quarta-feira, julho 26, 2017

“Por que é aceitável criticar o Cristianismo mas não o Islã?”

Um evento com a presença do cientista Richard Dawkins na universidade de Berkeley foi cancelado por causa de declarações “ofensivas” dele contra muçulmanos, o que reacendeu o debate sobre a falta de liberdade de expressão em uma das mais conceituadas dos Estados Unidos. O evento havia sido agendado pela rádio KPFA, de Berkeley, para agosto. A ideia era que Dawkins falasse sobre seu livro de memórias, Brief Candle in the Dark. Mas o evento foi cancelado depois que alguns tuítes de Dawkins com críticas ao Islã foram enviados aos organizadores do evento. Dawkins, o mais famoso expoente do chamado neoateísmo e autor do best-seller Deus, um Delírio, tem um longo histórico de críticas à religião em geral, e ao Cristianismo, especificamente.

Nos últimos anos, entretanto, com a ascensão de grupos terroristas muçulmanos, ele tem centrado boa parte de seus ataques no fundamentalismo islâmico. “Nós não sabíamos que ele tinha ofendido – em seus tuítes e outros comentários sobre o Islã – tantas pessoas. A KPFA não apoia discursos ofensivos”, disse a rádio, em um comunicado. 

Em um dos tuítes citados pela KPFA para justificar sua decisão, Dawkins afirma que o Islã é “a maior força para o mal no mundo de hoje”. 

Dawkins, por sua vez, criticou a decisão da rádio, que ele disse ser sem fundamento. “Eu sou conhecido como um crítico frequente do Cristianismo e nunca fui desconvidado por causa disso. Por que dar um passe livre para o Islã? Por que é aceitável criticar o Cristianismo mas não o Islã?”, disse ele. 

O autor também disse que, longe de atacar os praticantes do Islã, entende que os próprios muçulmanos são as primeiras vítimas da cultura do Islamismo militante. 

O cancelamento do evento com Dawkins provocou outras reações. “A decisão é intolerante, mal-fundamentada e ignorante”, escreveu Steven Pinker, autor e professor de Harvard, em carta à radio. V. S. Ramachandran, conceituado neurocientista da Universidade da Califórnia, também protestou: “Dawkins é a pessoa mais corajosa e intelectualmente honesta que eu conheço. Concorde ou não com suas posições, você não pode questionar a integridade dele”, afirmou. 

Nos últimos meses, a tradicional universidade de Berkeley, na Califórnia, tem ocupado o noticiário por causa de sua restrição a palestrantes que destoam do discurso politicamente correto predominante na instituição. Em abril, a universidade cancelou uma palestra da escritora conservadora Ann Coulter após protestos de estudantes de esquerda. Em fevereiro, o mesmo havia ocorrido com o jornalista de direita Milo Yiannopoulos, cuja palestra também acabou cancelada em meio a atos de violência de manifestantes.

A transformação de Berkeley em um espaço hostil a certos tipos de palestrantes é mais surpreendente porque a universidade californiana esteve na vanguarda da luta pela liberdade de expressão nos campi americanos na década de 60.


Nota: Não deveria ser surpresa que uma universidade de orientação esquerdista beije a mão do Islã enquanto repudia o cristianismo (e ao dizer isso não estou de forma alguma atacando seguidores sinceros da religião de Maomé). O objetivo dos militantes esquerdistas é destruir os pilares judaico-cristãos sobre os quais o mundo ocidental está edificado. Um mundo em que, por causa do cristianismo, há liberdade de expressão, liberdade religiosa e separação entre a igreja e o Estado – condições que, inclusive, permitem aos esquerdistas trombetearem suas ideias e expor seus absurdos (i)morais. Gostaria de ver essa gente fazendo o mesmo em países de orientação teocrática islâmica... Não durariam um dia. O que fizeram com Dawkins apenas revela uma vez mais o preconceito localizado que certas instituições “laicas” nutrem contra o cristianismo; isso para não falar no criacionismo. Mas o devoto de Darwin não precisa ficar triste. Não faltam tribunas para acolherem seu ateísmo estridente. [MB]