quarta-feira, novembro 22, 2017

Ateus têm mente menos aberta que pessoas religiosas

Um estudo com 788 pessoas no Reino Unido, França e Espanha concluiu que ateus e agnósticos pensam em si próprios como tendo mente mais aberta que aqueles com fé, mas são de fato menos tolerantes a opiniões e ideias discordantes. Crentes religiosos “aparentam melhor perceber e integrar perspectivas divergentes”, de acordo com pesquisadores em psicologia da Universidade Católica privada de Louvain (UCL), a maior universidade Francofônica da Bélgica. Filip Uzarevic, coautor do artigo, disse que sua mensagem é a de que “mentalidade fechada não é necessariamente encontrada apenas entre os religiosos”. Ele afirmou ao Psypost: “Em nosso estudo, o relacionamento entre religião e mentalidade fechada dependeu do aspecto específico da mente fechada. De forma surpreendente, quando se tratou de inclinações medidas sutilmente para integrar visões que eram divergentes e contrárias às perspectivas da pessoa, eram os religiosos que mostravam maior abertura.”

O artigo do Dr. Uzarevic, intitulado “são os ateus adogmáticos?”, afirma que “irreligião se tornou a norma” em alguns países ocidentais. Ele inspecionou três aspectos de rigidez mental em 445 ateus e agnósticos, 255 cristãos, e um grupo de 37 budistas, muçulmanos e judeus. O estudo afirma que os resultados dos não crentes foram mais baixos que os de pessoas religiosas em “dogmatismo autoavaliado”, mas foram mais altos em “intolerância sutilmente medida”.  

O Dr. Uzarevic afirmou: “A ideia começou com a percepção de que, em discursos públicos, apesar de ambos os grupos religiosos/conservadores e liberais/seculares demonstrarem forte animosidade contra o grupo ideologicamente oposto, de alguma forma o primeiro grupo era mais comumente intitulado como ‘de mente fechada’. Adicionalmente, tal visão do secular sendo mais tolerante e aberto parecia ser dominante na literatura da psicologia.” 

As descobertas também afirmam que a força de uma crença das pessoas tanto em ateísmo quanto em religião é diretamente relacionada com quão intolerantes elas são.

(Independent, com tradução de Leonardo Serafim)