quarta-feira, janeiro 11, 2017

Montanha do sexo e pastoras lésbicas: relativismo religioso

Desculpas culturais para o pecado
Gunung Kemukus é uma montanha em Java, a principal ilha da Indonésia, que a cada 35 dias recebe muçulmanos de todo o país para participar de um ritual insólito. O evento acontece em uma data auspiciosa segundo o ciclo Wetonan, que sobrepõe os cinco dias do antigo calendário javanês aos sete dias do calendário moderno (7 x 5 = 35). Quando a escuridão cai no misterioso local, os peregrinos acendem velas e se sentam em esteiras ao redor das sagradas árvores dewadaru e das raízes retorcidas de enormes figueiras. Na montanha “mágica”, há um túmulo no qual se acredita estarem guardados os restos mortais de um legendário príncipe e de sua amante. “O jovem príncipe Pangeran Samodro fugiu com a rainha Nyai Ontrowulan, que era sua madastra”, conta Keontjoro Soeparno, psicólogo social da Universidad Gadjah Mada em Yogyakartax, na Indonésia. “Eles se esconderam em Gunung Kemukus.” Até o dia em que, flagrados durante uma relação sexual, foram assassinados e enterrados no cume da montanha. Os peregrinos acreditam, assim, que se cometerem adultério nesse local serão “abençoados com boa sorte”, explica Seoparno, que estudou o ritual durante 30 anos. Por isso, Gunung Kemukus é também conhecida como a “montanha do sexo”.

O ritual começa com orações e oferendas de flores ao túmulo de Pangeran Samodro e Nyai Ontrowulan. Em determinado momento, os peregrinos devem banhar-se em um dos dois riachos sagrados da montanha. E, em seguida, fazer sexo com uma pessoa desconhecida. “Para receber bênçãos e dinheiro, é preciso fazer sexo com alguém que não seja seu marido ou mulher. Tem de ser alguém que você não conheça”, destaca Soeparno. “Além disso, deve ser em Juman Pon (quando a sexta-feira coincide com Pon, um dos cinco dias do calendário javanês). A relação sexual tem de acontecer a cada 35 dias sete vezes consecutivas, de forma que dure em torno de um ano”, explica. “Se por algum acaso não seja possível completar as sete vezes, é preciso começar tudo de novo. Essa é a parte difícil, especialmente para quem não é tão jovem. O compromisso entre os dois é muito significativo: eles têm de trocar telefones e endereços, e combinar aonde vão se encontrar da próxima vez.”

As noites mais concorridas podem reunir até oito mil peregrinos. “A maioria é dona de pequenos negócios. Eles esperam que, se completarem o ritual, suas vendas vão melhorar, vão ganhar muito dinheiro e terão muito sucesso”, afirma Soeparno.

Desde a década de 90, a montanha ganhou uma pequena infraestrutura para acomodar a multidão. Além do santuário, há um restaurante onde é possível comprar chá, macarrão e amendoim. Na parte de trás dele, é possível alugar um dos dois pequenos quartos.

Vejo uma mulher de véu e um homem, ambos com cerca de 50 anos, sumindo atrás de uma cortina para completar o ritual em um dos quartos. Ao tentar entrevistá-los, eles fogem, e a dona se aproxima para pedir que deixemos o local. “O que acontece é que eles só estão juntos aqui na montanha. Se aparecerem na TV e seus respectivos cônjuges souberem disso, terão problemas. Aconteceu isso antes com o ex-proprietário desse restaurante: um homem apareceu na TV falando com uma mulher em uma noite e seus familiares o viram. A família ficou arrasada e o casal se divorciou”, afirmou. Anteriormente, os casais faziam sexo ao ar livre, mas depois começaram a alugar quartos por valores irrisórios.

Dentro do santuário, Pak Slamat está lendo o Alcorão. Quando terminar, vai procurar uma amante. “Aqui há muitas pessoas que te dizem que funciona, que antes de vir aqui seu negócio não estava dando certo e depois se recuperou. Deve ser controlado por Alá (Deus). Não há ninguém maior do que Alá”, afirma. “Se vejo uma mulher que esteja disponível, me aproximo dela. Não ligo só para a aparência. O que vem de dentro é o mais importante. Já que estamos fazendo sexo com um objetivo, nossa motivação interna deve ser a mesma”, acrescenta.

Pak Slamat é casado e tem três filhos. Sua mulher não sabe onde ele está – ela acredita que ele esteja na mesquita, rezando. “Ela não teria permitido que eu viesse para cá, mas o importante é que eu estou fazendo isso pelo bem dos negócios.” [...] (UOL Notícias)

Igrejas que aceitam como pastores homossexuais ativos não são novidade nos Estados Unidos e na Europa. Já existem casos no Brasil também, contudo Sally Sarratt e Maria Swearingen não fundaram sua própria igreja “inclusiva” como geralmente é o caso. Elas foram escolhidas como pastoras da Calvary Baptist Church, uma igreja histórica de Washington, fundada há 155 anos. Oficialmente, passarão a ser co-pastoras e responderão pela congregação apenas no final de fevereiro, mas o anúncio gerou amplo debate entre a comunidade evangélica americana. Sally e Maria já estavam casadas quando foram ordenadas, em 2015.

A Calvary Church explica que sempre teve uma “visão progressiva”, pois começou reunindo um pequeno grupo de abolicionistas quando a escravidão era a norma. Em um comunicado, ressaltou que sempre “se beneficiou da liderança das mulheres em todos os níveis da vida da Igreja”.

A presidente do comitê que selecionou as duas para o cargo, Carol Blythe, disse: “Fomos surpreendidos pela grande fé e compromisso que elas têm de ser parte de uma comunidade evangélica. Ficamos impressionados como os dons, talentos e a experiência das duas correspondeu às nossas prioridades.”

Durante a maior parte de sua história, a igreja fez parte da Convenção Batista do Sul, maior denominação evangélica americana. Contudo, por defender o casamento de pessoas do mesmo sexo, desligou-se em 2012. (Gospel Prime)

Nota: Duas notícias aparentemente sem relação revelam o mal do relativismo na leitura de livros sagrados e na compreensão da religião. Muçulmanos aprovando a mentira, a licenciosidade e a traição em nome de um “bem maior”, ou seja, a prosperidade material; e uma igreja cristã aprovando um tipo de relacionamento que, sob a ótica bíblica, não pode ser chamado de casamento. Embora o Islã até aprove a poligamia, o adultério é condenado. Mas alguns muçulmanos indonésios “deram um jeitinho” de adaptar a religião aos seus desejos carnais. A Bíblia condena a prática do sexo entre pessoas do mesmo gênero e é preciso muito malabarismo exegético para defender algo diferente do casamento heteromonogâmico. Quando se acomoda a revelação divina às vontades humanas, tudo é permitido. As pastoras batistas norte-americanas não podem condenar a atitude dos indonésios, assim como eles não poderiam condená-las. Por uma porta através da qual para um boi, passa também uma boiada. E assim caminha a humanidade, cavando cada vez mais o fundo do poço. [MB]