quarta-feira, julho 26, 2017

A redenção do cosmos

Segundo os cosmólogos, o diâmetro do universo observável, sempre em expansão, é de 93 bilhões de anos-luz, aproximadamente. Espantoso! Significa que, se fôssemos capazes de viajar na incrível velocidade da luz (300.000 km/s, aproximadamente), seriam necessários apenas 93 bilhões de anos para percorrer todo esse espaço descomunal. O que haverá fora desses limites? Pensar sobre a grandeza cósmica nos impressiona e evidencia nossa pequenez; porém, mais admirável e maior que a dimensão conhecida do Universo é o Ser que criou tal imensidão e morreu para garantir a felicidade de todos os seres criados – os habitantes da Terra, do Céu e dos distantes mundos livres da queda no mal. Verdadeiramente, a morte expiatória do Deus Filho ultrapassou as fronteiras da compreensão de qualquer criatura, expandiu-se e alcançou os rincões do cosmos.

Por que costumamos dizer que Jesus Cristo realizou um sacrifício infinito ao encarnar-Se, morrendo inocentemente pela humanidade pecadora? Podemos achar que Jesus depôs Sua vida apenas pela Terra e seus moradores. Mas não! Em certo sentido, Cristo redimiu o Universo inteiro. Certamente, anjos e seres não caídos também foram alvo da eficácia de Seu sangue. O apóstolo Paulo evidencia: “Havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio dEle reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na Terra como as que estão nos Céus” (Colossenses 1:20). O plano da salvação envolvia, pelo menos, três propósitos grandiosos e interligados entre si: (1) livrar a raça humana do poder e dos efeitos do pecado; (2) confirmar os seres santos, guardando-os da apostasia; (3) justificar o caráter de Deus, acusado de injusto perante o Universo. Consideremos a seguinte afirmação de Ellen White: “Os anjos atribuem honra e glória a Cristo, pois nem mesmo eles se encontram seguros, exceto ao contemplarem os sofrimentos do Filho de Deus. É através da eficácia da cruz que os anjos do Céu são protegidos contra a apostasia. Sem a cruz eles não se encontrariam em maior segurança contra o mal, do que os anjos estavam antes da queda de Satanás. A perfeição angélica fracassou no Céu. A perfeição humana fracassou no Éden. O plano de salvação, tornando manifesta a justiça e o amor de Deus, provê eterna salvaguarda contra a rebelião dos mundos não caídos. A morte de Cristo sobre a cruz do Calvário é a nossa única esperança neste mundo, e será nosso tema no mundo por vir.” 

Que tema! O estupendo sacrifício de Cristo salva os pecadores que O aceitam, religando-os a Deus, e sustenta o restante dos seres inteligentes para não enveredarem pelo mesmo caminho do homem. Dessa forma, a morte do Criador protegeu o mundo mais distante do Universo (até mesmo os situados para além dos 93 bilhões de anos-luz) contra a influência do pecado, e a eficiência da cruz guardará a raça redimida de uma segunda queda. Não é uma proteção mágica ou um campo de força arbitrário, mas o argumento encontrado pelo amor para convencer e persuadir, sem coação, a mente inteligente dirigida pela liberdade de escolha quanto ao caminho a seguir: se o estabelecido por Deus ou outro contrário ao governo e aos direitos divinos sobre as criaturas.

Diante do grande sacrifício expiatório, o cosmos foi vacinado contra o mal e Deus está justificado perante Sua criação. Assim, o mal não tem mais argumentos; tampouco o direito de continuar a existir.  

(Frank de Souza Mangabeira, membro da Igreja Adventista do Bairro Siqueira Campos, Aracaju, SE; servidor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe)