terça-feira, março 14, 2017

O design inteligente do hábito saudável de comer menos

Quando menos é mais
Há décadas os cientistas tentam desvendar o mistério da restrição calórica - por que dietas que imitam o jejum melhoram quase tudo em nosso organismo e nos ajudam a viver mais. Agora eles obtiveram um primeiro vislumbre de como o corte de calorias afeta o envelhecimento dentro das células. Sim, porque, apesar de haver uma indústria de bilhões de dólares dedicada a produtos que combatem os sinais do envelhecimento, os hidratantes não passam da pele, e o envelhecimento ocorre mais profundamente, em nível celular por todo o interior do corpo. O que os pesquisadores descobriram é que, quando os ribossomos diminuem seu ritmo de trabalho, o processo de envelhecimento também fica mais lento - os ribossomos são os fabricantes de proteínas das células. Essa diminuição de velocidade reduz a produção de proteínas, mas dá aos ribossomos um tempo extra para se autorreparar e funcionar de forma mais eficiente por mais tempo.

O ribossomo é uma máquina muito complexa, mais ou menos como o seu carro, e periodicamente precisa de manutenção para substituir as peças que se desgastam mais rápido. Quando os pneus se desgastam, você não joga fora o carro inteiro e compra um novo, é mais barato substituir os pneus”, explica o professor John Price, da Universidade Brigham Young (EUA).

Dessa forma, diminuir a ingestão de calorias equivale a fazer com que seus ribossomos rodem menos e, portanto, desgastem-se menos e se reconstruam - ao contrário do seu carro, nossas células sabem reconstruir suas próprias peças desgastadas.

Além disso, assim como os carros, os ribossomos são caros e úteis - eles consomem entre 10 e 20% da energia total da célula para fabricar todas as proteínas necessárias para a célula funcionar. Assim, é impraticável destruir um ribossomo inteiro quando ele começa a funcionar mal. Mas consertar partes individuais do ribossomo em uma base regular permite que eles continuem a produzir proteínas de alta qualidade por mais tempo.

“Quando você restringe o consumo de calorias, há quase um aumento linear na longevidade”, disse Price. “Nós inferimos que a restrição causou mudanças bioquímicas reais que retardaram a taxa de envelhecimento.”

Apesar dessa relação observada entre consumir menos calorias e aumentar o tempo de vida, o professor Price alerta que as pessoas não devem começar a contar calorias e esperar permanecer para sempre jovens. A restrição calórica não foi testada ainda em seres humanos como uma estratégia antienvelhecimento - esse estudo foi feito usando camundongos -, e a mensagem essencial é compreender a importância de cuidar dos nosso corpo de forma equilibrada, e não submetê-lo a regimes não comprovados de tortura alimentar.


Nota: Está aí o recado: comer menos é melhor. Mas eu gostaria de destacar outro aspecto na matéria acima – o design inteligente implícito na pesquisa. Se um carro jamais poderia ser fruto de causas naturais, e se a máquina molecular artificial mais avançada não chega nem aos pés do ribossomo que cumpre eficazmente sua função há milhares de anos, quem criou o ribossomo? Note que os pesquisadores admitem que o ribossomo é muito complexo e afirmar que ele é uma máquina molecular capaz de autorreparo. Quanto mais o ser humano avança em suas pesquisas nos campos da bioquímica e da biologia molecular, mas difícil fica permanecer ateu. A menos que se creia que um carro possa surgir a partir de múltiplas explosões em um ferro velho. [MB]