentando.

Perceba estas duas promessas: “Pois o seu Criador é o seu marido, o Senhor dos Exércitos é o Seu nome” (Is 54:5). “Esta palavra é digna de confiança: Se morremos com Ele, com Ele também viveremos; se perseveramos, com Ele também reinaremos. Se O negamos, Ele também nos negará; se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-Se a Si mesmo” (2Tm 2:11-13).

Nosso “processo de seleção” realmente foi concluído 17 anos atrás, mas os dividendos de devoção continuam a enriquecer e abençoar nossa vida diariamente. Obrigado, Senhor, por teres criado o casamento! Vemos os benefícios da fidelidade nas famílias comprometidas em todo o mundo. Rogamos que o Senhor nos ajude a também ser fiéis.

(Bill e Heather Krick moram na Califórnia, onde Bill é diretor do ministério de publicações na Associação Central da Califórnia e Heather educa suas duas filhas, Sanannah e Heidi, no método de ensino doméstico; Adventist World, via facebook)

quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Evolucionista ateu assume direção da revista Veja

O jornalista André Petry
O jornalista assumidamente ateu e evolucionista André Petry vai assumir a diretoria da revista Veja, de acordo com a jornalista da Folha de S. Paulo, Mônica Bérgamo. A Veja é a semanal com maior tiragem no Brasil e responsável pela formação (ou deformação, dependendo do caso e do assunto) da opinião de milhões de brasileiros. Petry assume no lugar de Eurípedes Alcântara, que ainda está em negociação com a editora Abril para saber se será mantido na empresa. Petry trabalha há mais de duas décadas na editora. Foi chefe da sucursal de Brasília da Veja, editor de política e correspondente da revista em Nova York. Se quiser conhecer um pouco melhor as ideias “evangelicofóbicas” dele com respeito ao criacionismo, à educação adventista, à religião bíblica e outros temas, clique aqui. [MB]

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

DNA Mitocondrial: viemos todos de uma mesma mulher

Personagem histórica ou fábula?
A Dra. Rebecca L. Cann, do Departamento de Biologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, realizou uma pesquisa com o intuito de descobrir a origem da raça humana através do mtDNA (DNA Mitocondrial).[1] Rebecca e a equipe realizaram testes com 147 indivíduos, das cinco populações geográficas do nosso planeta, de todos os grupos de seres humanos, e concluiu que todos possuíam um mtDNA idêntico. Portanto, todos teriam uma mesma ancestral em comum: a Eva Mitocondrial. Alguns naturalistas, tentando se esquivar das implicações bíblicas que tal descoberta possui, afirmam que não houve apenas uma única mulher que deu origem a todos nós, mas um grupo formado por várias mulheres (e vários homens),[2] porém não é isso o que os estudos indicam; tal posicionamento parte de pressupostos metafísicos. Se a premissa desses naturalistas estivesse correta, a pesquisa mostraria que um determinado grupo de pessoas veio de uma única ancestral, outro grupo veio de outra ancestral, e assim por diante, mas os resultados mostram que todos viemos de uma única e mesma mulher. Não há razões suficientes, também, para se crer que a Eva Mitocondrial foi a única capaz de produzir uma linhagem direta até os dias atuais, em detrimento das “outras evas”.

Muitos cientistas evolucionistas também tentaram descobrir quando e onde a primeira mulher haveria surgido. A conclusão deles foi que ela era africana e surgiu há pelo menos 200 mil anos.[1, 3] Essa conclusão veio principalmente por meio de métodos baseados em datação radiométrica.

Contrariando tais suposições de muitos evolucionitas, um estudo feito pelos doutores Lawrence Loewe e Siegfried Sherer afirma que, se compararmos o tempo necessário para que as pequenas variações genéticas passassem a fazer parte do material genético de um grupo de indivíduos com o número dessas variações do mtDNA, chegaríamos à conclusão de que a primeira mulher teria surgido em algum tempo entre 6000-6500 anos atrás;[4] ou talvez até algum tempo a mais.

An Gibbons, escreve que “os investigadores calcularam que a ‘Eva mitocondrial’ – a mulher cujo mtDNA foi ancestral de todos os seres humanos – viveu entre 100.000 a 200.000 anos atrás, na África. Utilizando o novo relógio, ela teria uns meros 6.000 anos.”[5]

Implicações criacionistas

Segundo o relato bíblico sobre a criação da raça humana, todos nós teríamos vindo de uma única mulher: Eva (Gn 3:20). E durante muito tempo os cientistas evolucionistas ridicularizaram os cristãos por crerem que todos teríamos realmente vindo do primeiro casal criado por Deus. Sem bases sólidas, e com o desejo ardente de querer harmonizar a Bíblia com a ciência, muitos cristãos optaram por abraçar o dogma evolucionista e acabaram por deturpar o Gênesis, considerando-o nada mais que uma parábola, para não dizer “um mito”.

Alguns até mesmo argumentam que Adão e Eva não foram pessoas reais, mas apenas “imagens” que figuravam todos os homens e todas as mulheres que foram surgindo através da evolução que, para eles, foi supostamente ocasionada por Deus. Há argumentos que dizem que Adão não é um nome próprio, mas, sim, um substantivo que quer dizer “homem” ou “ser humano”.

Mas, mesmo que “Adão” tenha realmente um significado com a palavra “homem”, o próprio apóstolo Paulo ensinou que Adão era um nome próprio dado ao primeiro ser humano criado (não evoluído) por Deus. Ele diz aos coríntios: “O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente” (1Co 15:45). Ele também o compara ao senhor Jesus: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15:22). O evangelista Lucas também coloca Adão como sendo o primeiro na ancestralidade de Jesus (Lc 2:38); não há um só versículo que se refira ao primeiro casal como mera parábola ou mito.

Além disso, como vimos, temos bases científicas para afirmar que todos realmente viemos de uma única e mesma mulher (mtDNA). A verdade é que, quanto mais o tempo passa, mais a ciência revela caminhos que nos direcionam diretamente ao Gênesis, da forma como foi revelado e escrito.

E os dados a respeito de quando surgiu o primeiro mtDNA tornam as histórias de Adão e Eva ainda mais evidentes, pois se calcularmos as datas desde a criação de Adão e Eva até os dias atuais, teriam se passado cerca de 6.000 anos; porém, levando em consideração que as genealogias nem sempre estão completas (como no caso da genealogia de Jesus, descrita nos evangelhos), pode ser que esse tempo seja um pouco mais esticado, podendo chegar a aproximados 10.000 anos, por exemplo.

Uma geneticista em favor do primeiro casal

Utilizando-se dos dados fornecidos sobre o mtDNA, uma conceituada geneticista molecular promove palestras defendendo a existência histórica de Adão e Eva. Seu nome é Georgia Purdom, PhD em genética molecular pela Universidade de Ohio State, e seu mais recente trabalho, um documentário em DVD, chama-se “A Genética de Adão e Eva”.[6]

Purdom diz que “a genética mostra claramente que humanos e chimpanzés não compartilham um ancestral comum. Há muitas, muitas diferenças em seu DNA que minam completamente a possibilidade de ancestralidade compartilhada”.[6]

De fato, é inaceitável, do ponto de vista bíblico, a junção daquilo que dizem as Escrituras e o que afirma a visão de mundo naturalista e também a relativista. Não precisamos abraçar “fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16), como disse o apóstolo Pedro. O que precisamos é aceitar o quanto antes que a Palavra de Deus foi divinamente inspirada (2Tm 3:16), e que é digna de toda aceitação, pois no fim das contas toda a criação revelará Deus e Suas obras (Rm 1:20).

(Gabriell Stevenson, Apologética 21)


Referências:
[1] Rebecca L. Cann et al., “Mitochondrial DNA and Human Evolution”, Nature, Vol. 325(6099), 1 January 1987, p. 31-36. <http://goo.gl/bKRFP8>
[2] AYALA, F., “Polimorfismos genéticos y evolución de los seres humanos modernos”, Jornadas sobre “Evolución molecular humana”, Museo de la Ciencia de la Fundación “La Caixa” (Barcelona, 24-25 de abril, 2001).
[3] Gibbons A. “Calibrating the Mitochondrial Clock.” Science. 1998;
279(5347): 28-29. <http://goo.gl/COaB4Q>
[4] Lawrence Loewe and Siegfried Sherer, “Mitochondrial Eve: The Plot Thickens”, Trends in Ecology e Evolution, Vol. 12, Issue 11, November 1997, p. 420-422.

[5] First International Workshop on Human Mitochondrial DNA, 25 to 28 October 1997, Washington, D.C. Reprinted with permission from Gibbons, Ann (1998). “Calibrating the Mitochondrial Clock”, Science 279: 28-29. Copyright 1998, American Association for the Advancement of Science. <http://goo.gl/7LA4ri>
[6] ARAGÃO, Jarbas. Gospel Prime. “Evidências confirmam existência de Adão e Eva”, diz geneticista, 2015. <https://goo.gl/LgM1Ov>

Palestra: “A mídia e a mulher”


“Quer curtais, quer compartilhais, ou fazeis qualquer outra coisa, fazei-o para honra e glória de Deus.” Palestra incrível do jornalista Michelson Borges. Aqui você vai encontrar motivação para correr atrás de uma felicidade que o mundo não sabe que é capaz de existir, porque somos transformados pela contemplação do belo, do bom e do verdadeiro. E a nossa mente deve se ocupar de mansidão enquanto aprendemos a ser mais racionais, calculistas e estrategistas para fortalecer nossa vontade. Ah, a vontade deve dominar o corpo com as mais elevadas faculdades do ser.

Que tal um antivírus mental? Filipenses 4:8: “Tudo que é puro, tudo que é bom, de boa fama, se há alguma virtude, se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento.”

A recomendação é para afastar de nosso caminho tudo que nos afasta de Deus, fechar toda entrada pela qual Satanás possa ter acesso à nossa alma e desviar os olhos de contemplar coisas sem valor, e vigiar todos os cinco sentidos, se quisermos dominar a mente e impedir que pensamentos corruptos e vãos manchem a alma.

O hábito de ficar sonhando e construindo castelos dia e noite é perigoso e pode viciar; impedir de dirigir o pensamento para temas puros, santos e elevados. Caia na real! Viva bem a sua vida verdadeira. Seja feliz com o que Deus te deu.

Somos livres para fazer escolhas, mas somos escravos das consequências.

Só Jesus pode restaurar as desordens e imperfeições das palavras humanas.

Débora Carvalho é jornalista

“A pornografia bagunçou demais a minha vida”

Terry Crews contou seu segredo
Prestação de contas. Segundo o conhecido ator de Hollywood, Terry Crews, essa é uma arma poderosa contra vários tipos de vícios, incluindo um que ele confessou ter “bagunçado” bastante sua vida: a pornografia. Na última quinta-feira (11), o ator e diretor – que ficou famoso interpretando papéis conhecidos, como Julius (“Todo Mundo Odeia o Chris”) – publicou um vídeo em seu Facebook, intitulado “Dirty Little Secret” (“Segredinho Sujo”), no qual reconheceu que já foi viciado em pornografia e considerou o vício um “problema mundial”. “Por anos e anos, o meu segredinho sujo foi que eu era viciado em pornografia. Agora, a maioria de vocês que estão no Facebook, estão usando a internet. E é meio louco, porque essa coisa se tornou um problema. Eu acho que é um problema mundial”, disse.

Terry também reconheceu que a pornografia ganhou proporções preocupantes em sua vida, porque ele a manteve como um segredo e não conseguiu vencê-lo sozinho. “A pornografia bagunçou demais a minha vida, de várias formas. E, sabem, isso se tornou um problema que eu não contava para ninguém, era o meu segredo, ninguém sabia, e isso permitiu que ele crescesse e ficou ruim. Algumas pessoas podem negar e dizer: ‘Ei, cara... você não pode ser de fato viciado em pornografia. Não tem como.’ Mas eu vou dizer algo para vocês: se o dia vira noite e você continua assistindo, você provavelmente tem um problema. Esse era eu”, confessou.

Segundo o ator, esse vício trouxe sérios problemas ao seu casamento e o fez atentar para a necessidade urgente de uma mudança drástica. “Isso afetou tudo. Não contei para a minha esposa, não contei para os meus amigos, ninguém sabia, mas a internet permitiu que esse segredinho permanecesse e crescesse. [...] Minha mulher estava literalmente como: ‘Eu não conheço mais você. Estou fora. E isso me mudou. Eu tive que mudar, porque percebi: ‘Ei, essa coisa é um grande problema’”, disse.

Veja o vídeo abaixo:



terça-feira, fevereiro 23, 2016

Física adventista ajuda a encontrar as ondas gravitacionais

A física Tiffany Summerscales
Uma física adventista do sétimo dia faz parte da equipe internacional que ocupou as manchetes mundiais ao anunciar a primeira detecção das ondas gravitacionais, uma descoberta que promete abrir uma nova era na astronomia. Tiffany Summerscales, professora associada de Física na Universidade Andrews, nos Estados Unidos, auxiliou na pesquisa realizada pelo LIGO Collaboration, que detectou as ondas gravitacionais provocadas pela colisão de dois buracos negros a bilhões de anos luz da Terra. Segundo ela, a descoberta, publicada na revista Physical Review Letters há duas semanas, dá aos cientistas uma nova ferramenta para explorar o Universo. “Imagino as ondas gravitacionais como sendo a verdadeira ‘música das esferas’”, pontua Tiffany. “Os detectores do LIGO são os rádios que construímos a fim de podermos ouvir essa música. Até agora obtivemos apenas a primeira nota – bem, um gorjeio, na verdade – mas sabemos que há mais que poderemos ouvir quando aprendermos a sintonizar melhor os nossos rádios.”

Graduada em 1999 pela Universidade Andrews, em Berrien Springs, Michigan, ela começou a trabalhar com a equipe do LIGO Collaboration, com mais de mil físicos, enquanto fazia o doutorado, uma década e meia atrás, na Penn State University, na Pennsylvania. Tiffany falou sobre a importância da descoberta e do que a física significa para ela como adventista do sétimo dia, em uma entrevista para a Adventist Review.

Qual foi exatamente sua contribuição nesse projeto?

Sou membro do LIGO Collaboration há 15 anos ou mais. Esse é o grupo de pessoas que ajudam na concepção e melhoria dos detectores, analisam os dados produzidos e fazem ciência com esses dados. Especificamente, tenho trabalhado em dois tipos de projetos. Meus alunos e eu fazemos parte de uma equipe que trabalha no desenvolvimento e testes de um dos algoritmos de computador que analisa os dados e tenta caracterizar os sinais das ondas gravitacionais que são encontradas. Nós também participamos em atividades educacionais e de sensibilização pública.

O que a descoberta das ondas gravitacionais significa para você, pessoalmente?

É muito emocionante. Todos nós na Collaboration trabalhamos em prol desse momento, por muito tempo – alguns por mais décadas do que eu. Foi necessário um longo tempo para tornar os detectores suficientemente sensíveis para medir essas tênues ondas do espaço. Agora que as medimos, podemos nos tornar os astrônomos de ondas gravitacionais que sempre desejamos ser. Usar as ondas gravitacionais para investigar os mistérios do Universo será formidável. Eu espero surpresas.

Você pode dar alguns palpites das possíveis surpresas?

As ondas se produzem melhor diante de alguns eventos astronômicos dos quais temos o mínimo conhecimento. Até agora, só fomos capazes de ver as estrelas e as nuvens de gás orbitando ao redor e sendo atraídas aos buracos negros. Os buracos negros em si não emitem luz, mas sim produzem ondas gravitacionais. Ao medir essas ondas, seremos capazes de ver como é o espaço imediato ao redor dos buracos negros. Atualmente, não temos uma boa forma de testar como se comportam as regiões de gravidade muito forte.

Outro exemplo é o das explosões de supernovas que resultam no colapso de uma estrela maciça no final de sua vida. Vemos a explosão pelo lado de fora, mas não podemos ver o que acontece no centro. O núcleo da estrela entra em colapso até que ele se torna tão denso que os átomos se esmagam, até que todo o núcleo se torna uma grande bola de nêutrons, um tipo como um único átomo imenso (menos os prótons). Ninguém sabe como se comporta essa substância nêutron-estrela, porque não podemos fazer isso no laboratório, mas as ondas gravitacionais serão produzidas a partir do centro da supernova e trarão informações de como se parece esse tipo de matéria.

O que essa descoberta significa para os adventistas?

Uma vez que os adventistas são seres humanos, significa que temos um novo tipo de astronomia para aprender mais sobre o Universo. Para mim, aprender mais a respeito do Universo é muito inspirador, pois ele contém ecos da grandeza de Deus.

Ampliando esse pensamento, como você vê a mão de Deus em seu trabalho?

O espaço é vasto, impressionante e de uma beleza “de cair o queixo”. Na verdade, diariamente eu passo ainda mais tempo trabalhando com os alunos. Há muitas oportunidades aí para ver Deus operando na vida deles e os levando a se tornarem jovens adultos com grande potencial para impactar positivamente o mundo.

Qual é seu verso bíblico favorito e por quê?

Posso escolher dois? Miqueias 6:8 e Eclesiastes 3:11. O primeiro porque resume nosso relacionamento com Deus e destaca o que é mais importante: a justiça, a misericórdia e a humildade, que são diferentes aspectos do amor. Eclesiastes 3:11 destaca a maravilha de Deus e de Sua criação, e a parte “pôs na mente do homem a ideia da eternidade” me faz lembrar de como me sinto quando penso na vastidão do espaço.

Há algo que você gostaria de acrescentar e que eu não lhe perguntei?

Eu gostaria de incentivar os leitores a buscar mais informações. Há vídeos online com gráficos realmente legais que fazem um trabalho melhor de explicar o que foi descoberto e que não é fácil transmitir com palavras. Um bom lugar para começar é: ligo.caltech.edu/detection

(Equipe ASN, Andrew McChesney)