domingo, setembro 17, 2017

Animais podem ser homossexuais?

Nas últimas semanas uma notícia foi compartilhada por milhares de internautas e reproduzida em diversos sites jornalísticos e de curiosidades do Brasil e do mundo. A chamada da maioria dos sites dizia: “Leões machos são flagrados copulando e intrigam internautas.”[1] Alguns mais pretensiosos chegaram a dizer que definitivamente estava provado que o comportamento homossexual é uma característica normal, inata, natural em animais, logo, também em humanos. Bem, o que me deixou particularmente intrigado com isso é que, na verdade, a observação de comportamento homossexual em animais “não humanos” não é exatamente uma novidade. Em 1999, o biólogo canadense Bruce Bagemihl publicou o livro Biological Exuberance: Animal Homosexuality and Natural Diversity,[2] no qual lista pelo menos 300 espécies animais que apresentam comportamento homossexual. Na verdade, muito antes disso, no início dos anos 1980, o psicólogo norte-americano W. J. Gadpaille, que trabalhava com sexualidade em adolescentes, afirmou em publicação na Archives of General Psychiatry[3] que não existia nenhuma espécie animal em que já havia sido estudado o comportamento sexual que não apresentasse casos de homossexualismo. Seguindo essa lógica, parece-me não haver necessidade de discutir o assunto, pois cientistas já comprovaram (nesses e em outros artigos – diversos outros, mais recentes, podem ser citados[4]) que o comportamento homossexual em animais é real. 

Interessante é perceber que para outros assuntos (como, por exemplo, o design inteligente) a maioria dos cientistas faz questão de exigir o máximo possível de certeza, cobrando uma metodologia impecável e mais clareza nas afirmações. Não estou dizendo necessariamente que esses artigos não sejam bons, mas que é necessário lê-los com critério científico e entender as diversas nuances de direcionamento forçado, ou seja, parece que existe a intenção de impor uma ideia, mesmo que para isso se forjem informações não tão científicas assim. Vejamos:

Em geral, desconsiderando o livro de Bagemihl e outro importante livro utilizado na defesa da ideia de que o comportamento animal homossexual pode explicar o humano, que é o livro Animal Homosexuality: A Biosocial Perspective (2010),[5] do ecologista australiano Aldo Poiani, a grande maioria dos artigos que utilizam esse conceito foi publicada em revistas um tanto direcionadas e no mínimo suspeitas, como, por exemplo, a Archives of Sexual Behavior,[6] assim como nas Australian Feminist Studies, The Journal of Sex Research, Journal of Homosexuality, entre outras, além de uma série de artigos especificamente no periódico Animal Behavior[7] e publicações da Cambridge University Press[8] (o livro citado de Aldo Poiani e outras publicações online do mesmo autor, além de alguns outros livros e artigos na mesma linha). De forma alguma intento minimizar a importância dessas revistas (especialmente as duas últimas, de grande impacto no meio científico), mas é interessante perceber que em todas (observe bem, todas) as demais revistas em que encontrei artigos tratando desse assunto[9] (em uma exaustiva pesquisa em periódicos PubMed) os autores fizeram questão de deixar clara a incerteza e a inconsistência de dados no que se refere a comparar os comportamentos homossexuais dos animais com o que se vê na espécie humana.

Dito isso, considero necessário lembrar que os animais realmente apresentam comportamento homossexual, porém, é importante perceber que se trata de um comportamento visualmente homossexual, algo, pelo menos a princípio, aparente. A verdade é que animais criam laços e isso independe de sexo. Para tal associação, por vezes, eles se utilizam de um comportamento que é a encenação do ato sexual.

Com exceção de alguns poucos grupos, como os bonobos (macacos da espécie Pan paniscus, também chamados de chimpanzés-pigmeus), nenhum animal pratica de fato sexo com outro indivíduo do mesmo sexo. Nesse sentido estou considerando o coito como o ato sexual de fato, já que muitos podem argumentar que apenas a preferência pelo mesmo sexo já configura homossexualidade. Nos animais em geral não há penetração; trata-se de uma encenação e tem como objetivo a demonstração de poder, de hierarquia. É simplesmente improvável que qualquer um dos dois leões vistos na imagem acima, por exemplo, deixe de cruzar com uma fêmea, se puder, para ficar fazendo essa cena sem conotação sexual de fato. O próprio autor das imagens (o fotógrafo Russ Bridges) e o proprietário do parque onde as fotos foram feitas (Cheryl Williams) afirmaram posteriormente que os leões em questão são irmãos e que a leoa ao lado é a mãe deles.[10]

Eu mesmo, enquanto primatólogo, tive a oportunidade de trabalhar com vários animais, entre os quais dois macacos-prego que representavam quase diariamente o comportamento homossexual. Acontece que, no caso deles, estavam sós num recinto de cativeiro, não havia fêmeas e era possível perceber que esse comportamento denotava hierarquia e comando, assim como também, em todo o tempo que os estudei, nunca houve penetração, simplesmente um dos animais subia no outro e fazia o movimento do ato de coito.

Sabendo disso, fiz também uma busca por registros de animais representando o comportamento homossexual com o ato de penetração e foi muito difícil encontrar. Até existem alguns registros, como os dos já citados bonobos. Mas com relação a eles é importante destacar que, de acordo com o principal especialista nessa espécie, o primatólogo alemão Frans de Waal, os bonobos formam uma sociedade pansexual, apresentando diversas formas de comportamentos sexuais, tanto entre machos e fêmeas, quanto entre indivíduos do mesmo sexo, como entre adultos e filhotes, pais e filhos, etc.[11] Além desses, li relatos não documentados de equinos fazendo penetração em outros machos, como também muitos relatos de visualização de cachorros fazendo o mesmo. Mesmo desconsiderando o coito e apenas pontuando as possíveis relações estáveis e duradouras entre animais de mesmo sexo, percebi, por meio das pesquisas, que no mínimo 80% das vezes em que há a demonstração desse comportamento é como preparação para o ato sexual reprodutivo mesmo, ou por falta de parceiros durante o período não reprodutivo do sexo oposto ou por questão de dominância.9 Até em casos mais extremos, como quando dois machos ou duas fêmeas se unem, mesmo havendo animais do sexo oposto disponíveis (como acontece com macacos japoneses, pinguins e albatrozes – exemplos muito citados pelos defensores dessa ideia), ainda assim é intrigante notar que os próprios pesquisadores que os estão estudando há tantos anos deixam claro que não conseguem definir os reais motivos de tais uniões, e não se aventuram a afirmar categoricamente que se trata de homossexualidade.[9]

Enfim, mesmo que porventura, ao fazer a encenação sexual, o animal consiga realizar a penetração do pênis no ânus do outro, além de se tornar um incômodo inevitável, certamente isso não é prova de que os animais são de fato homossexuais.

O mais grave, porém, em toda essa discussão, é ver pessoas aparentemente bastante esclarecidas (biólogos, psicólogos, cientistas em geral) tentando transferir ideias de comportamentos animais para a espécie humana, como se, apenas por existir em animais, eles também fossem comuns à nossa espécie.

É importante perceber que todas as pesquisas científicas que citam a homossexualidade em animais (incluindo os livros mais utilizados como fonte desse assunto, os quais já citei no início do texto) deixam bem claro que o que ocorre em animais é um “COMPORTAMENTO homossexual”. Isso é interessante porque a comunidade LGBT faz questão de negar que a homossexualidade seja um comportamento (e por isso não aceitam que seja cunhado o termo “homossexualismo”), mas insiste em buscar argumentos na ciência sem, porém, notar que estão se comparando com os animais exatamente naquilo que tanto fazem questão de negar.

Sobre isso é bom lembrar que leões praticam infanticídio com naturalidade, faz parte de seu instinto comportamental;[12] cachorros, por vezes, regurgitam os alimentos e reingerem seus vômitos, também como um comportamento natural;[13] fêmeas de várias espécies devoram os machos depois da cópula, e isso é natural;[14] bonobos fazem sexo o tempo todo, às vezes com seus próprios filhotes, o que faz parte de seu repertório comportamental.[11, 15] Eu poderia citar uma série de outros comportamentos um tanto quanto exóticos de animais, mas que, no entanto, são naturais. Mas nem por isso qualquer cientista afirma que esses comportamentos sejam naturais aos humanos também. Esse, sem sombra de dúvidas, é o maior problema dessa tentativa de afirmação de que o comportamento homossexual em animais seja um argumento para indicar que a homossexualidade em humanos seja natural. Esse argumento não deve ser usado porque ele não é apenas fraco, é inconsistente e cientificamente desonesto, assim como o é o argumento genético (mas vamos deixar para falar disso em outra oportunidade).

(Ebenézer Lobão Cruz é biólogo/etólogo e mestre em Zoologia pela UFPE)

Referências:
1. Sites que noticiaram os leões com comportamento homossexual nos meses de agosto e setembro de 2017 (citando apenas dez dos primeiros que aparecem na ferramenta de busca):
http://www.independent.co.uk/news/uk/home-news/gay-pride-lions-doncaster-yorkshire-wildlife-park-russ-bridges-a7917171.html 
http://www.huffingtonpost.co.za/2017/09/01/gay-pride-two-male-lions-shagging-at-a-zoo_a_23193231/
http://www.pinknews.co.uk/2017/08/29/a-couple-of-gay-lions-just-showed-their-pride-and-people-are-wonderfully-shocked/ 
http://www.faceofmalawi.com/2017/08/homosexuals-seek-justification-after-two-male-lions-captured-mating/ 
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2017/09/01/interna_mundo,622722/fotografo-clica-leoes-gays-e-imagem-viraliza-na-internet.shtml 
https://hypescience.com/foto-de-dois-leoes-machos-copulando-viraliza-na-internet/ 
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2017/09/01/interna_mundo,720575/fotografo-clica.shtml 
http://www.inspiringlife.pt/fotografia-dois-leoes-machos-terem-relacoes-ao-lado-leoa-viraliza-nas-redes-sociais/ 
http://www.superpride.com.br/2017/08/fotografo-flagra-dois-leoes-machos-cruzando-em-parque-na-inglaterra.html 
http://br.blastingnews.com/mundo/2017/09/leoes-machos-sao-flagrados-em-cenas-suspeitas-e-o-que-leoa-faz-assusta-001975349.html 
2. Bagemihl B. (1999). Biological Exuberance: Animal Homosexuality and Natural Diversity. New York, St. Martin’s Press.
3. Gadpaille, W. J. (1980) Cross-species and cross-cultural contributions to understanding homosexual activity. Archives of General Psychiatry.
4. Diversos artigos mais recentes que citam o comportamento homossexual em animais como algo natural:
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6. Alguns artigos sobre homossexualidade animal publicados no periódico Archives of Sexual Behavior (apenas 10 exemplos):
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Elizabeth Adkins-Regan (2002). Development of Sexual Partner Preference in the Zebra Finch: A Socially Monogamous, Pair-Bonding Animal.
Elizabeth Adkins-Regan (2017). A Bird’s Eye View.
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Michelle L. Tomaszycki, Brendon P. Zatirka in Archives of Sexual Behavior (2014). Same-Sex Partner Preference in Zebra Finches: Pairing Flexibility and Choice.
Peter L. Hurd, Allison A. Bailey, Patricia A. Gongal… in Archives of Sexual Behavior (2008). Intrauterine Position Effects on Anogenital Distance and Digit Ratio in Male and Female Mice.
7. Alguns artigos sobre homossexualidade animal publicados no periódico Animal Behavior (apenas 20 exemplos):
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Camilla Ryne (2009) Homosexual interactions in bed bugs: alarm pheromones as male recognition signals. Animal Behaviour, Volume 78, Issue 6, Pages 1471-1475
Chloé Laubu, Cécile Schweitzer, Sébastien Motreuil, Philippe Louâpre, François-Xavier Dechaume-Moncharmont  (2017) Mate choice based on behavioural type: do convict cichlids prefer similar partners?. Animal Behaviour, Volume 126, Pages 281-291
Claude Everaerts, Fabien Lacaille, Jean-François Ferveur (2010) Is mate choice in Drosophila males guided by olfactory or gustatory pheromones? Animal Behaviour, Volume 79, Issue 5, Pages 1135-1146.
David W. Lawson (2011) Animal Homosexuality: A Biosocial Approach. Animal Behaviour, Volume 81, Issue 2, Page 499.
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Lorraine Burgevin, Urban Friberg, Alexei A. Maklakov (2013) Intersexual correlation for same-sex sexual behaviour in an insect. Animal Behaviour, Volume 85, Issue 4, Pages 759-762.
Louise Barrett, Michael Breed (2009) Featured Articles in This Month's Animal Behaviour. Animal Behaviour, Volume 77, Issue 6, Pages 1365-1366.
Nobuaki Mizumoto, Toshihisa Yashiro, Kenji Matsuura (2016) Male same-sex pairing as an adaptive strategy for future reproduction in termites. Animal Behaviour, Volume 119, Pages 179-187.
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Volker Sommer (2011) Animal Homosexuality: A Biosocial Perspective. Animal Behaviour, Volume 82, Issue 5, Pages 1213-1214
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8. Livros e artigos sobre homossexualidade animal publicados pela Cambridge University Press:
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Manning, A., & Stamp Dawkins, M. (2012). An Introduction to Animal Behaviour. Cambridge: Cambridge University Press.
Poiani, A. (2010). Animal homosexuality in evolutionary perspective. In Animal Homosexuality: A Biosocial Perspective (pp. 1-32). Cambridge: Cambridge University Press.
Poiani, A. (2010). The endocrine and nervous systems: A network of causality for homosexual behaviour. In Animal Homosexuality: A Biosocial Perspective (pp. 159-264). Cambridge: Cambridge University Press.
Poiani, A. (2010). The social, life history and ecological theatres of animal homosexual behaviour. In Animal Homosexuality: A Biosocial Perspective (pp. 323-380). Cambridge: Cambridge University Press.
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Volker Sommer, Paul L. Vasey,Editors, ,Homosexual Behaviour in Animals. An Evolutionary Perspective (2006) Cambridge University Press,Cambridge.
9. Publicações científicas sobre homossexualidade em animais que afirmam não ser possível determinar o motivo do comportamento homossexual ou dão explicações fisiológicas, genéticas e comportamentais para a utilização deste comportamento em cada espécie.
Ambrogio, O.V. and Pechenik, J.A. (2008) When is a male not a male? Sex recognition and choice in two sex-changing species. Behav. Ecol. Sociobiol. 62, 1779–1786
Andersson, M. and Simmons, L.W. (2006) Sexual selection and mate choice. Trends Ecol. Evol. 21, 296–302
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