sexta-feira, junho 02, 2017

As intrigas e a militância que nos tiram a paz

Minhas filhas adolescentes são grandes defensoras dos animais e, inclusive, não comem carne mais por isso, talvez, do que pelo cuidado com a saúde. Certa vez, percebi que a mais nova estava envolvida em uma “briga” no Facebook, debatendo com uma colega de escola que tentava defender o consumo de alimentos cárneos. Os argumentos da menina eram indefensáveis, obviamente, mas, mesmo assim, repreendi minha filha e a orientei a respeitar as pessoas e a opinião delas. Podemos e devemos nos manifestar, sim, mas existem as formas e os fóruns corretos para isso. Disse-lhe que, muitas vezes, é melhor “perder” uma discussão para ganhar um amigo do que fazer o contrário. Disse-lhe, também, que muitos veganos e vegetarianos acabam demonstrando mais amor aos animais do que às pessoas, e que acabam sendo absorvidos tão profundamente pela “causa” que não enxergam nada mais além da bandeira que empunham. No afã de defender suas ideias e seu ponto de vista, tornam-se tão desagradáveis, tão extremistas, intransigentes e combativos que acabam repelindo aqueles que até poderiam parar para pensar no que eles falam. Trata-se de um tiro no pé; de propaganda negativa; da propagação de uma mensagem que pode até ser correta, mas cuja embalagem mais afasta do que atrai.