sexta-feira, setembro 01, 2017

Evolucionista admite: evolução evita maiores questões da origem biológica

Neste encontro de novembro de 2016 da Royal Society, “New Trends in Evolutionary Biology” [Novas tendências em biologia evolucionária], o renomado teórico evolucionista austríaco Gerd B. Müller [foto ao lado] fez a primeira apresentação. Como destacamos antes, foi uma apresentação devastadora para alguém que quer pensar que, sobre as grandes questões de origens biológicas, a teoria evolucionária ortodoxa já explicou tudo. Em vez disso, Müller apontou para as lacunas de “déficits explanatórios” na teoria. Agora a publicação científica da Royal Society, o Interface Focus, oferece uma edição especial reunindo artigos baseados nas palestras da conferência. Vejamos o que o Dr. Müller tem a dizer no artigo intitulado “Why anextended evolutionary synthesis is necessary” [Por que é necessária uma síntese evolutiva ampliada/estendida]. Um amigo destacou o seguinte parágrafo:

“Como pode ser notado dos princípios relacionados, a atual teoria evolucionária é predominantemente orientada para uma explicação genética de variação, e exceto por algumas modificações semânticas mínimas, isso não tem mudado ao longo das últimas sete ou oito décadas. Qualquer que seja o apoio da boca para fora pago para levar em consideração outros fatores do que aqueles aceitos tradicionalmente, descobrimos que a teoria, conforme apresentada em artigos existentes, concentra-se em uma limitada série de explanação evolutiva, excluindo a maioria daqueles mencionados entre os objetivos explanatórios acima. A teoria cumpre bem seu papel no que diz respeito às questões em que se concentra, fornecendo predições testáveis e abundantemente confirmadas na dinâmica da variação genética em populações evoluindo, na variação gradual e adaptação de características fenotípicas, e sobre certas características genéticas de especiação. Se a explanação parasse aqui, não existiria controvérsia. Mas, tem se tornado habitual em biologia evolucionária se tomar a genética de população como o tipo de explicação privilegiado de todos os fenômenos evolutivos, negando assim o fato de que, por um lado, nem todas as suas predições podem ser confirmadas sob todas as circunstâncias e, por outro lado, um grande número de fenômenos evolucionários permanece excluído. Por exemplo, a teoria evita largamente a questão de como as organizações complexas de estrutura organismal, a fisiologia, o desenvolvimento ou comportamento – cuja variação ela descreve – surgem realmente na evolução, e também não fornece meios adequados para incluir fatores que não fazem parte da estrutura da genética populacional tais como as influências de desenvolvimento, sistemas teóricos, ecológicos ou culturais.”

Uau! Leia isso de novo. Müller diz que “a atual teoria evolucionária... amplamente evita a questão de como as organizações complexas de estrutura organismal, fisiologia, desenvolvimento ou comportamento... surgem de verdade na evolução”. Mas como a coisa biológica “surge de verdade” é exatamente o que a maioria das pessoas pensa quando elas pensam da “evolução”.

Diz o nosso amigo, vide Michael Behe no seu livro The Edge of Evolution, onde o Dr. Behe pergunta: “A grande questão, contudo, não é ‘Quem sobreviverá, o mais apto ou o menos apto?’ A grande questão é ‘Como os organismos se tornam mais aptos?’” Müller concede que o pensamento evolucionário convencional “amplamente evita” essa “grande questão”. Embora expressada em termos anódinos, isso é uma acusação gravíssima.

Eis aqui outras pérolas do artigo:

“Um número crescente de publicações defende uma profunda revisão ou até mesmo a substituição da teoria da evolução padrão [2-14], indicando que isso não pode ser desconsiderado como uma opinião minoritária, mas, antes, é um amplo sentimento idêntico entre cientistas e filósofos.”

Essa afirmação poderia ter aparecido em um trabalho de proponente de design inteligente. Mas espere, isso ainda fica melhor:

“Na verdade, um número crescente de desafios ao modelo clássico de evolução tem surgido ao longo dos últimos anos, tais como da biologia de desenvolvimento evolucionário [16], epigenética [17], fisiologia [18], genômica [19], ecologia [20], pesquisa de plasticidade [21], genética populacional [22], evolução regulatória [23], abordagens de redes [14], pesquisa de novidade biológica [24], biologia comportamental [12], microbiologia [7] e biologia de sistemas [25], ainda mais apoiado pelos argumentos das ciências culturais [26] e sociais [27], bem como por tratamentos filosóficos [28–31]. Nenhuma dessas contenções é acientífica, todas repousam firmemente em princípios evolucionários e todas são apoiadas por evidência empírica substancial.”

“Desafios ao modelo clássico” são “amplas” e “nenhuma... é acientífica”. Uau! Arquive isso para futura referência.

Mais: “Algumas vezes esses desafios são tratados com hostilidade dogmática, denunciando qualquer crítica do edifício teórico tradicional como estúpida [32], mas mais frequentemente os defensores da concepção tradicional argumentam que ‘tudo vai bem’ com a atual teoria evolucionária, que eles veem como tendo ‘coevoluído’ junto com os avanços metodológico e empírico que já recebem o que lhes é devido na atual biologia evolucionária [33]. Mas o fato repetidamente enfatizado de que os mecanismos evolucionários inovadores têm sido mencionados em certos artigos mais antigos ou mais recentes não quer dizer que a estrutura formal da teoria evolutiva tenha se ajustado a eles.”

Os darwinistas ortodoxos da escola “Tudo Vai Bem” enfrentam os desafios com “hostilidade dogmática”? Sim. Nós estávamos cientes.

Aqui ele destrói a noção, uma verdadeira extrapolação vazia, de que as mudanças microevolutivas podem explicar as tendências macroevolutivas:

“Uma versão mais sútil do argumento isso-já-foi-dito-antes usado para desviar quaisquer desafios à visão recebida é levar a questão para o interminável debate da micro-versus-macroevolução. Enquanto que a ‘microevolução’ é considerada como a mudança contínua das frequências de alelos dentro de uma espécie ou população [109], o conceito mal definido de macroevolução [36], amalgama a questão de especiação e a origem dos ‘táxons superiores’ com a tão chamada ‘principal mudança fenotípica’ ou novo tipos construcionais. Geralmente, um reconhecimento superficial do problema da origem dos caracteres fenotípicos rapidamente se torna uma discussão de argumentos de genética de população sobre a especiação, muitas vezes ligada ao conceito difamado de equilíbrio pontuado [9], a fim de finalmente desconsiderar qualquer necessidade da mudança de teoria. Assim, o problema da complexidade fenotípica se torna (des)elegantemente ignorado. Inevitavelmente, a conclusão é alcançada de que os mecanismos microevolucionários são consistentes com os fenômenos macroevolucionários [36], muito embora isso tenha muito pouco a ver com a estrutura e predições da Síntese Evolutiva Ampliada/Estendida. A verdadeira questão é que a evolução genética sozinha tem sido encontrada insuficiente para uma explicação causal adequada de todas as formas de complexidade fenotípica, não somente de algo vagamente denominado ‘macroevolução’. Consequentemente, a distinção micro/macro serve somente para obscurecer as questões importantes que surgem dos atuais desafios à teoria padrão. Isso não deveria ser usado na discussão da Síntese Evolutiva Ampliada/Estendida, que raramente faz quaisquer alusões à macroevolução, embora algumas vezes seja forçada a fazer.”

Isso é uma concessão maior da parte de uma figura principal no mundo da teoria da evolução. É um grande olho preto à turma do “Tudo Vai Bem”. Quem irá dizer para a mídia? Quem irá dizer aos leões de chácara de Darwin? Quem irá dizer aos estudantes de biologia no ensino médio ou na faculdade, mantidos nas trevas pela rígida pedagogia darwinista?

A evolução tem somente “pontos fortes” e nenhum “ponto fraco”, você diz? A teoria darwinista está tão firmemente estabelecida como “a gravidade, o heliocentrismo e a forma redonda da Terra“? Realmente? Como alguém pode possivelmente manter esse tanto considerando-se essa afirmação cristalina, não de nenhum defensor do DI ou cético de Darwin, não de um tão-chamado “criacionista”, mas de uma figura central em pesquisa evolucionária, escrevendo em um journal publicado pela augusta sociedade científica uma vez presidida por Isaac Newton, por ter gritado tão alto?

Manter este ponto de que “Tudo Vai Bem” com a evolução indica que você deve estar em um estado sério de negacionismo.