segunda-feira, dezembro 04, 2017

A incrível eficiência energética da vida – e ainda falam em evolução...

Toda a vida na Terra executa cálculos e todos os cálculos parecem requerer energia. Esse assunto tem sido alvo de bastante controvérsia ultimamente, envolvendo o chamado Limite de Landauer. Alguns afirmam que pode ser possível fazer computação sem consumo de energia, enquanto outros acreditam que o Limite de Landauer não é tão limitador assim. Polêmicas teóricas à parte, Christopher Kempes se reuniu com colegas do visionário Instituto Santa Fé, nos EUA, para pesquisar o custo energético da computação biológica. Da ameba unicelular aos organismos multicelulares, como os seres humanos, um dos cálculos biológicos mais básicos, comuns em toda a vida, é a “tradução” – processar a informação em um genoma e escrevê-la na forma de uma proteína. Embora de fato consuma energia, a equipe conseguiu demonstrar que a tradução é um processo altamente eficiente do ponto de vista energético.

Para entender como a vida evoluiu na Terra, Kempes defende que precisamos primeiro entender as restrições dessa evolução. Uma restrição que não foi amplamente estudada até agora é como as leis da termodinâmica restringem a função biológica, o que poderá nos dizer se a seleção natural favoreceu organismos com alta eficiência computacional.

Para medir a eficiência energética da tradução – o processo biológico pelo qual a sequência de uma molécula de RNA mensageiro é utilizada para ordenar a síntese da sequência de aminoácidos que forma uma proteína –, a equipe partiu justamente do Limite de Landauer. “O que descobrimos é que a tradução biológica é cerca de 20 vezes menos eficiente do que o limite físico inferior absoluto. E isso é cerca de 100.000 vezes mais eficiente do que um computador”, contou Kempes.

A replicação do DNA, outra computação básica comum em toda a vida, consome cerca de 165 vezes mais energia do que o Limite de Landauer. “Isso não é tão eficiente quanto a tradução biológica, mas ainda é incrivelmente bom em comparação com os computadores”, acrescentou.

Agora a equipe pretende ampliar seus cálculos para verificar a eficiência termodinâmica de cálculos biológicos de alto nível, como o pensamento, e, finalmente, tentar entender a importância que a eficiência energética tem para a seleção natural. “Em última análise, nós queremos conectar tudo isso com a teoria da ciência da computação, não só para explorar esse tipo de coisa para a ciência da computação, mas também para ver se a teoria da ciência da computação tem algo a nos dizer sobre as células”, disse o professor David Wolpert, coautor da pesquisa.


Nota: Se você não soubesse que o computador teve um criador e visse, de repente, em sua frente um PC de última geração, o que concluiria? Que aquele monte de componentes eletrônicos, cabos, peças metálicas e de plástico com utilidade planejada poderia ser fruto do acaso? Depois de ligar o aparelho e testar suas “habilidades” impressionantes, você teria coragem de pensar que os programas que rodam nele, que a informação complexa de que eles dependem para funcionar teriam simplesmente aparecido em algum momento no passado e se tornado espontaneamente mais complexa com o tempo? Tenho certeza de que você naturalmente elogiaria os criadores de uma máquina tão maravilhosa e útil. Como, então, os pesquisadores citados acima podem estudar mecanismos biológicos e “maquinário” tremendamente mais complexo que os nossos melhores computadores e ainda falar em evolução? Todos sabemos que a tese da macroevolução pressupõe o surgimento da informação e da vida por acaso. É ou não é muita incoerência? [MB]