quinta-feira, janeiro 12, 2017

Evoestória: humanos tiveram rabo e o perderam duas vezes

Mais uma estória para sua diversão
[Meus comentários seguem entre colchetes. Não deixe de conferir também os hiperlinks. – MB] O ser humano já teve rabo. Sim, nossos antepassados que andavam sobre quatro patas [sic] possuíam uma longa cauda e isso não é surpresa para ninguém [claro que não, afinal, em lugar de humanos, eram simplesmente macacos]. A novidade, apontada em um estudo publicado recentemente pela revista Current Biology, é que não foi apenas em uma oportunidade que deixamos de possuí-la. Foram duas. Vestígio do tempo em que nossos antepassados andavam sobre quatro patas [mera suposição assumida como fato], o cóccix foi o que sobrou da segunda – e definitiva – perda da cauda humana. Isso ocorreu quando passamos a andar de pé [ocorre que o cóccix tem, sim, função atualmente e essa história é uma falácia. Confira aqui.]. Muito antes, porém, houve uma outra ocasião em que nossos parentes distantes [sic] perderam o rabo. E essa descoberta está presente em uma pesquisa desenvolvida pela paleobióloga Lauren Sallan, do Departamento de Ciências da Terra e do Meio Ambiente da Universidade da Pensilvânia.

Sallan analisou o fóssil de 350 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista] do Aetheretmon valentiacum, um peixe que possuía dois tipos de caudas, uma sobre a outra: uma delas era carnosa, ligada à vertebra do animal; a outra, mais flexível, funcionava como uma nadadeira. O estudo provou [!] que, enquanto os descendentes do peixe que permaneceram como animais aquáticos mantiveram o rabo flexível, suprimindo o carnoso, os animais que saíram da água, dando origem aos tetrápodes [leia mais sobre essa lenda aqui], fizeram o caminho oposto, desenvolvendo a cauda carnosa [gostaria de saber como puderam provar essa macroevolução hipotética, já que não dispõem da sequência de fósseis necessária para mostrar a evolução sucessiva e as múltiplas adaptações necessárias para permitir que um peixe saísse da água e passasse a caminhar]. Ao mesmo tempo, o rabo flexível deu origem aos membros, como pernas e braços – foi aí, ao perder essa cauda flexível que nossos antepassados perderam o rabo pela primeira vez [é fácil falar, difícil é provar que um rapo flexível teria dado origem a patas].

Para a cientista Tábita Hünemeier, professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP, “provavelmente, o rabo carnoso nos teleósteos [peixes modernos] se perdeu por seleção natural, já que sobreviveram os que eram mais rápidos na água”. Por outro lado, ela explica, os animais que passaram do ambiente aquático para o terrestre precisavam de outra habilidade [a verdade é que eles precisavam de muitas habilidades sem as quais não teriam a menor chance em um ambiente terrestre. Como puderam sobreviver até que elas evoluíssem?]. “Talvez a estabilidade, adquirida com um rabo carnoso, fosse mais importante do que a rapidez.”

Quando nossos antepassados primatas fizeram a transição para a bipedia, ou seja, passam a andar de forma ereta, ocorreu a segunda perda de rabo. “A cauda humana provavelmente foi eliminada porque ela foi sendo excluída junto com outras características. O andar ereto é mais importante do ponto de vista evolutivo. E a perda da cauda pode ter ocorrido simplesmente ‘de carona’”, diz Hünemeier. [Talvez, provavelmente, pode ser... Não estava provado?]

Professor de arqueologia na Universidade Federal do Rio Grande, Danilo Vicenssoto avalia que o estudo agrega novidades importantes, principalmente na área da biomecânica, que explica a evolução da movimentação dos animais de quatro patas. “Toda novidade em pesquisa evolutiva é sempre bem-vinda porque nós temos um quebra-cabeça de 10 milhões de peças e que na nossa caixinha só vieram mil peças [mas com tão poucas peças eles conseguem contar estórias fantásticas!]. Então qualquer peça nova que entra a gente consegue ver é muito importante”, ressalta o cientista.